Em defesa do Regime
De acordo com o Tomás Vasques, coisa rara nos tempos que correm, pelo menos no método, penso que só peca por defeito. O nosso Presidente da República sempre gostou de se fazer passar por apolítico, até mesmo no tempo em que foi Primeiro-Ministro e Presidente do PSD, o que nunca deixou de ser um contra-senso mas lhe granjeou bons resultados.
Acontece que agora, embora lhe seja imposta a condição de suprapartidário devido ao cargo em que está investido, não se lhe perdoa que seja agente apolítico porque é a ele que compete a defesa da Constituição Portuguesa e a garantia do regular funcionamento dos Orgãos Democráticos. Já quando referiu a falta de lealdade da Assembleia da República não pareceu particularmente feliz por essa formulação ter ultrapassado a crítica ao modo de funcionamento da "Sede da Democracia" confundindo a vontade democrática da unanimidade parlamentar com a imposição da sua vontade. Quando agora pretende determinar as matérias sobre as quais os Partidos Políticos se devem ou não pronunciar, volta a dar sinais pouco claros do seu papel na democracia política.
Seria melhor que se preocupasse com a disciplina do seu Gabinete e com as "fontes" que não param de jorrar inconfidências aos órgãos de comunicação social ou, se entender que essas "fontes" são invenção da comunicação social, de promover a sua denúncia.
Claro que a resolução da crise tem de ser um dos objectivos prioritários de todo o regime democrático português mas que nunca se aproveite a "CRISE" para se pôr em causa esse mesmo Regime. A marcação das datas para as eleições não é assunto de lana-caprina e a sua simultaneidade também o não é, sendo que o que vier a resultar destas eleições e da forma como se processarem, reverterá em boas ou más alternativas para a abordagem da crise e para a apresentação de soluções.
LNT
Rastos:
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