sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A água faz rãs

RãEsta frase do título é mais um dos muitos mitos que a língua portuguesa, agora em atentado ortográfico, inventou para nos vender outros vícios. Quer ela (a frase) dizer que é preferível beber vinho, o suco fermentado que o Botas afirmava ser o sustento de milhões de portugueses, do que manter a cabeça fresca. Um povo bêbado não chateia, mesmo sabendo que o que faz as rãs são os seus progenitores.

Vem isto a propósito de uns pensamentos estranhos que de vez em quando se bissectam pelas salas desta vossa barbearia.

A Helena surpreende-se, na caixa de comentários do registo 64, com o comportamento egípcio de Westerwelle, de Cameron e de Ashton admirando-se também com o estado da União. E eu estranho a Helena, mulher inteligente e fina que nem um pardal, por ter ainda o preconceito de reconhecer que isto já deixou de ser uma União há muito tempo, mais precisamente desde que se iniciou o caminho para o 4º Reich.

Pegando nos dois dedos de conversa sobre os três melros acima citados basta seguir as pistas para se perceber que o apetite é mais lato do que o Cairo e que no outro lado do Atlântico não se anda a dormir.

É aqui que a bissectriz se traça e, usando a Competitive Intelligence para levantar as pontas ao véu luso deixando de lado a ponta das burkas desviantes, o caminho deixou de ser atlântico para passar a interoceânico.

Confuso? Talvez pareça, talvez seja, principalmente para as elites papagueantes do regime que se preocupam mais em citar mortos do que em produzir pensamento que nos mantenha atentos.
LNT
[0.067/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLX ]

Gorongosa
Gorongosa - Moçambique
LNT
[0.066/2011]

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Outros voos

Águia

LNT
[0.065/2011]

O voo da borboleta

BorboletaSempre que passo por Berlim trago de lá alguma coisa que me interessa. Podia pegar nas alternativas mas deixo isso para os entendidos. Fixo-me na coisa da tenda e convenço-me de que é realmente assim: Nada fiz para que se reduzisse a dependência nacional de gente que à nossa pála manda passar os seus a pente de cartucheira. Sinto-me miserável por ter contribuido para os beijos e abraços que ecoaram daquilo que não deveria ter sido mais do que um bacalhau entre cliente e fornecedor.
E, se os baixinhos precisam de esticar mais o pescoço para mamar nas tetas da vaca, ao menos evitem engolir tanto ar e mordiscar a teta para que, da sofreguidão, não venham a bolsar o leite em excesso e o sangue que causam.
LNT
[0.064/2011]

As gaivotas não se empoleiram nas árvores

GaivotaUm assunto: Foi preciso andar todos estes anos distraído para só hoje ter reparado que as gaivotas não se empoleiram nas árvores. Quando passei na Praça de Espanha, perto do arco, reparei numa árvore com pombos, gaios, pardais, melros e restante passarada. As duas gaivotas que voavam em círculos, quando tinham de descansar, aterravam. A membrana entre os dedos retira-lhes a veleidade do galho, torna-as diferentes e, ainda assim, deixa-as intocáveis no porte e na elegância.

Gosto de gaivotas. Comem o que houver para comer, não se deixam ir em cereais e grãozinhos, voam mais alto do que a maioria das aves que se empoleiram e aterram com dignidade, nada parecido com o melro pimpão que, para as imitar, fez uma aproximação ao relvado e acabou espalhado no meio das ervas.

Outro assunto: As moções para o Congresso do PS já estão aí.

Assunto final: No princípio da Primavera as árvores começam a ter folhas. Dificulta um pouco o empoleiramento mas a passarada sente-se mais protegida.
LNT
[0.063/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLIX ]

Mar Ericeira
Mar bravo - Ericeira - Portugal
LNT
[0.062/2011]

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Olá Zeca

José AfonsoQuem diz que é pela rainha
Nem precisa de mais nada
Embora seja ladrão
Pode roubar à vontade
Todos lhe apertam a mão
É homem de sociedade

Acima da pobre gente
Subiu quem tem bons padrinhos
De colarinhos gomados
Perfumando os ministérios
É dono dos homens sérios
Ninguém lhe vai aos costados
José Afonso

LNT
[0.061/2011]

Lágrimas de crocodilo

Lágrima de CrocodiloMuitos dos mesmos, mesmíssimos, que agora carpidam os líbios, fizeram fila para entrarem na tenda do facínora que, para eles, deixou de ser um terrorista por ter mandado pagar (sem nunca ter sido julgado) as indemnizações aos familiares dos inocentes que condenou à morte nos céus da Escócia.

A geração do "hoje somos todos (qualquer coisa)" – penso que hoje sejam todos líbios e usem a foto da bandeira Líbia no seu avatar do Facebook – é ainda por cima normalmente selectiva e, se atirou todo o género de impropérios ao octogenário do Egipto que, mesmo sendo ditador, não mandou chacinar os seus contestadores, insiste que o septuagenário da Líbia é um revolucionário e não um terrorista.

Aqui, na Barbearia, os bois têm nomes e, tirando o Pedro Correia e mais meia-dúzia de bloggers, "não tenho de memória" de que há quatro anos o choro tenha sido tão forte.
LNT
[0.060/2011]

Ganhar-tempo

Brent LynchDe todas as expressões parvas, a mais parva e esbanjadora de todas (a seguir ao vale-o-que-vale, e à sociedade-civil), é a de ganhar-tempo.

Ganhar-tempo é uma aberração porque o tempo perde-se com a mesma lógica que cada segundo passado é menos um segundo para a morte.

Normalmente a expressão ganhar-tempo não é mais do que perder tempo e só serve para empatar.

Qualquer coisa do género:
"Meus caros, o trabalho está a apertar. Vamos dilatar o prazo para ganharmos tempo e podermos fazer isto mais descansados", ou
"enquanto os gajos não desembarcarem na Portela vamos ganhando tempo".
LNT
[0.059/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXVIII ]

Mar - Serrão
Mar - Portugal
LNT
[0.058/2011]

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Amazonas de camelos

Amazonas de KaddafiAfinal parece que o beduíno ainda não marchou para o colo do Chavéz. Consta nos meios diplomáticos que tem qualquer coisa a ver com o computador infantil que aguenta bombardeamentos, mas que ainda não contém a tenda do deserto nem as amazonas que lhe protegem o back, office.

Mesmo depois de Chavéz ter assegurado a el-Kaddafi que pretende igualar no poder Castro e dos Santos, o que garante a son amie Muammar poder ir para os braços das setenta virgens depois de longa e próspera vida terrena nas cataratas Parekupa-meru, o turra do 747 de Lockerbie diz que ainda não se sente preparado para abandonar o povo líbio que ele ama até à morte.

Entretanto a GALP, cheia de nervos, rói as unhas.
LNT
[0.057/2011]

As mazelas

Leão pataA carga que os listados desferiram ontem na PSP está ainda por explicar. Adultos, jovens e crianças em fúria, possivelmente perfumados com o jasmim da moda, como não conseguiam expulsar os diabos que os incomodavam, atiraram-se à polícia como gato a bofe e espatifaram o lote mais colorido das cadeiras que só eles sabem porque usam, em vez de ficarem em casa.

O leão assarapantado com tais desacatos já pediu à direcção cessante e à outra que ainda não se conhece mas que também há-de cessar, que abra um inquérito para apurar os factos. O bicho tem as patas cheias de picos. Não há quem lhos tire e, como o que se passa dentro das quatro linhas não interessa nada porque nada de interesse lá se passa, abriu a caça ao chui, desporto em moda no Magreb e nos raianos, em tempos memoráveis, confiscados aos sarracenos.

Como dizia um alarve que ontem foi caçado pelas câmaras da TV, os "ranhosos" não interessam nada. Hão-de ser sempre "ranhosos", o que constitui uma espécie de afirmação indexada à outra máxima da semana: - para se ser educado não basta ser rico.

O que isto está mesmo a precisar é que o Bundestag tome conta da praia e biqueire com a bota cardada o cu da Europa.

Hoje somos todos lagartos. Velada no Camões. Cuidem dos felinos. Libertem os prisioneiros, já!
LNT
[0.056/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXVII ]

Janela
Sharon Stone - Basic Instinct - USA
LNT
[0.055/2011]

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Conselho sábio

Raposa Cães

When you are in deep shit,
look straight ahead,
keep your mouth shut
and maintain your cool.

LNT
[0.054/2011]

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Chapéus há muitos

Chapéu

O mapa oficial dos resultados das eleições presidenciais de 23 de Janeiro, publicado hoje em Diário da República, refere um total de 4.431.849 votantes, menos 60.448 do que o inicialmente anunciado,4.492.297.
O documento foi aprovado pela Comissão Nacional de Eleições, com dois votos a favor, dois votos contra e duas abstenções, tendo o presidente, Fernando Costa Soares, exercido o voto de qualidade, sendo apontadas nas declarações de voto da reunião "incorrecções" e "erros" no apuramento geral da eleição.
(...)

Também o número de votantes eleitores inscritos é diferente, 9.543.550 contra os 9.656.797 anunciados no portal http://www.presidenciais.mj.pt na noite eleitoral, o que faz com que os seis candidatos registem todos um menor número de votos.
Assim, Cavaco Silva, reeleito para um segundo mandato como Presidente da República, perde 22.376 votos em relação aos resultados divulgados na noite eleitoral, Manuel Alegre 14.657, Fernando Nobre 10.486, Francisco Lopes 7.778, José Manuel Coelho 1.255 e Defensor Moura 337.

Isto somado aos casos de eleitores que não puderam votar é um caso de se lhe tirar o chapéu. Ou uma bela chapelada, como queiram. Tratem de ter respeitinho, estar caladinhos e não fazer ondas sff.

Nota para um comentário que caiu neste Blog:

Um alerta para todos os apoiantes do Manuel Alegre.
Na freguesia de Cacilhas-Almada Manuel Alegre teve 751 votos, segundo edital colocado na porta da junta.
Pasmem... Se forem ao site da CNE ver os resultados oficiais, Manuel Alegre em Cacilhas só tem 113 votos. Onde foram parar os restantes votos dos cidadãos de Cacilhas que votaram Alegre?
E será só em Cacilhas que há este erro?
Em primeiro lugar, há que exigir que a CNE corrija os números de Cacilhas.
Em segundo lugar, deveria de haver uma fiscalização rigorosa, para se ter a certeza, se os votos expressos em Alegre em cada Junta de Freguesia, correspondem na realidade aos números que a CNE tem divulgado.
Compete aos apoiantes de Alegre fazerem rapidamente esse trabalho, pois os editais na porta das juntas são tirados ao fim de uma semana, e depois será mais difícil dar com os gatos.
26 de Janeiro de 2011 22:34

Há silêncios tão silenciosos que nos dão cabo da moleirinha. Porque será que tudo isto não tem outro tratamento na comunicação social?
LNT
[0.053/2011]