domingo, 3 de abril de 2011

Cretinice

Águia e GatoAinda que a azia possa ser forte, há determinados momentos em que é preferível viver e deixar viver a escurecer e regar os nossos adversários.

Há muitas razões para ganhar e perder mas há uma que é sempre válida, quando se prende com as regras do jogo, que consiste no mérito.

Quando um País até consegue fazer do desporto mais uma ocasião para demonstrar a sua intolerância e os dirigentes do maior clube português transformam uma derrota num ressabiamento desesperado, está tudo dito.

A nossa águia não merecia tão mau comportamento.
LNT
[0.115/2011]

sábado, 2 de abril de 2011

Já fui feliz aqui [ DCCCLXXVIII ]

Jantar Alegro
Jantar do Blog Alegro (2011.04.01) - Palácio da Independência - Lisboa - Portugal
LNT
[0.114/2011]

A mim ninguém me cala *

PinóquioFoi, realmente, uma mentira do primeiro de Abril.

Talvez não seja impossível, mas será muito difícil que alguém me cale em troca do que quer que seja. Comovido pelo vosso interesse e simpatia (aqui, no Blog e no FB) estarei enquanto achar que tenha alguma coisa de interesse, ou até sem nenhum, que me dê satisfação partilhar com todos vós que têm a pachorra de me aturar e ler. Grande abraço deste vosso barbeiro digital.
LNT
* Expressão conhecida...
[0.113/2011]

sexta-feira, 1 de abril de 2011

É da vida

SPAA vida tem voltas imprevisíveis.

Quando abri esta loja há uns anos, nunca pensei que poderia ter de a vir a trespassar por razões ligadas a desafios incompatíveis com o corte de gadelha electrónico e o escanhoar fininho de opinião.

Mas a vida é o que é e existem propostas irrecusáveis. Ao colocar este SPA em suspensão não apresento despedidas porque a única que conheço é a morte.

Concretiza-se, hoje, a troca do meu silêncio em público por valores mais altos.
Até breve.
LNT
[0.112/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXXVII ]

Monica Belluci
Monica Belluci
LNT
[0.111/2011]

quinta-feira, 31 de março de 2011

Não é tudo a mesma coisa

o PS em Congressos (cronologia)


Em paralelo com a realização do XVII Congresso Nacional do PS, que se realizará na próxima semana, irá decorrer a exposição "o PS em Congressos" (cronologia).

Trata-se de uma viagem portuguesa iniciada antes da liberdade até ao presente, enquadrada por uma faixa cronológica e composta por um painel de imagens por Congresso representantes dos factos mais relevantes ocorridos entre a data da realização desse Congresso e o que se realizou a seguir.

Os painéis agrupam-se em conjuntos por Secretário-Geral e são complementados com audiovisual.
A equipa que produziu esta exposição foi composta por: Adelaide Condeço, Custódia Fernandes, José Neves, Luís Novaes Tito, Noémia Barroso e Osita Eleutério.
A promoção foi do Secretariado Nacional do PS representado por André Figueiredo.
Irá ler-se na folha incluída na pasta dos congressistas:
(...) "Coisas tão simples e normais nos dias de hoje como, por exemplo, o divórcio, o passaporte europeu, a livre expressão, o acesso à banda larga, a tolerância ao diferente e o reconhecimento de direitos iguais, o direito ao ensino público, a garantia de subsistência e de cuidados de saúde, a autonomia regional e a abolição do serviço militar obrigatório, foram conseguidas com o envolvimento dos socialistas e, na maior parte das vezes, por sua iniciativa e liderança.
É um orgulho pertencer a este grupo de milhões de cidadãos que sempre se bateram por Portugal e pela qualidade da cidadania." (...)

É também um orgulho ter participado nesta equipa maravilha que conseguiu concretizar, em menos de dois meses, uma exposição que, sendo forçosamente incompleta, permite demonstrar que "não é tudo a mesma coisa" e que aconteça o que vier a acontecer, o Portugal de hoje é muito melhor do que aquele que saiu da ditadura.

LNT
[0.109/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXXVI ]

Terra
Terra - Sistema Solar
LNT
[0.108/2011]

quarta-feira, 30 de março de 2011

Na Páscoa até os coelhos põem ovos

AR em obras - Fotos António ColaçoEle não suportava estar arredado da cadeira do hemiciclo. Manuela, a cruel, num dos seus últimos actos como chefe do baronato tinha-o excluído da importância dos pares.

Todos tinham o seu tempo de borla. Até Manuela, Pacheco e os outros perdedores. Ele, para aparecer, tinha de se arrastar pelos jantares da carne assada, tinha de convocar os media a recibo verde, inventar casos, dizer coisas, dar e levar abraços, beliscões e beijos, uma canseira.

Ele, o chefe, não podia suportar a sombra, o esforço, o dizer vazio para parecer que dizia, e os outros, os já ex, mantinham-se presentes nas imagens fugidias do Canal Parlamento, nos directos, indirectos e montagens, à entrada dos Passos Perdidos, à porta da casa de banho, nos corredores com a campainha a tocar, rodeados de flashes, de luzes da ribalta, de canetas pejadas de inutilidades e dos empurrões das estagiárias em busca de uma vida menos parva numa qualquer redacção.

Declarou-se farto e se não podia apresentar as suas razões para tal frustração, criou outras que se prendiam com o inevitável, fazendo da inevitabilidade o bode expiatório da sua raiva e enviou definitivamente a Nação para a condição de manada de mansos sem pasto nem ração.

Passos Coelho não suportou ser moeda má nem estar longe dos Columbanos e da talha doirada dos Passos que ainda haveremos de ver se não terão sido Perdidos.
LNT
Fotos: António Colaço
[0.107/2011]

الطيب محمد البوعزيزي‎

Mohamed BouaziziFez bem em lembrar.

Tarek al-Tayyib – trato-o pelo primeiro nome para parecer-lhes tão íntimo como os cínicos que o visitaram na sua agonia de 18 dias – é o sinal dos tempos, o resultado do desespero de quem nada mais tem do que a sua vida para protestar.

A Helena fez o mínimo que se pode fazer a quem prefere uma morte em protesto do que uma vida em escravatura. Bem-haja por isso.
LNT
[0.106/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXXV ]

Tobias e Mimi
Família Tobias - Lisboa - Portugal
LNT
[0.105/2011]

terça-feira, 29 de março de 2011

Do medo

Ron Mueck
Há gente que tem medo de tudo, até do seu reflexo no espelho. Até do espelho, não vá ele não o reflectir.

Há sempre alguém que nos diz: - tem cuidado, como canta o Represas.

Há sempre quem, de ter tanto medo, se esquece de viver. Quem prefira a vidinha à vida e morra de medo sem nunca se ter atrevido a correr o risco de morrer para o combater.

LNT
[0.104/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXXIV ]

Luises
Tempos de namoro - Lisboa - Portugal
LNT
[0.103/2011]

segunda-feira, 28 de março de 2011

Do sótão

FuryQuando eu era miúdo vivia com uma matilha de irmãos numa moradia em São Domingos de Benfica. Na nossa rua só haviam mais duas casas, outras moradias iguais à nossa que se distinguiam pela cor dos frisos da fachada.

Na casa ao lado moravam uns refugiados alemães da segunda grande guerra, talvez um pouco mais velhos que a minha mãe. Ele, alto e reservado. Ela, que tinha um nome que não sei escrever mas que soava em português “Fiuri” (a quem nós chamávamos Madame Fury – o Cavalo Selvagem, como tínhamos aprendido na série que na altura passava na televisão), fazia-nos tremer de medo cada vez que uma bola mais alta passava o muro e aterrava no meio das rosas do outro lado. Quase sempre cabia-me ter de ir buscar a bola, coisa própria para um dos mais novos que, com mais ou menos resmungos alemães, de lá regressava com o rabo entre as pernas mas com o esférico debaixo do braço.

A Madame Fury – o Cavalo Selvagem, ficou-me guardada num qualquer recanto da memória e foi preciso passarem todos estes anos para a rever, embora mais peituda e anafada, na figura de mad. Dorothea a barafustar no seu melhor alemão contra as tretas portuguesas, a falta de tempo de Cavaco e a infantilidade de Coelho.
LNT
[0.102/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXXIII ]

Évora
Évora - Alentejo - Portugal
LNT
[0.101/2011]

quarta-feira, 23 de março de 2011

Foi tudo muito rápido

Gunter GrassEle, omnipotente, deu-lhe na veneta e de três paus fez uma canoa em seis dias. Ao sétimo, em vez de descansar conforme previsto e porque ainda não se tinha inventado a bisca lambida, resolveu matutar e, da serradura dos três paus, fez o cavaco para que o fogo crepitasse e se incendiasse a pasmaceira.

Mais tarde, vendo o homem triste sacou-lhe uma costela e dela fez melhor uso. Tudo coisas aparentemente boas mas que são a razão de todas as preocupações.

Tudo Ele fez em seis dias, quase tantos como os que passaram tão rápido para tão lento pensamento, passamento, desforra, ou lá o que é.

Sei que dantes o tempo precisava de tempo. Os jovens iam passar férias abnegadas com a canhota debaixo do braço para o mato tropical, havia o dia da raça e a raça de gente que nos havia de ter calhado. Mas isso era dantes.

Agora o tempo passa sem que se dê por isso. Deve ser efeito da reforma.
LNT
[0.100/2011]