terça-feira, 29 de novembro de 2011

Quem nasceu para lambreta, nunca chegará a automóvel

AudiJá referi inúmeras vezes que pouco me preocupa se os membros dos gabinetes são brancos ou pretos e ainda menos me preocupa se os governantes andam de patins, de triciclo ou de trotineta.

Existe Lei em Portugal e só me preocupa que a Lei não seja cumprida. Os gabinetes também estão controlados pela Lei e é por isso que posso espingardar quando vejo um chefe de gabinete a ganhar como um nababo, como acontece no gabinete Alvarinho.

De resto, incluindo a questão das habilitações que tanto encanitam os complexados, entendo que é determinante que uma assessoria técnica seja feita por gente com curriculum comprovado e que o facto de se implicar por não ser só com "gente habilitada" faz parte do provincianismo quadrado que continua a preferir um doutor a um sábio, ou um ignorante habilitado a um técnico reconhecido pelo mérito.

Com as viaturas a coisa não é muito diferente. Também aqui há regulamentação e percebo que um Ministro não possa andar de Vespa. Já me repugna que um chefe de gabinete, um assessor, um adjunto ou uma secretária utilizem viatura do Estado para uso pessoal.

Mas há uma coisa que me irrita, a sério, em tudo isto. Parece que o Ministro Mota Soares largou a lambreta para passar às mordomias dos topos de gama. Pareceu-me normal, não gastaria uma letra para aqui escrever sobre o assunto embora me parecesse que ele poderia ter sido mais modesto, em conformidade com aquilo que apregoa.

Acontece que o Ministro veio a público informar que, embora seja o estreante do bólide, não tem qualquer culpa do luxo a que se dá, uma vez que o carro já estava encomendado por Zorrinho (que há meses deixou o cargo sem nunca o ter chegado a ver). Vai sendo um hábito desta gente rir à gargalhada, gozar os proveitos e nunca assumir, com coragem e frontalidade, os seus próprios actos.

À pala da Troika impingem tudo o que sempre quiseram fazer servindo-se da muleta para esconder os seus verdadeiros intentos. Agora passamos a ter um Ministro vítima (coitadinho) do luxo.

Este Governo consegue anular contratos de TGV, de auto-estradas, de aeroportos, cortar salários aos cidadãos e não consegue anular um contrato de uma viatura de luxo para uso próprio?

E se fossem gozar com o Camões, já que não lhe conseguiram também anular o feriado...
LNT
[0.548/2011]

Já fui feliz aqui [ MXIII ]


Poemarma - Manuel Alegre / Mário Viegas - Portugal
LNT
[0.547/2011]

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Surdinas [ XX ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Há dias em que a alma me dói tanto que fico com a ideia de ter uma.

Nesses dias não sei se me devo ir nela ou se a devo guardar no bolso.
LNT
[0.546/2011]

Humanidade imaterial

GuitarraPovo que lavas no rio que talhas com teu machado
As tábuas do meu caixão
Há-de haver quem te defenda, quem compre o teu chão sagrado
Mas a tua vida não

Fui ter à mesa redonda beber em malga que esconda
Um beijo de mão em mão
Era o vinho que me deste, água pura, fruto agreste
Mas a tua vida não

Aromas de urze e de lama, dormi com eles na cama
Tive a mesma condição
Povo, povo eu te pertenço, deste-me alturas de incenso
Mas a tua vida não

Povo que lavas no rio que talhas com teu machado
As tábuas do meu caixão
Há-de haver quem te defenda, quem compre o teu chão sagrado
Mas a tua vida não.
Pedro Homem De Mello
LNT
[0.545/2011]

A atenção de Louçã



Ficamos contentes. A atenção de Louçã, a mesma que contribuiu para termos no poder a direita mais radical desde que a liberdade nos bateu à porta, é uma coisa fundamental. Diria mesmo que a democracia não poderia viver sem ela.

Louçã não entende, ou não quer entender, que as pessoas, os cidadãos, estão-se nas tintas para a atenção de Louçã e que a sua atenção não aquece nem arrefece porque ela e o próprio Louçã não fazem parte das soluções e só resultam em chinfrim.

Louçã comporta-se como as ratas de sacristia que morrem virgens com medo de que alguém as possa acusar de não fazerem bom sexo.

Adelante!
LNT
[0.544/2011]

Já fui feliz aqui [ MXII ]

Durão Barroso
Durão Barroso - Partida - Portugal
LNT
[0.543/2011]

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

CI

LuisE se a si lhe acontecesse começar o sábado de amanhã, a horas que nem lembram ao mafarrico, com uma sabatina, em ambiente militar, sobre guerra de informação/competitive intelligence?
Dizem que quem corre por gosto não cansa, mas àquela hora quem é que consegue correr?
LNT
[0.541/2011]

Por exemplo, no 25 de Novembro

Pesos
Jaime Neves, Tomé Pinto, Ramalho Eanes, Vasco da Rocha Vieira, Loureiro dos Santos...
Graças a estes e outros ainda hoje vivemos em liberdade.
LNT
[0.540/2011]

Raposices

Matilhas - Raposa Cães


O Raposo tem um primo, primário, burro e manipulador. Eu se tivesse um primo assim não publicava o que ele pensava porque me sentiria, no mínimo, tão burro, primário e manipulador como ele.

Se eu tivesse um primo que me inspirasse, como o primo do Raposo, tentava pensar um pouco antes de passar a inspiração à letra de um jornal porque poderia parecer, aos olhos que me lessem, que afinal o primo é mais esperto do que o Raposo porque tem o cuidado de não expor a sua imbecilidade publicamente.

Não conheço o Raposo, nem o primo do Raposo mas apetece-me dizer-lhes que um funcionário público é muito mais do que um empregado duma tasca qualquer, exigem-lhe mais do que numa tasca qualquer, ganha menos do que em qualquer tasca (ao contrário do que diz o coelho da mesma fábula do Raposo), implica colocações no cu de Judas, não tem carro como tem o primo do Raposo, nem telefone, nem almoçaradas com os amigalhaços para serem descontadas na empresa e incluídas nas declarações do IRS.

Não conheço o Raposo, nem o seu primo, mas gostaria que me explicassem porque terá o primo do Raposo ido trabalhar para a privada e não para o Estado. Teria sido porque sabia que no privado ganhava mais do que no público e ainda tinha todas as outras alcavalas? Se assim não foi, então o primo do Raposo ainda é mais burro do que parece, porque trocou o bom pelo mau.

Já agora, Raposo, diga ao seu primo burro e ressabiado, que se ele tivesse poupado na sua empresa privada e não tivesse andado a passear pelos congressos que se realizavam nas Caraíbas e lhe davam aquele ar dourado impecável para o engate entre dois outsourcing que fazia no Estado encostado aos esbranquiçados funcionários públicos enquanto eles pagavam, com os seus impostos, as escolas dos primos-segundos do Raposo e o hospital onde o tio do primo do Raposo foi tratado quando lhe deu um achaque (e caraças, os próprios que o trataram – médicos, enfermeiros, etc. – até eram também funcionários públicos), se ele tivesse poupado, dizia eu no início deste enorme parágrafo onde muito ficou por dizer, a tasca onde trabalha estaria em boa forma.

Claro que o envelope do fim do ano que lhe era entregue sem recibo também deu uma ajudinha na falência da empresa onde trabalha, embora na altura lhe parecesse imprescindível para as festarolas que gostava de fazer no Elefante Branco.

Só para acabar, Raposo. Informe o seu primo que os funcionários públicos não tem um quadro de excedentários, mas sim de mobilidade e onde as coisas não correm sempre tão bem como no subsídio de desemprego da amante do seu primo, aquela que nunca pôs os pés na empresa do seu primo, mas que lá conseguiu a declaração necessária. Diga ao seu primo que a ADSE é uma porcaria que não cobre o arranjo dos dentes embora se faça pagar com os descontos que os funcionários públicos têm de fazer para o efeito.

Diga-lhe que o despedimento na FP está iminente. Diga-lhe que há centenas de funcionários públicos que nos últimos anos tiveram de deixar de pagar os empréstimos das casas e tiveram de tirar os filhos dos estabelecimentos de ensino onde andavam.

Não se esqueça de aconselhar o seu primo, e já agora acompanhe-o, a ir a uma consulta de psiquiatria (aproveite as do SNS que são baratas).
LNT
[0.539/2011]

Já fui feliz aqui [ MXI ]

Leões - Jardim Zoológico
Jardim Zoológico - Lisboa - Portugal
LNT
[0.538/2011]

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Onde já chegou a Madeira


 Artigo 116.º
Órgãos colegiais



1. As reuniões das assembleias que funcionem como órgãos de soberania, das regiões autónomas ou do poder local são públicas, excepto nos casos previstos na lei.
2. As deliberações dos órgãos colegiais são tomadas com a presença da maioria do número legal dos seus membros.
3. Salvo nos casos previstos na Constituição, na lei e nos respectivos regimentos, as deliberações dos órgãos colegiais são tomadas à pluralidade de votos, não contando as abstenções para o apuramento da maioria.
Constituição da República Portuguesa
Se é verdade que estamos num Estado de Direito e que o Presidente da República tem de zelar pelo cumprimento da Constituição, a jardinice de estoirar com o nº 2 do art. 116 da Constituição não pode passar.
Já chegámos à Madeira, ou quê?
LNT
[0.537/2011]

Greve Geral 2011

Nota da Barbearia sobre a Greve Geral


O barbeiro e as suas colaboradoras não aderiram à Greve Geral de 2011 estando os amanhos a decorrer com a maior normalidade.

O barbeiro declara a seu apoio a todos os trabalhadores que usam a greve como meio legítimo de protesto e de defesa das conquistas que conseguiram, a pulso, desde que existe democracia em Portugal.

O barbeiro e as suas colaboradoras aderiram à Greve Geral de 2010 e a todas as anteriores em que o poder era da sua cor, como protesto e pressão sobre a forma como as políticas estavam a ser conduzidas, assumindo o seu desacordo e responsabilidades.

O barbeiro declara que não contribuiu minimamente para que o actual poder seja exercido desta forma tendo tido oportunidade de se pronunciar nas urnas eleitorais, onde deixou expresso que sabia ao que esta gente vinha.

O barbeiro, mesmo sabendo que o actual poder mentiu descaradamente na campanha eleitoral, nunca se deixou enganar e por isso não está desiludido nem com o actual Governo nem com o actual Presidente da República, uma vez que nunca se deixou iludir por eles.

Para terminar, o barbeiro e as suas colaboradores expressam a sua solidariedade com o Povo português que tem sido miseravelmente tratado e que, ou por ignorância ou desleixo, se alheia da vida política convencido que estas coisas não lhe dizem respeito.

Lisboa, Barbearia do Sr. Luís, 2011.11.24
LNT
[0.536/2011]

Já fui feliz aqui [ MX ]

Greve Geral de 2010
Greve Geral de 2010 - Portugal
LNT
[0.535/2011]