sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Má sorte ter o maldito Estado por patrão

PolvoO princípio de que os trabalhadores da Administração Pública têm de pagar todas as alarvidades realizadas neste país decorre do raciocínio de que eles não são trabalhadores, mas servidores do Estado.
É por isso que se criou o anátema de que um cidadão que tem por patrão uma entidade não sujeita às regras do trabalho (o Estado) é um trabalhador de segunda.

Ser trabalhador da administração pública é vulgarmente considerado uma condição menor do mundo trabalho e, para que o deixe de ser, é necessário que aos trabalhadores deste sector se passem a aplicar os mesmos mecanismos aplicados a todos os outros.

A alarvidade que representa o corte cego do 13º e 14º mês de todos os trabalhadores da Administração (mesmo considerando a distinção das margens mínimas) resulta da ignorância de quem tem obrigação de gerir a coisa pública.

Sendo claro:
a medida justa estaria na adopção dos critérios e regulamentos de trabalho que existem na privada, incluindo as regras que possibilitam o despedimento legal.
A um trabalhador da administração pública que não cumpra com os deveres de trabalho tem de ser aplicada a penalização geral, incluindo o despedimento. A um outro que seja cumpridor há que dar o mesmo tratamento dado no sector privado.

Só a anormalidade, a preguiça e a prepotência podem levar o Poder a aplicar a medida de ruptura unilateral do acordado para vencimento dos seus empregados, nivelando todos pelo grau zero.

É uma dupla injustiça.
A todos os funcionários públicos vai ser exigido que paguem os erros que são, directa ou indirectamente, da responsabilidade de todos os cidadãos e todos os funcionários públicos, incluindo os que trabalham tanto ou mais e melhor do que qualquer trabalhador do privado, pagarão com o seu trabalho não remunerado a falta de trabalho dos que nada produzem.
LNT
[0.450/2011]

Surdinas [ VIII ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Aldrabões
Era assim que o meu Avô, que Deus tem, costumava chamar à gente da laia desta que por aí anda. Mesmo que não me enganem, porque sempre soube ao que vinham, confirmo:
São uns aldrabões, uns vigaristas e uns ladrões que estão convencidos que nunca poderão ser presos por serem quem manda na polícia.
LNT
[0.449/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLXXXIV ]

Porcos - Mota
Mudança do Governo
LNT
[0.448/2011]

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Uma estrelinha que o guie

EspantalhoCheguei agora a casa e disseram-me, de raspão, que Passos Coelho foi à televisão. Fiquei contente por ter sabido que ele falou e aguardo notícias para conhecer do que falou. Sei que se fossem más notícias teria mandado o ministro dos Impostos.

Aposto que nos veio dizer que é um homem sério e que as promessas que fez há três meses são para cumprir.

Não creio que tenha sido o anúncio da luz no fundo do túnel, porque em campanha avisou que iria além da Troika, mas há-de ser uma luzinha qualquer, talvez da estrelinha que o guia.

Como nada mais sei vou dormir sossegado. Espero que nos sonhos apareçam os momentos em que Passos Coelho descansou a criancinha garantindo-lhe que nunca tocará nas prestações de Natal e de férias, embora metade do deste ano já tenha ido por causa do malandreco da Madeira.

Que sono! Boa noite e até amanhã.
LNT
[0.447/2011]

Cidadãos Contribuintes

Mão em estacaAinda sou do tempo em que os cidadãos eram conhecidos por contribuintes.
Um tempo em que os cidadãos inspiravam desconfiança a quem deles sacava. Um tempo em que os sacadores olhavam de soslaio os sacados por verem neles trafulhas sempre prontos a fugir ao sustento que os sacadores entendiam ser-lhes devido.
Um tempo em que se amealhava o que sobrava do pagamento aos senhores que sacavam e se fundia o amealhado em lingotes em vez de o transformar em apostas de futuro.

Depois fui de um tempo em que se chamou cidadãos aos contribuintes e em que, com aquilo que se lhes sacava, pagavam-se os ordenados aos sacadores e ainda havia contrapartidas (escolas, saúde, bem-estar, etc.). Nesse tempo passou também a ter de se sustentar alguns que viram nessas contrapartidas "janelas de oportunidade".

Agora sou de um tempo em que os contribuintes são chamados cidadãos-chulos que, não só reclamam por ter de sustentar os das "janelas de oportunidade", como insistem vergonhosamente em reclamar as contrapartidas por serem incapazes de reconhecer que "o dinheiro não chega para tudo" ou que "quem não tem dinheiro, não tem vícios".
LNT
[0.446/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLXXXIII ]

Amadeu Souza Cardoso
Amadeu Souza Cardoso - Portugal
LNT
[0.445/2011]

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Indignado, uma ova. Estou é troikado além da troika e mal pago

ManifConfesso não me sentir indignado. Estou chateado que nem um peru, ando irritado com esta treta permanente de me meterem a mão no bolso sem o meu consentimento e enfurece-me o desplante com que falam do meu dinheiro com se se tratasse de um subsídio estatal que recebo e não do pagamento do trabalho que desenvolvo.

Podia manifestar-me na rua, podia juntar-me ao fado português e ao destino, mas não o farei, pelo menos para já. Vou escrevendo o que me vai na alma e como sou muito menos ingénuo do que pensava ser há uns tempos, estou convencido que é mais útil seguir esse caminho do que me misturar nas bandeiras que nunca deixarão de ter por trás umas carinhas larocas ansiosas pelos brilhos da TV.

Não será muito influente a minha escrita. Porventura não é, mas também eu próprio não o sou, nem quero ser. Gosto desta minha condição de zé-ninguém embora me recuse a ser um Egas Moniz que alomba com os males do Mundo e abre o peito às balas para protecção dos que já estão protegidos por coletes e guarda-costas.

Confirmo. Não estou indignado.
Estou é cada vez mais farto e ... (esteve quase para sair palavrão)
LNT
[0.444/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLXXXII ]

Rousseau
Rousseau - Genebra - Suiça
LNT
[0.443/2011]

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Surdinas [ VII ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Diz o Presidente da República no seu FaceBook:
Amanhã farei uma conferência no Instituto Universitário Europeu de Florença sobre «As lições da crise do euro», uma das crises mais sérias da história da construção europeia.
A causa desta crise não reside no tratado que instituiu o euro nem é culpa apenas dos Estados membros com problemas de disciplina orçamental. A resposta tem de ser europeia, pronta e eficaz no curto prazo.
Partilho a informação de Sua Excelência porque vai ser interessante saber se a douta opinião de que se trata de "uma das crises mais sérias da história da construção europeia" é de agora ou se vem de há dois ou três anos.
LNT
[0.442/2011]

Corte-se a eito


LâminaDeixem-me partilhar convosco uma dificuldade de todos os dias.
Não há Conselho de Ministros em que cada um dos Ministros não reivindique isto ou aquilo para o seu Ministério.
A dificuldade consiste em ter de lhes explicar que não pode ser e que há que cortar a eito para se atingir os objectivos da Troika, tentando sempre ir mais além deles.


Não terá sido exactamente isto que o nosso Primeiro disse, mas não anda longe. Quando o Ministro Gaspar der a próxima conferência de imprensa para anunciar mais uns quantos impostos há-de por os bracinhos no ar e explicar gestualmente que o que o nosso Primeiro queria dizer, era que existiam um monte de palavras entre a expressão "corte-se" e a expressão "a eito".

O conceito é:
se num hospital, para dar uma injecção, for necessário um enfermeiro, um algodão com álcool, uma seringa, uma agulha e 20 gr. de um medicamento, pouco importa saber se actualmente o enfermeiro se faz acompanhar de um auxiliar de enfermagem para lhe levar o material e de um técnico especialista em desinfecção para passar o algodão com álcool, tanto faz que a seringa seja em unidose ou se está numa embalagem de duas, idem com a agulha, e pouco interessa se os 20 gr. de medicamento estão individualizados ou se têm de se retirar de uma quantidade maior, inutilizando-a.

Corte-se a eito, isto é, acabem-se com as injecções nos hospitais.
É mais fácil, é mais barato, é mais além de, e dá milhões.
LNT
[0.441/2011]

Surdinas [ VI ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Se dermos a Madeira como garantia do empréstimo da Troika, da mesma forma que damos como garantia a nossa casa quando pedimos um empréstimo para a comprar, devemos oferecer o Alberto João Jardim como penduricalho de promoção, da mesma forma como oferecemos a marquise que entretanto mandámos construir?
LNT
[0.440/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLXXXI ]

NY
Wall St. - NY - USA
LNT
[0.439/2011]

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Carunchos

CarunchoÉ tão lógico dizer que as eleições da Madeira representam a primeira derrota de António José Seguro como dizer (e ninguém diz porque seria uma calinada de igual calibre) que essas eleições representam a primeira chibatada em Passos Coelho ou que Paulo Portas deveria passar a ter mais um ou dois ministérios neste governo da República.

Também é possível dizer, utilizando a teoria do caruncho, que esta é a primeira derrota de Cavaco a quem Jardim trata por Sr. Silva, da Troika e de Merkel que andam enjoados com as patifarias do esconde-esconde jogado pelo soba ilhéu ou que, possivelmente, o Papa Bento teve uma derrota porque Jardim insiste em usar preservativo cada vez que nos dá cabo das finanças.

A extrapolação da política regional madeirense é mais uma esfoliação de que qualquer outra coisa.

Já para não falar que parte da penalização do PS/regional é ainda sequência daquela outra que fez Passos Coelho e Portas subirem ao poder, ou pensam que os portugueses (entre os quais os residentes na Madeira) já esqueceram aquilo que os fez votar PSD/PP há quatro meses?

De memória tenho que Jardim ganhou as eleições. O não sei quantos do CDS/Madeira teve um bom resultado em comparação com aquilo que detinha. O Maximiano Martins perdeu um deputado. Uns maluquinhos de relógio de parede ao peito ganharam deputados retirados ao PCP/Madeira e o fulano-de-tal do BE/Madeira só poderá ir ao Parlamento Regional se algum deputado regional o convidar para almoçar.

Não me lembro que AJS fosse, directa ou indirectamente, candidato.
LNT
[0.438/2011]

Alhos e bugalhos

AlhoPenso que andamos a misturar alhos com bugalhos. O PS Francês abriu-se a primárias para escolher o seu candidato a Presidente da Republica e não para a liderança do Partido coisa que, como é evidente, tem de ser tratado no interior do PS Francês.

A proposta de Assis era absurda exactamente porque misturou esses tais alhos com bugalhos.

E já agora mais uma coisa. Os candidatos que se apresentam às primárias francesas são todos pré-seleccionados pelo PSF. Das primárias há-de sair um deles.
LNT
[0.437/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLXXX ]

Pelourinho Barcelos
Pelourinho - Barcelos - Portugal
LNT
[0.436/2011]