Como sabem, não sou analista político, embora todos os barbeiros o sejam.
É com tiradas deste género que o político mais político que Portugal tem desde há 50 anos, se consegue insinuar como um não-político, ou melhor, como um marginal à política.
Mesmo sabendo-se que anda nesta vida – onde já fez de tudo menos ser autarca – Cavaco revela-se um às da arte. E fá-lo com tal mestria que consegue convencer quem não lhe conheça as manhas que, apesar de ter muitos mais anos de política partidária do que de professor e de economista, nada tem a ver com a política e com as politiquices.
Porque não tenho grande consideração por politiqueiros e porque não faço parte do grupo que o próprio informou na noite da glória serem os seus portugueses, interessou-me pouco o facto de ele ter convocado a Judite de Sousa para apresentar a conversa em família.
Apanhei a parte final devido a um zapping ocasional para fugir da publicidade que passava nos outros canais e gostei de o ver repimpado como um lorde, palácio ao fundo, brilhantina a condizer com o bronze, sapato engraxado na perfeição e polido a cuspo pelo mordomo a anunciar que, embora ninguém esteja acima das dificuldades, a vida corre-lhe de feição. Pena não ter falado em alemão para que Dona Doroteia o entendesse melhor.
Fez o seu papel. Encarnou como vela do bolo de aniversário (ou melhor, dos 100 dias) do mais falador Primeiro-ministro alguma vez existente em Portugal.
LNT
[0.411/2011]
É com tiradas deste género que o político mais político que Portugal tem desde há 50 anos, se consegue insinuar como um não-político, ou melhor, como um marginal à política.
Mesmo sabendo-se que anda nesta vida – onde já fez de tudo menos ser autarca – Cavaco revela-se um às da arte. E fá-lo com tal mestria que consegue convencer quem não lhe conheça as manhas que, apesar de ter muitos mais anos de política partidária do que de professor e de economista, nada tem a ver com a política e com as politiquices.
Porque não tenho grande consideração por politiqueiros e porque não faço parte do grupo que o próprio informou na noite da glória serem os seus portugueses, interessou-me pouco o facto de ele ter convocado a Judite de Sousa para apresentar a conversa em família.
Apanhei a parte final devido a um zapping ocasional para fugir da publicidade que passava nos outros canais e gostei de o ver repimpado como um lorde, palácio ao fundo, brilhantina a condizer com o bronze, sapato engraxado na perfeição e polido a cuspo pelo mordomo a anunciar que, embora ninguém esteja acima das dificuldades, a vida corre-lhe de feição. Pena não ter falado em alemão para que Dona Doroteia o entendesse melhor.
Fez o seu papel. Encarnou como vela do bolo de aniversário (ou melhor, dos 100 dias) do mais falador Primeiro-ministro alguma vez existente em Portugal.
LNT
[0.411/2011]
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