De tanga

Imagino Durão Barroso como Presidente da República. Imagino-o sentado no cadeirão de Belém a olhar a populaça, gordo que nem um texugo, a suspirar pelos bons tempos em que tratava por tu todos os primeiros (e segundos) ministros europeus e em que não estava sujeito aos cortes dos subsídios de férias e de Natal, nem tinha reduções de vencimentos.

Imagino Barroso a deslocar-se a uma cerimónia internacional e tomar o lugar que o protocolo de estado destina aos presidentes dos países pedintes, à beira de um ataque de stress e de cabeça baixa perante uma catrefada de funcionários bem pagos por uma entidade qualquer que empresta dinheiro em troca de soberania.

Imagino o nosso internacional José Manuel reduzido à qualidade de Presidente da República, trajando tanga na praia de Moledo, embrulhado num cobertor à espera que o mar aqueça e o Sol rompa a neblina do costume, a viver do parco salário que mal lhe chegará para fazer face às despesas.

Imagino tudo isto e começo a compreender que o nosso ex-futuro candidato presidencial já está de malas aviadas para outros voos quando ainda há bem pouco tempo o imaginava a habilitar-se à chefia da fanfarra do Páteo dos Bichos, lá para as bandas da Ajuda.

Mais fica, não é Professor?
LNT
[0.058/2012]