quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Botão Barbearia[0.040/2009]
InfidelidadesChapéu Bispo

Gosto de estar de acordo com o Vaticano, não vá o Diabo tecê-las e a fogueira abrir-se para a eternidade, e por isso aqui vai o meu bem-haja a Sua Eminência acrescentando àquilo que ele professou na sua lúcida mensagem que, se for um namorico ou uma queca, ainda vai que não vai, mas casar de papel passado com um infiel, só pode trazer sarilhos e infidelidade, isto é, um par de chifres montado num harém.

E isto já para não falar naquele montão de virgens eternas que esperam por quem se faça estoirar em nome de Deus.
LNT

4 comentários:

mdsol disse...

Sr Luís da barbearia:
Identifico-me com o sentido do seu texto.
Mas, porque em tempos que já lá vão (era eu quase jovem e estudava fora) me confrontei com situações práticas que me fizeram pensar um pouco... se eu tivesse uma filha nessas circunstâncias era menina para lhe chamar a atenção para umas quantas coisas. Na altura conheci vários casos de colegas (mulheres) "ocidentais" namoradas de colegas de religião muçulmana que, quando queriam acabar a relação, porque não dava... tinham sérios problemas que incluiam sovas valentes, ameaças e proibições de namorarem outras pessoas...etc! (e estávamos num meio universitário e tratava-se só de acabar uma relação de namorados...e estavamos num país da Europa civilizadíssima). Realmente o conceito das relações é muito distinto, o sentido de propriedade muito grande e desfavorável à mulher... Claro que um cardeal Patriarca tem responsabilidades acrescidas que tornam as suas palavras pesadas e com consequências além das de um conselho ou de uma chamada de atenção maternal. Acho que as declarações foram infelizes, porque o contexto em que as palavras são ditas lhes acrescenta sentidos que têm de ser ponderados.


Resumindo, se para mim teoricamente não se coloca a questão em termos de religião, na prática torna-se objecto de ponderação e de cuidados acrescidos, pelo envolvimento cultural adjacente!

Oh Sr. Luís desculpe o testamento e a eventual falta de clareza... já é tardito...
:))

Luís Novaes Tito disse...

Minha cara MdSol,

O Cardeal está cheio de razão, possivelmente não tanto como o Abrunhosa, mas a nossa fé é assim mesmo.

Também eu, como a minha cara amiga diz, seria capaz de chamar a atenção de uma filha que entendesse ir por alá porque entendo que para sarilhos já nos bastam os que não procuramos, mas, ... não sou Cardeal.

Se o fosse teria mais recato nas palavras.

Você sabe, penso que sabe, que sou defensor da condição humana e isso não permite a selvajaria que é a tentativa da subjugação da mulher. Nem pela anormalidade dos conceitos religiosos, nem por qualquer outro conceito ou cultura selvagem. Sei de muitos muçulmanos que pensam o mesmo, assim como sei de muitos católicos que sujeitam as suas mulheres a todo o tipo de barbárie.

Quanto ao resto a MdSol sabe que nesta casa é sempre bem-vinda e que tudo o que entenda dizer é um acrescento para os ouvidos deste barbeiro que a preza.

Anónimo disse...

Comunidades e relações inter-religiosas

1- As palavras do sr. cardeal quanto ao casamento podem não ter sido as mais adequadas, especialmente se descontextualizadas ... mas que muitos factos corroboram as cautelas, isso sim, especialmente noutras paragens de maiorias muçulmanas ou pior ainda quando esta é religião de Estado.

As restantes palavras do sr. cardeal dão uma perspectiva bastante correcta das relações inter-religiosas.

2- Quanto à religião muçulmana, per si (desligada do direito costumeiro e religioso/'sharia'(?) mais umas práticas de governação retrógradas, bárbaras, muito fanatismo e pouca literacia ...), esta parece-me muito boa, muito simples, muito tolerante.
Aliás, tal como no passado esta civilização foi um farol da Humanidade, também hoje felizmente existem correntes e comunidades muçulmanas que em nada ficam atrás da 'civilização ocidental' e de outras religiões (cristãs, hebraica, budista, ...).

3- Felizmente, em Portugal a/s comunidade/s muçulmana/s (sunita, chiita, ismaelita, ...) parece estarem bem integradas, têm bons líderes religiosos, e interagem com outras comunidades religiosas (incluindo a Igreja Católica) de forma dialogante, tolerante, respeitosa, cumpridora da lei laica, inteligente ... como se deseja que sejam todos os cidadãos portugueses e todos os que por cá residem ou nos visitam.



* Herculano - cidadão português, católico pouco praticante, ...

Anónimo disse...

Pois, mas Sua Eminência (parda ou parva... nem sei...) esquece, os católicos que batem nas mulheres, que ameaçam e sei la mais o que quando se fala em separação e/ou em divorcio...