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quarta-feira, 27 de abril de 2022

Cada vida humana tem o valor da humanidade


Guterres acaba de declarar em Kiev que a sua missão de paz tem como prioridade permitir a retirada dos civis de Azovstal.

Para quem acha (e não são poucos os que por aqui leio) que esta acção do Secretário-geral da ONU é – e tem sido – uma insignificância, não entende o significado da vida.

Esperemos que Putin e Zelensky o entendam.

A ONU tem muitas valências e as militares não são certamente as mais importantes.

Perante a brutalidade e a infâmia que as forças de Putin representam, se Guterres conseguir este resultado considero já ter valido a pena tê-lo feito SG das Nações Unidas.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.046/2022]

sábado, 26 de março de 2022

Z de zimbório e de ziper

Putin e Cirilo, após abandonarem o plano inicial imperialista de substituir o governo democrático ucraniano por um governo fantoche, tal como o existente na Bielorrússia, já anunciam voltar ao seu plano inicial.

O Czar do Império da Rússia e o Patriarca de Moscovo confrontados com a heroica resistência ucraniana liderada por Volodymyr Zelensky, o novo Simón Bolívar comunicacional do século XXI, e com o impensável sentimento de unidade patriótica ucraniana e do fortalecimento do “Ocidente” comandado pelos Estados Unidos e escudado na bandeira da NATO, dizem agora regressar aos objectivos iniciais:

1. Criar uma zona de ninguém entre a Ucrânia democrática e a ditadura russa;

2. Reduzir a área geográfica da Ucrânia redesenhando as fronteiras que separam a Europa democrática do Império Russo; e

3. Retirar à Ucrânia os acessos ao Mar de Azov para o transformar no porto terminal de escoamento do gás e petróleo russos.

O Czar Putin, batizado com o cognome de “o Carniceiro”, e Cirilo que muito gostaria de voltar a ser o Patriarca de Moscovo e de toda a “Grande, Pequena e Rússia Branca”, estarão na iminência de concentrar as suas atenções para o redesenho fronteiriço abdicando o Czar, do pleno território ucraniano e do acesso total ao Mar Negro e o Patriarca, da Pequena Rússia, para levar à mesa do armistício, após a conquista do território que marcaram, a proposta do mapa abaixo, que abarcará a central nuclear de Zaporizhzhia, garante da energia dos territórios anexados, incluindo a Crimeia.  

O Bolívar Zelensky, que afirma não negociar qualquer parcela do seu território, será confrontado, por um lado, com a devastação genocida perpetrada por Putin nos territórios ocupados e, por outro, com os aliados da União Europeia a quem a actual superfície territorial e o esforço de reconstrução assustam.

Fecha-se o zip, fecha-se o zimbório, mantém-se a face do Czar (do actual ou do próximo), alargam-se as portas do “Ocidente livre” e Odessa continuará a ser Património Cultural da Unesco.

Os refugiados regressam, a Europa respira e fica na dependência energética de outras potências, a Ibéria rasga os Pirenéus, a China mantem os mercados, a ONU continua como sempre, o Mundo volta à sua vidinha e a humanidade há-de construir o memorial que sempre constrói após os crimes que contra ela são cometidos.

LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.039/2022]