[0.165/2007]Na cadeira com afecto [
VII ]
e com Cristina VieiraUma Senhora no meu estabelecimento é uma honra, Dr.ª. Cristina.
Fartou-se certamente das Bimby’s e cansou-se das verduras, ainda para mais estando reciclada dos malditos cigarros que a todos apoquentam, não é assim?
Queira Vossa Senhoria, tomar o assento que de imediato a passarei a cuidar para que possa estar à altura de representar dignamente esta Nação de Soldados e Marinheiros nesse grande evento que é a cimeira entre as nações da abundância e as outras.
Como já disse ao Senhor António numa passagem por essa cadeira, o resmungo da hipocrisia e das tretas de Brown sobre os Direitos Humanos é mais uma das facetas da fleuma britânica para inglês ver. Os Ingleses têm sempre políticas estranhas quando se trata de Direitos Humanos, basta ver a sua história da colonização e as relações que mantém com grandes defensores "desses direitos" como é o caso das conferências nas tendas do Califa Kadafi ou o exílio do Senhor General Pinochet.CV: Grande preocupação com a afirmação de Gordon Brown de que não vem a Lisboa participar na Cimeira entre a União Europeia/África se o presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, estiver presente.
Grande drama! Há quem defenda até, que o governo deveria tomar uma atitude em defesa do "amigo" contra o assassino, louco, ditador, blablabla.
Mas terá de reconhecer a loucura do ditador, cara Doutora. A queima das fazendas dos ex-colonos, os assassinatos mesmo entre a sua gente.CV: Ah bem, louco facínora não duvido que ele seja mas, será que o governo inglês está muito preocupado com os direitos humanos dos "zimbabueanos"?
Até porque, a presença do presidente angolano, ou da maioria dos dirigentes africanos que têm idênticas políticas, não o incomodam pois não? Então, conclui-se que o problema é de política doméstica... pois que a resolvam.
Quem vai estar presente não é "Mugabe" mas a OUA para quem o ditador é um como os demais que por lá pululam e que aqui virão. E se Gordon Brown e os seus ministros não se querem cruzar com Mugabe nas reuniões internacionais, que accionem os tribunais internacionais, à semelhança do que se fez com outros facínoras. Isso sim, seria defender efectivamente os direitos do povo do Zimbabwe e tornar consequente a defesa dos direitos humanos.
Quando refere facínoras não está certamente a referir-se a Khadaffi nem a Pinochet porque esses são gente de bem, segundo a diplomacia britânica.CV: Para quê a atitude hipócrita de fingir que se defende o povo oprimido? Doeu na própria pele, foi o que foi e, já se sabe, a pele dos súbditos de sua majestade é mais sensível mas, não é por isso que se põe em causa uma cimeira que pode ajudar a resolver tantos outros problemas em África. A atitude de isolamento de um país, até agora, só tem mostrado resultados desastrosos: um país isolado é um país cada vez mais fora do controlo da comunidade internacional.
Posto isto, concordo com Sócrates: «Devemos fazer um esforço para separar aquilo que é a relação da União Europeia e o Zimbabwe, da relação entre a União Europeia e todo o continente africano.»
Acho que os europeus merecem isso, e os africanos também.
Uma grande verdade, cara Dótora. Tem dias em que o nosso Primeiro consegue dizer umas certas sem ter de usar a fórmula "mas também" e ainda bem.
Prontinho. A manicura, a esteticista e a massagista já acabaram o trabalho.
A madame está com um magnífico e câncio aspecto.
Volte sempre.(diálogo ficcionado a partir de um texto de Cristina Vieira)LNTRastos:
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