quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Querido Barroso

Euro com escritos

Como dizia o Porfírio, andas a dar uns tabefes no teu emissário em Portugal.

Isso não se faz a um rapaz que tem cumprido os trabalhos de casa e é uma maldade desculpares os teus poderosos mandantes atirando as culpas da porcaria que têm feito para cima de quem sempre lhes foi fiel, submisso, agradecido e venerando.

Mas não é isto o que me traz à escrita e até tem pouco a ver com o alerta que te queria fazer.

Sei que o teu trabalhinho aí na Europa central está para acabar e que, por estares consciente de que não deixarás saudades a não ser aos banqueiros que te guardam o pecúlio, te deverás estar nas tintas para aquilo que anda a ser escrito nas notas de Euro por esse Continente fora, moda espanhola com características virais.

No entanto chamo-te a especial atenção para este caso de agressão à moeda que te enche os bolsos e que cada vez é menos frequente nos bolsos dos portugueses a quem dás conselhos para acatamento do seu fado. E faço-o só para que, um dia destes quando estiveres deitado aos pés de quem te guinou e te manteve nesse lugar de onde nos esgatanhas, lhe mostres o maço de notas que trazes no bolso e onde estão lavrados os dizeres dum povo europeu que não conheces e lhe ronrones que pouco falta para que, em vez de fazer escritas, os povos da periferia comecem a besuntar o pilim com algo mais malcheiroso.

Desculpa dizer-te estas coisas com esta violência quase malcriada mas tive a necessidade de te deixar este alerta antes que venhas, já morto, boiar ao lume de água, nos olhos rasos de água, quando não formos mais que solidão e mágoa.(desculpa a martelada, O’Neill)
LNT
[0.431/2013]

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