quarta-feira, 7 de maio de 2014

A almofada

AlmofadaUma almofada recheada de notas surripilhadas a quem se esmifra para pôr uns bifitos do cachaço na mesa é o grande trunfo de quem, com meia dúzia de votos, ganhou a capacidade para fazer do saque uma coisa legal. Gaba-se essa gente de nos ter libertado do jugo de uma troika de interesses que, pela sua mão, nos subjugou e gaba-se o palhaço rico deste circo de que a razão o assiste.

Escravizam-nos a uma entidade sem rosto que há muito se apoderou dos políticos no poder e que, em nome de uma ideologia que dizem não ter, prepara o caminho do descrédito que faz com que os cidadãos acomodados não se disponham a perder cinco minutos para depositar nas urnas a mensagem de desprezo que tem por este bando de miseráveis.

Espoliam e usam o espólio obtido para encherem travesseiros cheios de livros de escola que os nossos filhos e netos não puderam comprar, dos cuidados de saúde de que os nossos pais e avós não puderam usufruir e do solo pátrio que falta à sobrevivência dos que formamos, para deitar a cabeça e dormirem descansados e de consciência tranquila.

Fazem-no como se aquilo que nos sacam fosse deles e massacram-nos com fantasias e ilusionismos para sermos gratos.
LNT
[0.147/2014]

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