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terça-feira, 24 de maio de 2011

A Dona Branca global

Dollar, beijoOlhando para a Grécia há quem aponte o FMI como o causador da desgraça.

Não me parece que esta seja a realidade até porque o Fundo Monetário Internacional consegue ser mais generoso do que os outros parceiros europeus que, por concederem a parte maior dos apoios que se destinam a proteger os membros da União (e do Euro), deveriam ser menos usurários.

A questão reside no facto de não abrandar a pressão dos "mercados" sobre os países que lhes estão na mira com a intenção de que esses estados consigam dinheiro (como fizeram e continuam a fazer em Portugal), para poderem continuar a comprar outro dinheiro nesses "mercados" ao preço que eles próprios estabelecem.

Jorge Sampaio falou um pouco de tudo isto numa entrevista que deu na semana passada na SICn. Dizia Sampaio que lhe parece um erro entrar num banco para pedir um empréstimo e começar por insultar a instituição a que se está a recorrer. Acrescentava ainda que o erro seria maior se, na altura do pagamento, se voltasse ao banco e, para início de conversa, se desse um par de chapadas na entidade com quem se queria renegociar a dívida.

O que Sampaio não disse foi que o banco se financiou à custa de cada um dos seus clientes (pedido externo a pagar pelos contribuintes cuja parte reverteu directamente para si acrescida de outra parte que serve como garantia) e que depois, empresta esse financiamento ao cliente, que já o está a pagar, cobrando por ele mais um tanto.

Quem comprou o dinheiro vai ter de pagar duas vezes, como se por duas vezes já não bastasse ter de nascer.

São estes, os tais "mercados". Emprestam dinheiro com juros para que se lhes compre dinheiro com juros mais elevados. Um carrossel de finança que enriquece uns e torna os outros miseráveis e que só parará quando os especuladores forem obrigados a parar.
LNT
[0.184/2011]

sexta-feira, 6 de maio de 2011

O nosso pacote

650 EscudosAchei graça ler e ouvir em alguma bloga e na comunicação social que o trabalho das troikas estava feito e terminado, como se agora eles tivessem feito as malas e zarpado.

Fazem crer que se tratou de uma brigada de cientistas forenses que se limitaram a vir cá tirar os esqueletos dos armários, para gáudio dos detractores do poder, e que agora, com as exumações feitas e as autópsias realizadas, nos tivessem deixado um cheque para pagar o incómodo que produziram e para agradecer a diversão que lhes proporcionámos.

Nada mais falso. Os troikas vieram cá fazer uma auditoria para saberem se havia condições para realizar um negócio que lhes garanta o pão e, verificando que essas condições existem, para imporem as condições que lhes garantam o retorno do investimento e o arrecadar do valor acrescido. Não estão a brincar em serviço. Não se trata daquelas auditorias de treta que algumas organizações estabelecem só para dizer que têm sistemas de controlo e de qualidade implementados.

Eles não se foram embora, nem irão, enquanto o negócio não lhes traga a vantagem que cá os trouxe. Irão activar as metodologias e estabelecer os inspectores/auditores que verificarão a implementação das acções correctivas e que farão aplicar a correcção das não conformidades que apurarem. Só farão as malas quando estiverem ressarcidos e compensados, prontos para voltar mais tarde com novo negócio.

Trata-se da fidelização dos clientes. E estes são daqueles clientes que interessam. Resta-nos tratar-lhes do pacote.
LNT
[0.159/2011]

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Toma lá, que é para aprenderes

Teixeira dos SantosO meu relacionamento emocional com Sócrates é parecido com a cara que Teixeira dos Santos tinha ontem no anúncio das medidas que não vão ser tomadas. Qualquer coisa que tem a ver com a lealdade e com o bom senso. Qualquer coisa que tem a ver com a lucidez em contraponto com a esperteza. Qualquer coisa que não passa pelo bacoco, nem pelo sabujo.

Acredito que a consistência de Teixeira dos Santos não tenha permitido a Sócrates, no fim da alocução, mandar-lhe o mesmo "porreiro, pá!" que em tempos levou às lágrimas outros mais gelatinosos.

Teixeira dos Santos é um dos nossos melhores Ministros das Finanças de sempre. Tem funcionado para Sócrates como Sousa Franco funcionou para Guterres. É um travão ao disparate, é matemático nas contas e realista no cálculo. O recurso ao FMI comprova-o por ter conseguido ir buscar o financiamento que precisávamos pagando menos por ele do que se tivesse ficado sujeito à oferta dos intocáveis (segundo Cavaco) "mercados".

Teixeira dos Santos ficou fora das listas de deputados. Possivelmente foi uma coisa boa que lhe aconteceu. Pode ser que agora se possa dedicar mais ao ensino e menos à politiquice. Tem muito para ensinar. Os seus alunos irão ser amanhã um valor acrescido a esta Nação que tanto precisa de gente de carne e osso como ele.
LNT
[0.154/2011]

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Botão Barbearia Natal
[0.957/2008]
Bora Pagar, Porra!Chapéu Alto

Não seria má ideia que quem manda no nosso dinheiro se entendesse na forma de o entregar a quem precisa dele, como de pão para a boca, para continuar nas negociatas de finança e de risco. Bem, em negociatas de risco não é bem assim, porque só existe risco de ganharem, uma vez que o perder continua a estar coberto pelo Orçamento do Estado.

O caso BPP é um caso sério, quero dizer, é um caso com gente de cara séria. Gente bem cuidada, altiva e bem vestida, gente necessitada da nossa contribuição, coitada, gente que não dispensa o nosso dinheiro para manter o seu padrão de vida, o que nos realiza e envaidece. Sem eles, sem essa gente, o que seria de nós?

Paguemos pois para que se mantenham finos, para nosso orgulho e para bem dos seus bens. Se não pagarmos directamente, para que os invejosos fiquem calados, sejamos fiadores de terceiros para que lhes paguem em nosso nome.
LNT

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Botão Barbearia[0.784/2008]
Chove a cântaros [ II ]Ciclone

Pelo que se pode observar nas Bolsas (espero não estar a escrever cedo de mais até porque depois de realizadas as mais-valias poderemos observar nova distribuição de jogo) o intervencionismo estatal acaba de salvar o neoliberalismo.

Os investidores (os que tiveram capacidade para aguentar o descalabro da semana passada sem terem de vender) estão de novo a realizar capital, os bancos preparam-se para arrecadar mais lucros resultantes do preço do dinheiro (adquirido a custos mais baixos e vendido ao mesmo preço, tal como tinha acontecido com os combustíveis) e os Contribuintes, desculpem, os Estados, oferecem gratuitamente Garantias aos Bancos (não confundir com Garantias de Depósitos), o mesmo tipo de garantias que os Bancos vendem aos Contribuintes a alto preço.

Quem já teve necessidade de obter uma Garantia Bancária sabe bem quanto isso custa.

O primado da política já não é o que era. Agora andamos todos ao sabor da finança e pelos vistos gostamos e aplaudimos. Uma vez mais a culpa morre solteira e o Zé pagante cá está para o que der e vier.
pqp
LNT
Botão Barbearia[0.783/2008]
Chove a cântaros [ I ]Ciclone

Não sei se aquilo que está a acontecer lá fora (1:30 da manhã, em Lisboa) é uma tromba de água ou a antecipação da abertura da Bolsa de Lisboa após o anúncio de que o Estado Português passou a ser fiador da banca privada.

Esperemos que seja só um aguaceiro e que passe depressa.
Nunca mais chega o 4 de Novembro para ver se o tempo desanuvia.
LNT

sábado, 26 de janeiro de 2008

Botão Barbearia[0.089/2008]
Certificados de Aforro

Certificados de AforroTalvez não seja má ideia passar pelo Adufe para perceber melhor porque é que os Certificados de Aforro poderão ter deixado de ser um instrumento de poupança com interesse.

Há quem diga que se tratou de mais um frete à banca.

Reconheço não ser matéria para o Barbeiro mas fica o alerta para os interessados.
LNT
Rastos:
USB Link-> Adufe 4
-> Economia & Finanças
-> AforroNet
-> IGCP

domingo, 13 de janeiro de 2008

Botão Barbearia[0.045/2008]
Opus ensemble

Pé OpusSe o barbeiro em vez de estar no ramo da cosmética estivesse no da construção civil e se desenhasse no horizonte o cenário de milhões de obras públicas, também se deixava ficar calaínho e de bom grado trocaria uma posição de influência por outra de negócio.

São as regras da coisa, onde a coisa empresta dinheiro para comprar influência e depois se transfere da coisa pública para a coisa privada.
LNT

domingo, 6 de janeiro de 2008

Botão Barbearia[0.020/2008]
Será, Claro?

Liam ManchesterO nosso vizinho Cavaco Silva diz que a banca foi tomada pelo lobby do Porto.

Seja, sendo que não faço a mínima ideia do que é isso do "lobby do Porto" e prefira não ser bairrista.

Diria que a banca portuguesa foi (será que vai ser? Falta ver o que o Calaínho trás na manga) tomada pelo grupo de interesses que há muito se move por trás da aparente política partidária.

Um grupo que todos sentem mas ninguém vê, que ultimamente aguça as garras e até já consegue impor à decisão política onde se devem construir as infra-estruturas deste País.

Aos poucos todos os iremos servir, verão.
LNT
Rastos:
USB Link

-> Claro;
-> CGD: Vitória total do lobby do Porto.