Uma cidadã europeia, simpática e charmosa, com uma conta bancária tão simpática como ela própria, propôs-se comprar ao Zorba uma pilha de pratos.
O Zorba acedeu com a condição de lhe vender os pratos em lote, ficando por conta da cidadã o risco de nesse lote haverem pratos lascados (o que pouco importava porque os pratos destinavam-se a ser partidos).
A cidadã, na posse do lote, retirou os pratos bons e com os lascados fez nova pilha que vendeu por atacado. Com o lucro propôs ao Zorba novo negócio igual informando-o estar disponível para o financiar.
Com esse financiamento o Zorba comprou nova pilha de pratos lascados e meia dúzia de pratos bons, misturou-os e vendeu o lote à cidadã.
O ciclo repetiu-se.
A cidadã tinha cada vez mais dinheiro e o Zorba ia dançando, embora cada vez tivesse mais dívidas, até que um dia a cidadã o informou de que já não queria mais pilhas de pratos e que pretendia que ele pagasse aquilo que lhe devia.
Como o Zorba não tinha esse dinheiro pediu à cidadã que lho emprestasse. A cidadã assim fez, o Zorba pagou-lhe e, de seguida, pediu perdão da nova dívida e suicidou-se.
A cidadã ofereceu-se para pagar o enterro do
Zorba com o dinheiro de uma cooperativa que entretanto tinha feito com outros cidadãos e perguntou ao
Manuel se ele tinha uma pilha de pratos para negociar com ela...
LNT[0.133/2012]