segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Encontro no teu olhar

Maria Teresa Loureiro

Abro os olhos lentamente
Não sei onde me encontro, nem como vim aqui parar, parece ser o espaço de um antigo salão de chá, as mesas de ferro e as cadeiras estão cobertas por uma película de pó e no chão distinguem-se marcas de pegadas que se sobrepõem
.

Depois de amanhã (16 às 18:30h), na Bertrand das Amoreiras, Eduardo Pitta vai fazer a apresentação do livro Encontro no teu olhar, uma obra de Maria Teresa Loureiro.

Diz-nos a autora que "quem não aparecer, não sabe o que perde" e eu respondo-lhe que "vou tentar aparecer para ficar com a ideia do que perderia se lá não fosse"
LNT
[0.044/2011]

Gangrenas

Cão com colarGosto pouco de lamber as feridas. Sei que é assim que os cachorros as tratam mas prefiro, neste caso, ser humano.

No entanto, há quem continue a entender que, por ter feridas que não cicatrizam, se deve continuar a enchê-las de baba. Espero que essas mazelas não culminem em gangrena.

Lê-se no da Literatura, VPV dixit, sobre o BE que: "Primeiro veio a campanha de Alegre, uma jornada sentimental absurda, que previsivelmente acabou num vexame."

Este "previsivelmente" de que VPV fala é tão previsível como todas as manipulações que ele e muitos outros fizeram nas televisões e jornais ao, invariavelmente, iniciarem as suas análises no período de campanha com um vago "o Cavaco já ganhou" e o "Alegre é o candidato do BE". Tanta vez o fizeram que os resultados foram aquilo que se viu tendo os eleitores deixado a decisão na mão de terceiros que fizeram eleger um Presidente previsível, mas por uma votação que, embora sem discussão de validade, não reúne a expressão nacional e representa o mal menor da direita. A "jornada sentimental absurda" a que VPN se refere foi uma acção da razão e só é absurda para ele e para os que como ele pensam. Se o BE, o PS ou o MRPP a apoiaram, nunca foram seus donos. Alegre sempre foi claro quando agradeceu os apoios explicando que, apesar deles, a base da sua candidatura resultava de uma plataforma de esquerda e pretendia, numa segunda volta, reunir todos os que defendiam um modelo social que incluisse o SNS, a educação pública e a segurança social.

Continuar a fazer, como VPN e outros, a colagem de Alegre ao BE é, além de desonesto e fantasioso, coisa difícil de "compreender por qualquer pessoa com QI acima de 50".
LNT
[0.043/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXIII ]

Ilha Deserta
Ilha Deserta - Algarve - Portugal
LNT
[0.042/2011]

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Do deserto do Jamé aos camelos de Louçã

PiranhaJá cá faltava o Louçã a fazer comparações entre o que se passa no Egipto e em Portugal.

Esqueceu-se de que há algo muito importante que diferencia as coisas. É que o Egipto é uma ditadura (ainda é, mesmo apesar de haver um monte de gente que pensa que deixou de ser) e que Portugal é uma democracia.

Quando o disparate não basta (moção de censura que, ao não ser aprovada, será um novo fôlego para o actual governo), acrescenta-se novo disparate porque o que isto está a precisar é de demagogia ao quilo.
LNT
[0.041/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXII ]

Covento Nossa Senhora da Assunção
Pousada de Arraiolos - Capela do Convento - Arraiolos - Alentejo - Portugal
LNT
[0.040/2011]

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

محمد حسني سيد مبارك‎

Batalha Aérea

Muhammad Hosni Sayyid Mubarak é um falcão. Piloto de caça-bombardeiros com larga experiência de voo e combate e formação especial na antiga União Soviética, conhecedor profundo da arte bélica e da estratégia militar, controla as suas unidades militares a quem paga ao preço do ouro.

Mubarak é um sobrevivente de diversos atentados. Um aliado da NATO a quem tem prestado apoios importantes apesar de ter sido contrário à invasão do Iraque e um garante da estabilidade mínima indispensável no médio-oriente e do "desentupimento" do Canal do Suez.

Mubarak, um marechal do ar, mantém o comando do seu avião numa rota armada e com os rockets em estado de prontidão. Vai levar a sua missão até ao fim.

Os alvos estão bloqueados. Só aguardam a pressão do botão vermelho.
LNT
[0.039/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXI ]

Lucky Luke
Lucky Luke
LNT
[0.038/2011]

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O tanque dos patos - fouetté en tournant

ManequinsEstranho que Paulo Portas não tenha, nos últimos dias, ensaiado qualquer fouetté en tournant no grand pas de deux que tem proposto a Passos Coelho.

Cavaco, por já não necessitar de votos, usou pela primeira vez as suas prerrogativas para inviabilizar politicamente a troca de viagra por pílulas semelhantes, dando a entender que o genérico a ser utilizado no segundo mandato será muito mais erectivo do que todos os paliativos a que deu uso nos últimos cinco anos.

Paulo Portas é um conservador assistencialista, um ballerino defensor dos tutus na dança clássica, um especialista em pas de bourrée que, como mandam as leis do ballet, termina inevitavelmente a demi plié. No entanto prepara a sua pirouette à la lapin, pressionando com o "vite, vite" porque o chamamento do mar é forte e os submersíveis já estão no Alfeite. Deve ter gostado do que viu Cavaco fazer. Deve estar louco para a coda, a grande finale, que julga já estar a encenar-se para os salões da Ajuda.

Embora lhe salte o pezinho para a asneira deixou-se ficar, desta vez, em demi-pointes.

Como a farmacêutica não é a lavoura, decidiu proteger as unhas.
LNT
[0.037/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLX ]

Aníbal Afonso
Aníbal Afonso - Portugal
LNT
[0.036/2011]

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Afinal não votarei em Sócrates - declaração de voto

Sócrates AdidasAfinal, pensando bem, ainda não será desta que proporei, e nem sequer votarei, em José Sócrates.

Continuarei a votar (consciente e orgulhosamente) no Partido Socialista, como sempre votei, mas continuarei a não ser eleitor de Sócrates. E como só há uma altura para não votar em Sócrates, que é quando ele se candidata a Secretário-Geral do PS, lá terá de ser.

No entanto espero que Sócrates tenha, se não 100% dos delegados no Congresso, pelo menos 99%. Espero que a sua lista seja mega-hiper-extra maioritária, coisa a rondar a unanimidade, mesmo que os delegados se apresentem em dezenas de listas diferentes e contraditórias nas mesmas estruturas.

E antes que me desafiem a candidatar-me a Secretário-Geral (coisa vulgar cada vez que alguém do PS diz que não é apoiante de Sócrates) informo desde já que não serei candidato.
LNT
[0.035/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLIX ]

Fernando Valle
Fernando Valle - Portugal
LNT
[0.034/2011]

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Riscos

Maria José BritoÀs vezes sento-me no parapeito da minha janela do décimo sexto andar para fumar um cigarro e insistir com o meu pensamento que uma e outra coisa podem fazer percepcionar riscos demasiadamente fortes.

Faço-o conscientemente sabendo que um desequilíbrio será tão fatal como o cigarro que fumo, embora a queda seja menos provável que o cancro. No entanto todos se preocupam ao ver-me sentar no parapeito e os poucos que se preocupam com o cigarro fumado sobressaltam-se mais com o incómodo que lhes faço do que com aquilo que, garantidamente, me irá provocar a morte.

Estranho porque a possibilidade de cair do parapeito é tão remota como a de cair da cadeira onde me sento para lhes escrever este texto.
LNT
[0.033/2011]

Injustiças

Azlejos

Ana Benavente desancou no Sócrates.

Grande coisa! Todos os dias milhares de pessoas o fazem embora não sejam de bons ventos e isso não lhes dê o direito de sentirem o ódio de quem nunca perdoa a quem, sendo benavente, o faz.

Mundo injusto este onde até para se ser odiado por cascar no Sócrates é necessário ser de bons ventos ou de comer a dois carrilhos.
LNT
[0.032/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLVIII ]

Paula Rêgo
Jorge Sampaio - Paula Rêgo - Portugal
LNT
[0.031/2011]

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Vidrinhos

Carlos AlonsoTodos temos os nossos dias vidrinhos. Parece que a coisa está por um fio e que esse fio é tão ténue que pode partir sem qualquer aviso. Ao longo de uma vida já devo ter tido alguns desses dias, não muitos que foi sempre preciso andar para a frente, para o lado e até para trás, sem haver muito tempo para vitrais a não ser os de contemplação entre uma hóstia e outra (os castelhanos escrevem de forma diferente) à procura de soluções.

Mas hoje sinto-me assim. Por um fio, com o fio torcido, retorcido, esticado e moído.

Não sei se foi da conta do dentista e do atraso provocado para chegar ao trabalho, se foi por ter acordado vivo, se foi por causa do sabonete do banho estar quase transparente ou por me ter sido diagnosticada uma reforma lá para os sessenta e sete anos, coisa que estilhaça qualquer cristal.
LNT
[0.030/2011]