quarta-feira, 4 de maio de 2011

Toma lá, que é para aprenderes

Teixeira dos SantosO meu relacionamento emocional com Sócrates é parecido com a cara que Teixeira dos Santos tinha ontem no anúncio das medidas que não vão ser tomadas. Qualquer coisa que tem a ver com a lealdade e com o bom senso. Qualquer coisa que tem a ver com a lucidez em contraponto com a esperteza. Qualquer coisa que não passa pelo bacoco, nem pelo sabujo.

Acredito que a consistência de Teixeira dos Santos não tenha permitido a Sócrates, no fim da alocução, mandar-lhe o mesmo "porreiro, pá!" que em tempos levou às lágrimas outros mais gelatinosos.

Teixeira dos Santos é um dos nossos melhores Ministros das Finanças de sempre. Tem funcionado para Sócrates como Sousa Franco funcionou para Guterres. É um travão ao disparate, é matemático nas contas e realista no cálculo. O recurso ao FMI comprova-o por ter conseguido ir buscar o financiamento que precisávamos pagando menos por ele do que se tivesse ficado sujeito à oferta dos intocáveis (segundo Cavaco) "mercados".

Teixeira dos Santos ficou fora das listas de deputados. Possivelmente foi uma coisa boa que lhe aconteceu. Pode ser que agora se possa dedicar mais ao ensino e menos à politiquice. Tem muito para ensinar. Os seus alunos irão ser amanhã um valor acrescido a esta Nação que tanto precisa de gente de carne e osso como ele.
LNT
[0.154/2011]

7 comentários:

fatbot disse...

Concordo plenamente com o Senhor Barbeiro!!! Mas deve ser muito complicado para este Homem o desempenho deste papel!!!

Luís Novaes Tito disse...

A lealdade é sempre uma coisa complicada e difícil.
Por favor não confundir lealdade com fidelidade, coisa que se deve deixar para os cachorros.
Abr

Unknown disse...

Será que o processo democrático, em Portugal, instaurado a partir do 25A/74, enfraquecido sistematicamente ao longo de 37 anos, por êrros e falhas graves de estratégia económica, financeira, sócio-politica e de governação, terá acabado por, perversa e irresponsavelmente,fazer esquecer um dos objectivos prioritários e essenciais queridos pelos seus fautores e por todos os portugueses de boa vontade- reduzir e/ou eliminar as injustiças e desigualdades históricas gritantes cometidas por um regime iníquo? Sim, é verdade.
Será que as esperanças legitimas dos portugueses causticados, humilhados, mas de boa fé, no pós 25A, não chocaram com a sua própria impreparação e a dos seus representantes politicos, ao mais alto nivel, interesseiros e ambiciosos, incapazes de, com patriotismo autêntico, encararem, de frente, as tarefas exigentes da democracia representativa, da reconstrução nacional e dos desafios hercúleos do crescimento e desenvolvimento económico de um país atrasado por décadas sucessivas de gerações alienadas? Sim, é verdade.
Será que as “malhas” tecidas por Salazar e a pequena clique elitista, ignorante, subserviente, dócil e passadista que o rodeou, por tanto tempo, para manter o poder, a todo o custo, não terão contribuido, de modo quase irreversivel, para a afectação negativa da identidade, coragem e o brio dos portugueses, levando-os à demissão de uma cidadania viva e actuante e, em última instância, à emigração, tantas vezes sem regresso, com absoluto desprezo pelo país natal? Sim, é verdade.
A evolução e episódios dos últimos 6 anos do processo democrático, que continua bem vivo e os constantes e acintosos ataques pessoais a titulares de órgãos de soberania, em particular ao actual PM, inserem-se ainda nesta perspectiva provinciana, chico-esperta e boçal, de que o acesso ao poder num país como o nosso não é assim tão dificil, bastando para o efeito, preparar a “máquina” partidária, se possivel com o dinheiro dos contribuintes, aliciar aderentes, de preferência, frustrados, cheios de raiva e ódio e, sempre que possivel, bloquear e torpedear tudo o que possa contribuir para o sucesso dos nossos adversários politicos. É altura de chamar a votos o eleitorado consciente e responsavel. Pergunto, que democracia desejam, na verdade, os eleitores, no próximo dia 5 de Junho?

Maria J Lourinho disse...

Sr barbeiro, não resisti, de novo, ao contraditório. Com amizade
http://1diaatrasdooutro.blogspot.com/

Anónimo disse...

Parece-me bem visto, sem dúvida. Ou isso, ou estava com uma grande azia.

JPN disse...

Pois, não sei se estás a ser muito optimista ou muito pessimista, Luís. Pelo que anda por aí é bem provável que ele ainda vá novamente a ministro. Não é o não ter sido deputado que o impede. Até porque essa coisa dos ministros terem de ser deputados cria assim um ideia de deputados por inerência que trai a ideia da representação a favor da ideia do vedetismo político.

E depois há outra coisa, como diz a canção: ser um dos melhores ministros das Finanças num país em que além de Salazar já passaram pela pasta Cavaco, Manuela Ferreira Leite, Braga de Macedo, Bagão Félix (ou foi só Sec. Estado?), Pina Moura e quando as finanças públicas estão um desastre, quererá dizer assim tanto? E por outro lado por muito boa que tenha sido o seu trabalho na negociação, era pressuposto à partida de que sempre pagaríamos por ele menos do que os mercados, aliás, é essa a suposta bondade do resgate financeiro.

brites disse...

SÓCRATES PASSOU A SER O VILÃO?

ABEIRAMO-NOS DE UM NAUFRÁGIO...
NADA QUE NÃO TENHA SIDO ANUNCIADO!
mesmo assim alguns ,distraídos,só agora fogem,talvez roídos de remorsos pelas loas que agora dão por mal investidas...