segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Liturgias

Santo António aos Peixes
Dizia Carlos Drummond de Andrade que “A confiança é um acto de fé, e esta dispensa raciocínio”, coisa que facilmente se entende raciocinando.

A confiança, como acto de fé, é algo que nunca pode ser posta em causa, uma vez que a perder-se a fé, perde-se a coisa transcendental.

É por isso que prefiro (preferiria, se fosse eu a mandar) que em vez de confiança se prometesse competência, e que em vez de orações apelando à fé, se orasse com esperança, por ser bem mais racional para não crentes e muito mais fácil de crer para quem já perdeu a fé.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.254/2015]

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Quando a não-notícia é o não-candidato

Santana Lopes
Oh pá, Pedro, então não vais concorrer a Belém?

Não me digas que se acabaram os fait-divers sobre os candidatos de esquerda e agora o I, o Observador, o CM e tal precisaram de fazer circular uma “não-notícia” da direita para distrair o pessoal.

Por este andar ainda acabamos a ter de discutir as legislativas.
LNT
[0.253/2015]

O menos mau

VotoFaltam 37 dias, uma hora, oito minutos e cinco segundos (à hora a que escrevo isto) para ficar a saber que nos vimos livres desta gente que, em nosso nome, decide o mal que nos há-de fazer.

No dia quatro de Outubro (primeiro e depois lá para Janeiro) teremos a oportunidade de, em vez de nos lamuriarmos com o destino que Deus nos deu, escolhermos o melhor para Portugal e, mesmo que esse melhor não seja o “MELHOR” que Portugal possa ter, que seja pelo menos melhor do que aquilo que temos agora.

Sou dos que, sem medo, prefere o menos mau ao pior.

C’ést ça!
LNT
[0.252/2015]

domingo, 23 de agosto de 2015

Se não têm pão, comam croissants

Sardinhas Lisboa 2015

A drª. Cristas veio às televisões no seu melhor perfil de nariz arrebitado e voz nasalada de tia cascalense explicar que se quiserem comer umas sardinhas terão de fazer o favor de se dirigirem à Galiza (ou a qualquer outra terra espanhola) porque por cá já acabaram os santos populares e, graças a Deus, não teremos de continuar a suportar o pivete dos assadores de Verão.

A drª. Cristas aproveitou ainda para apontar o dedo a esses garganeiros armadores e pescadores portugueses que esgotaram as quotas do pescado em dois ou três meses quando teriam feito melhor em racionar a garganeirisse através de preços altos nos mercados durante toda a temporada, garantindo que as taxas de desemprego se mantinham estáveis até ao dia quatro de Outubro.

Agora, se quiserem peixinho, comam salmonetes, chaputa ou linguado que são espécies bem menos fedorentas e muito mais tipo Cristas, pecebem?
LNT
[0.251/2015]

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Os marcianos

Marciano laranjaEmbora o meu amigo e futuro Primeiro-ministro, António Costa, ainda não tenha dado por eles, os marcianos já há muito que desembarcaram para as bandas da Lapa e do Castelo.

Uns melhor disfarçados do que outros, mas todos eles marcianos como se comprova pelos discursos onde falam de uma terra que não é a nossa.

E mais. Não só são marcianos que nos invadiram como também outras espécies de ET, que se distinguem dos marcianos por serem irrevogáveis, ou coisa que os valha.

O que interessa reter é que está reunida a condição para que, além de Manuela Ferreira Leite, possam entrar outros numa coligação global de centro.

Alea jacta est, que é como quem diz em português espanholado:

¿Por qué no te callas?
LNT
[0.250/2015]

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Porta-chaves no calçadão

Porta-chavesEste ano, o calçadão de Quarteira terá uma novidade. O líder vai levar uma pochete com um porta-chaves irrevogável que servirá para pendurar a gazua com que a Maria do Fisco aferrolha a dívida nos cofres.

O zingarelho de tez de bronze e dentes de marfim deverá discursar para as falanges laranjas emprestando ao acto a prosápia que o certame tem olvidado nos últimos anos.

Será grandiosa a derradeira bufa dos balofos que nos últimos quatro anos se atascaram no pote.

Por perto, no condomínio da Coelha, um papa-figos em fim de festa estará atento.
LNT
[0.249/2015]

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Da série, já vos tinha avisado


Praia

Mais tarde, ou mais cedo, e espera-se que o mais cedo não seja tarde demais, hão-de descobrir que, para ganhar, é melhor congregar do que dividir mesmo que isso acarrete sobrepor o interesse colectivo aos interesses pessoais ou de grupo.

Tudo agora seria mais coerente e convincente se tivéssemos uma campanha com Costa como candidato natural à Presidência da República e Seguro a pedir uma maioria absoluta no Parlamento.

Nas praias, onde se lagarta docemente, todos se alheiam das promessas eleitorais, estejam elas “plafonadas” ou não e, os que não podem ou não querem ir à praia, retirando os poucos que ainda se interessam por estas informações, já há muito decidiram votar nuns ou noutros ou optaram pela abstenção.

Estando o mais cedo agendado para Outubro e o mais tarde para Janeiro do ano que vem, espero que, em qualquer dos casos, não se possa vir a dizer que já tinham sido avisados.

Entretanto, duas informações: A água do mar algarvio continua tépida e, nos areais fortemente concorridos (cada vez é mais difícil conseguir um lugar para estender a toalha), a política deu lugar à indiferença.
LNT
[0.248/2015]

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Crónica da neblina

QuasimodoAqui, nas Cabanas de Tavira, no momento em que faltam sessenta e dois dias, oito horas e onze minutos para sabermos que os portugueses se libertaram dos dois primeiros elementos da Troika nacional, o nevoeiro entra com o Suão pelas areias dentro anunciando o eminente regresso de Dom Sebastião montado num cavalo marinho, escudado pelos cavaleiros da academia que encabeçam manadas de dignatários, uns reciclados e outros prontos à obediência veneranda do Regimento das Cortes.

Mau dia para quem se fez a Sul à procura de calientes banhos, bom dia para os que aqui já gozam, há tempos, o prazer dos suores e ambicionam um pouco de repousante fresco que amaine o repouso escaldante.

Perto, para as bandas da Manta Rota, já se anunciam os grunhidos da segurança que farão cordão para que Pedro, o vai-te embora que já não vais cedo, possa molhar os artelhos nas espumas suaves que banham o areal.

Deus lhe seja leve o não o faça cruzar-se com um peixe-aranha, agora que se vai alhear, por uns dias, de Paulo.
LNT
[0.247/2015]