quarta-feira, 11 de novembro de 2009

If I were a rich man

Ritz ClubeJá não é a primeira vez que falo do Ritz Clube. Penso que as minhas melhores artes de barbearia foram aprendidas por lá, no meio das confusões da juventude, do fascismo, da revolução e dos desenfianços da Base Aérea da Granja do Marquês dentro de um qualquer porta-bagagens.

O Ritz Clube na época de setentas era um sítio mítico e místico onde se misturavam os impulsos dos vinte anos, a ideia de que se ia partir para a guerra, as frustrações do curso de pilotagem, o início da pilotagem da vida, as próprias vida e morte, a adrenalina, as mulheres mais feias de Lisboa, os mágicos mais decadentes, a arruaça mais viril, os chulecos e as cervejas que corriam a rodos pelo meio da matilha dos blusões de voo.

São recuerdos, são, e se fosse um excêntrico daqueles que a televisão anuncia, não deixava escapar a oportunidade de transformar esta escola de vida num local de perdição.

Sediava lá toda a barbearia e contratava novas colaboradoras de arromba, olaré!
LNT
[0.713/2009]

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o Público ≡ Ritz Clube está à venda por 1,5 milhões mas a freguesia promete lutar pela sala emblemática

8 comentários:

Anónimo disse...

Devias ser fresco...

Anónimo disse...

Caro Barbeiro

Era um espaço muito bonito, quase uma escola. Tenho saudades.

António Manzoni

Sensualidades disse...

quem me dera ter um ritz club

Jokas
Paula

Anónimo disse...

As minhas recordações do RITZ são já dos anos 90 (as tirinhas coloridas da porta, tipo talho, são inesquecíveis), mas em caso de OPA sobre o espaço, e se precisares de um gajo com mão tremida para fazer certas barbas, estou sempre disponível.

Luís Novaes Tito disse...

António,
Aquilo não era "quase" uma escola.
Aquilo era "a" escola :)

Luís Novaes Tito disse...

Rui,
Nos anos noventa não sei se ainda havia o barbeiro (confesso que nessa altura já não lá ia), mas se havia e o barbeiro ainda era o mesmo, a mão termida nunca o fez deixar de usar a navalha.
Olha que eram poucos os cortes e, que me lembre, a única orelha que ali caiu no chão não foi por acção da navalha. :)

JPN disse...

fui lá a primeira vez nos anos oitenta, ainda aquilo tinha o figurino antigo de casa de espectáculos da noite. depois, quando a nova gerência irrompeu, vi lá um magnifico Baile. E a Cantora Careca. E Jorge Palma. E música cabo-verdiana. Fui lá que comecei a apaixonar-me pelas mornas, pelas coladeras, pelos funanás. Obrigado pela memória!

tiomanuel disse...

Eu também lá fui (muito) feliz