sábado, 12 de fevereiro de 2022

O pânico, o medo


Desde as eleições que a comunicação social descobriu que estamos em seca.

Foi de um momento para o outro.

No dia 30 ninguém tinha ainda dado por isso, no dia 31 ficámos nesta seca miserável que enche todos os chouriços dos noticiários.

Um pouco como o "mete medo" do puto que ia matar, com canivetes, uma multidão de colegas e professores e se preparava para criar uma explosão com latas de gás de isqueiro.

Pânico, s'íl vous plait, que as "não notícias" são importantes para manter o pessoal com medinho e respeitinho e fazer saber que o FBI, a Dark Web da Deep Web , o Darth Vader, o Mafarrico e até mesmo o anjo malvado Satanás, andem por aí.

Desenvolvendo mais um pouco a segunda parte do Post:

A primeira regra da segurança é não falar dela (pelo menos referindo casos específicos). A primeira regra de não atemorizar é não divulgar o que não aconteceu. A primeira regra de evitar é não explicar, muito bem explicadinho, como se comete um crime.

Mas é preciso vender papel, é preciso dizer bem das polícias, é necessário criar o pânico, é necessário agitar.

O caso do jovem alucinado que enche as primeiras páginas é uma "não notícia".

O miúdo foi apanhado antes de cometer a "chacina" por isso nada aconteceu e, nada tendo acontecido, devia ter ficado no segredo da judiciária para evitar criar pânico e andar a ensinar outros desiquilibrados (jovens, ou não) dos modos e formas de ganhar notoriedade através da selvageria.

Temos isto, e o isto que temos é lamentável.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.026/2022]

6 comentários:

Ana Cristina Leonardo disse...

Ainda não percebi o que levou as autoridades a relatar um não-caso. Creio, aliás, que o princípio é não publicitar tentativas goradas de chacinas ou outras quaisquer.

ccastanho disse...

A maior seca que de há muito sofremos, é a seca da comunicação social.

A CS, é hoje um viros que afeta a sociedade de forma irreparável, levando as pessoas a aceitar acriticamente tudo o que lhe põem no prato sem o mínimo de desconfiança de quem o serve.

ccastanho disse...

Já agora: "vírus" e não "viros".

Luís Novaes Tito disse...

Ana Cristina. Também pensava que que o princípio seria esse, mas pelo que se vê esse princípio caiu. Não sei se devido ao facto dos princípios não encherem barriga (ou manchetes, no caso) ou se enquanto as forças do mal vão e voltam, folgam-se a(o)s costas. A nossa investigação anda tão por baixo com casos a cair nos tribunais por falta de matéria comprovada que tem de se arranjar forma de mostrar as medalhas policiais.

Luís Novaes Tito disse...

CCastanho,
Quando a CS se transforma num veículo de informação para preparar atentados temos de começar a ficar preocupados.
Só faltou darem os endereços Web para que a aula ficasse completa.

José Ferreira Marques disse...

Tem razão quando diz (insinua) que a investigação judicial em Portugal é ineficaz, provocando o improcedimento de muitas acusações em tribunal. São de tal forma que,em muitos casos, os advogados dos arguidos nem precisam de se esforçar para obter a absolvição dos acusados...