O Ministro das Finanças, como aqui foi dito na altura, deixou bem claro que cortar os 13º e 14º mês não era a medida estrutural. Na altura, o aperto do jornalista levou-o a quantificar a medida e essa significava 100.000 trabalhadores.
A justificação também foi dada: - A falta de dinheiro para indemnizações fazia com que se adiasse aquilo que se pretende inevitável.
O plano estava traçado, faltando só arrumar o ponto que ficava em suspenso. As indemnizações não se poderiam misturar com as aposentações.
É disso que se está agora a tratar.
Para despachar 100.000 trabalhadores é necessário cortar-lhes, durante dois anos (agora três ou mais), 2/14 dos vencimentos anuais. Com esse dinheiro indemnizam-se os despedimentos.
Fazendo as contas de forma simpática e dando vantagem às rescisões voluntárias, para melhor exemplificar, basta supor que falamos de um mês de ordenado por cada ano de trabalho, 35 anos de contribuições e 60 anos de idade, logo, 35 meses de indemnização.
Havendo a possibilidade da aposentação antecipada, bastava gerir a indemnização com cuidado para que o valor recebido compensasse a penalização da aposentação. Agora, sem a possibilidade de se aposentar antecipadamente e faltando cinco anos para o fazer, sem perspectivas de trabalho (o trabalhador tem 60 anos) e sem subsídio de desemprego, ficam a sobrar dois anos de miséria (5 anos -35 meses) a que se seguirão muitos outros de aposentação penalizada.
Lá vamos,
cantando e rindo, já não para o empobrecimento mas sim para a miséria. Tenham piedade de nós.
LNT[0.198/2012]