domingo, 4 de outubro de 2009

200.000 nuances

Olho para ali, para a coluna da direita, e vejo que este estabelecimento de um só barbeiro já ultrapassou em dois anos e picos a fasquia dos duzentos mil clientes.

Pasmo quando espreito os cofres da loja e vejo que, descontados os salários das colaboradoras, pago o acesso a esta auto-estrada da informação e subtraídos os custos de energia e tempo, resta um memorável prejuízo muitas vezes compensado com os impropérios que alguns insistem em proferir.

Dou por mim a tentar perceber o que aqui me traz, que masoquismo é este que me faz alinhar letras para partilhar coisas que me vão na alma e concluo que só pode ser a loucura desses duzentos mil que franquearam as portas desta loja, tão loucos como eu.

É por eles que me exponho e é talvez essa a causa da minha escrita alternativa num tempo que não controlo e por quem não me deixo controlar.

Gratias. Hajam mãos para tanto coiffeur.
LNT
[0.627/2009]

Já fui feliz aqui [ DCVIII ]

Eléctrico - Volante
Volante de eléctrico - Lisboa - Portugal
LNT
[0.626/2009]

sábado, 3 de outubro de 2009

Em fim de ciclo

Bordalo PinheiroDentro de uma semana estaremos a concluir o ciclo eleitoral de 2009. Excluindo a eleição do Presidente da República, elegeu-se tudo o que havia para eleger, confirmou-se o desencanto do eleitorado através de elevadas percentagens de abstenção e consolidou-se a ideia de que Portugal ainda não está receptivo a mudar de actores.

As eleições autárquicas que se realizam no próximo Domingo serão a prova final do estado do regime, agora que já houve lugar à censura pública com as Europeias e ao protesto com as Legislativas onde os votos descontentes preferiram aninhar-se nos extremos.

Portugal está em expectativa. Os resultados das eleições deixaram o País à beira de um ataque de nervos, o principal Partido da oposição no desatino habitual, os acordos de governação em suspenso das negativas permanentes dos outros parceiros e o Presidente da República em contenda exacerbada que faz perigar o "normal funcionamento das instituições" que já por si não funcionam bem.

Dentro de uma semana teremos, ou não, a confirmação de que se soma à crise económica a crise do regime, caso os cidadãos não dêem um sinal claro de que, passado o tempo das penalizações, continuam adeptos da democracia.
LNT
[0.625/2009]

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Também publicado no Eleições2009/o Público

Colaborador da Semana [ LXXXIV ]

Colaboradora LamaA nossa colaboradora da semana só podia ser Aníbala Bolly Keimme.

Aníbala, também conhecida na intimidade por Ani Darling é uma potencial escritora de literatura fantástica e de romances de espionagem. Tem desenvolvido os dotes em cada sessão onde fantasia, com a nossa melhor clientela da marmeleira, jogos de sedução entre duas massagens tântricas ao ego.

Aliás, um dos nossos clientes conhecido pelo nome de código, Loira do Regime, tem-lhe dado lições de filosofia clássica com resultados espantosos que já foram comprovados em todas as acções de promoção em que ele se envolveu.

Keimme anda a pensar deixar esta vida das artes SPA para se dedicar a tempo inteiro à escrita, o que fará com que este estabelecimento perca parte da sua amável clientela que aqui vem em busca de prazeres secretos.

A nomeação desta semana é notoriamente um apelo para que Aníbala Bolly Keimme não nos abandone.
LNT
[0.624/2009]

Campanhas


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Já fui feliz aqui [ DCVII ]

Lisboa Ponte
Ponte 25 de Abril - Lisboa - Portugal
LNT
[0.622/2009]

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Dejà vu

KamikazeAquela estorieta que corre onde fontes geralmente bem informadas fazem constar que a direcção socialista acordou, por unanimidade, que Jorge Sampaio irá ser o próximo candidato a Belém, é a reposição de uma outra comédia que terminou em grande fiasco de bilheteira.

Parece que os Kamikaze voltam a atacar.
LNT
[0.621/2009]

Boa conversa

Lacrau
Já alguém reparou que quando se fala do senhor seguinte no PSD quase todos os jornais apontam comentadores políticos, nadadores do Tejo e liberais defensores da privatização da Caixa Geral de Depósitos e é raro que se lembrem de Bruxelas, mesmo estando a Bélgica aqui tão tão perto, ao virar da esquina das duas horas de vôo?
LNT
[0.620/2009]

Já fui feliz aqui [ DCVI ]

Lisboa Rio
Rio Tejo - Lisboa - Portugal
LNT
[0.619/2009]

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Tempo de escolhas

Corvo - Paula RêgoSabe-se que estamos em campanha eleitoral e que este é o tempo de angariação de votos. Sabe-se que a democracia obriga, neste tempo, a apresentar opções, para depois, consoante o peso dos resultados obtidos, ser possível negociar consensos de satisfação dos eleitores.

Estas negociações não são "traição" aos eleitores. Nem tudo o que desejamos é concretizável e quando negociamos, fazemo-lo para poder concretizar o fundamental e, como não vivemos em regime de partido único, o peso das escolhas quantifica o fundamental deixando para o acessório a complementaridade.

Neste momento reconhecem-se para Lisboa duas visões distintas e várias nuances entre as forças de apoio a cada uma delas.
Por um lado as pessoas. Por outro lado o fogacho, as luzes e o espectáculo.
Por um lado o social, a vida e a qualidade. Por outro lado o interesse, a massificação e o lucro.
Por um lado o desenvolvimento sustentado, a riqueza do multiculturalismo e a inclusão. Por outro lado o lúdico dirigido a quem lhe tem acesso, a exclusão do diferente e a segregação.

No dia 11 de Outubro vamos, em primeiro lugar, escolher qual das duas opções entendemos mais importante para depois flexibilizarmos com base no peso obtido.

Já que as esquerdas continuam a revelar incapacidade em fazer confluir as vontades no essencial quando se apresentam a votos, coisa que as direitas já ultrapassaram há muito, é imprescindível que consigam entender-se depois para que os alfacinhas venham a ter a metrópole que merecem e os portugueses a capital com que se identificam.
LNT
[0.618/2009]

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Já fui feliz aqui [ DCV ]

Amoreiras
Amoreiras/Rato - Lisboa - Portugal
LNT
[0.617/2009]

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Ainda sobre a segurança

BugCom todo o respeito que me merece a figura institucional do Presidente da República, considero que o seu titular não é obrigado a dominar todas as matérias. É para isso, e não para produzir fugas de informação (as habituais fontes de Belém), que os PR têm a liberdade de contratar os seus assessores especializados e dispõem de serviços técnicos. (Ficou por esclarecer quem é o responsável pela segurança dos serviços informáticos de Belém)

Quando Cavaco Silva comunicou ao País que:
"Foi para esclarecer esta questão que hoje ouvi várias entidades com responsabilidades na área da segurança. Fiquei a saber que existem vulnerabilidades e pedi que se estudasse a forma de as reduzir",
cometeu um erro de palmatória em termos de segurança. Sabe-se que em questões de segurança age-se com eficácia e discrição e nunca se revela a existência de vulnerabilidades, embora seja do conhecimento comum que, por muito "bunkerizados" que estejam os sistemas e as redes computacionais, há sempre algum "hacker” para furar a sua blindagem.

A desastrosa comunicação que o Presidente da República ontem proferiu foi, até neste aspecto, a pior peça produzida por um titular do cargo.
LNT
[0.616/2009]

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Em que ficamos, Sr. Presidente?

A agenda de CavacoA dias da nomeação do Primeiro-Ministro o Presidente da República convocou os órgãos da comunicação social para se dirigir ao País.

Entre inúmeras suspeições levantadas e juízos pessoais não fundamentados, declarou expressamente (sublinhados meus):
(...) "fui surpreendido com declarações de destacadas personalidades do partido do Governo exigindo ao Presidente da República que interrompesse as férias e viesse falar sobre a participação de membros da sua casa civil na elaboração do programa do PSD (o que, de acordo com a informação que me foi prestada, era mentira)".
Das duas uma:

- Ou o Presidente da República assume a coerência das suas declarações ao País e considera, tendo em conta os resultados eleitorais e após a audição dos Partidos, que os PSD+CDS estão em condições de formar Governo (caso eles o informem disso);

- Ou o Presidente da República é incoerente com as suas declarações ao País e considera, tendo em conta os resultados eleitorais e após a audição dos Partidos, que o PS, apesar de ter destacadas personalidades mentirosas, está em condições de formar Governo.

Numa ou noutra circunstância "a unidade do Estado e o regular funcionamento das instituições democráticas" parecem estar ameaçadas por quem tem por missão zelar por elas.
LNT
[0.615/2009]

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Diário do 87


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