Quando João Proença disse, aqui há uns dias, que a UGT iria estar em sintonia com a CGTP para concretizarem a greve-geral de 24 de Novembro, acrescentou que também entendia ser inevitável aprovar o OE que tinha sido entregue na AR.
De imediato ouviram-se críticas que apontavam contradição nas posições assumidas e ouviram-se as gargalhadas provindas dos fazedores de espuma.
No entanto não há qualquer contradição. Tal como Proença, também compreendi desde o início a necessidade de ver aprovado este Orçamento, mas não prescindo de aderir à greve-geral.
São duas questões a serem tratadas em separado:
Uma (a questão de aprovação do OE) destina-se a tentar evitar o mal maior;
A outra (a da greve-geral) destina-se a dar o sinal de que foi atingido o limite da tolerância e que deixou de haver margem para continuar o rega-bofe.
É importante que os políticos que nos governam e os especuladores nacionais e internacionais que nos estrangulam entendam que chegou o momento em que a nossa compreensão para as actuais medidas não é um sinal de aceitação dos erros continuados que nos conduziram até aqui. É inevitável fazê-los entender que não estamos na disposição de continuar a admitir novos pedidos de austeridade para tapar os buracos de uns e os roubos de outros.
Isto serve para todos os que têm responsabilidades começando pelo Governo, passando pela Assembleia da República e pela oposição e terminando no Presidente da República.
Quanto aos especuladores há que dar o sinal de que também eles estão no limite.
Impingem condições e chantageiam-nos com ameaças de corte de crédito fazendo-nos crer que o crédito que nos atribuem é uma dádiva e não o negócio de agiotagem que justifica a sua existência.
LNT
[0.391/2010]
De imediato ouviram-se críticas que apontavam contradição nas posições assumidas e ouviram-se as gargalhadas provindas dos fazedores de espuma.
No entanto não há qualquer contradição. Tal como Proença, também compreendi desde o início a necessidade de ver aprovado este Orçamento, mas não prescindo de aderir à greve-geral.
São duas questões a serem tratadas em separado:
Uma (a questão de aprovação do OE) destina-se a tentar evitar o mal maior;
A outra (a da greve-geral) destina-se a dar o sinal de que foi atingido o limite da tolerância e que deixou de haver margem para continuar o rega-bofe.
É importante que os políticos que nos governam e os especuladores nacionais e internacionais que nos estrangulam entendam que chegou o momento em que a nossa compreensão para as actuais medidas não é um sinal de aceitação dos erros continuados que nos conduziram até aqui. É inevitável fazê-los entender que não estamos na disposição de continuar a admitir novos pedidos de austeridade para tapar os buracos de uns e os roubos de outros.
Isto serve para todos os que têm responsabilidades começando pelo Governo, passando pela Assembleia da República e pela oposição e terminando no Presidente da República.
Quanto aos especuladores há que dar o sinal de que também eles estão no limite.
Impingem condições e chantageiam-nos com ameaças de corte de crédito fazendo-nos crer que o crédito que nos atribuem é uma dádiva e não o negócio de agiotagem que justifica a sua existência.
LNT
[0.391/2010]
5 comentários:
Texto quase excelente... pois discordo sobre a questão de necessidade de aprovação deste Orçamento, desligado de medidas coordenadas e adequadas da UE (e da aliança dos 'PIGS' sob ataque) para combater a Agiotagem dos 'mercados'/especuladores e suas 'mandadas' agências de rating ...
Zé T.
Subscrevo!
Luís,
Vinha aqui dar a minha opinião global. Não preciso de usar palavras para o meu ponto 1., pois estou, grosso modo, de acordo com o "Anónimo" Zé T. (será o do Telhado?).
Ponto 2. Creio que o OE poderia ter sido outro. Não tenho dados à mão nem sou economista, mas julgo haver muita discriminação entre um grupo de pessoas que formam uma élite recente à qual chegaram, frequentemente, sem ter sido tomado em conta qualquer factor de mérito no desempenho de funções laborais, e cujos gordos vencimentos e/ou reformas são pagos pelo erário público.
Ponto 3. Há muitos Institutos cujos objectivos são fruto da externalização de funções da Administração Central. Ora, nestes Institutos, os salários são mais elevados do que na Administração Pública Central, o que tem como corolário uma maior despesa feita com dinheiros do erário público (para não falar da desmotivação de funcionários públicos para quem "sobraram" as tarefas mais rotineiras). Por isso, o OE poderia:
a. ter previsto a extinção racional e real de alguns Institutos (para além das extinções previstas, muitas delas de Direcções Gerais e não de Institutos).
b. planear a redignificação dos funcionários públicos da Administração Central, nomeadamente os seus funcionários superiores, através da criação de uma carreira específica para Quadros; sublinho que não vejo razões para que um Economista da Administração Central tenha uma carreira menos favorável do que um Economista Professor do Ensino Básico ou Secundário; nesta redignificação seria tomada em conta a reinternalização de funções ora externalizadas para os Institutos, facilitando o caminho para a extinção de mais uns tantos Institutos.
Saudações,
Vera Santana
15 000 € por mês é o vencimento de Quadros na RTP. 8 600€ o de assessores na RTP.
Ligeiramente insuflados, não?
Inteiramente de acordo com as posições acima...
O OE até deveria ser aprovado, mas não aquele agora (ainda) em discussão; tanto mar a desbravar e tudo acaba sempre da mesma forma: o mexilhão a ser encostado cada vez mais à rocha!
Enviar um comentário