terça-feira, 17 de abril de 2012
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Bolas de cristal
Confrontado com a percepção de que já todos sabemos das falsidades emanadas do Governo e com o incumprimento de todas as suas promessas eleitorais, escudado num acordo de resgate por si exigido e que aos poucos transforma em coisa diferente da que foi negociada (e onde o PSD teve papel determinante) por um Governo em gestão sem alternativa, depois de ter visto derrotado por todos os Partidos representados na Assembleia da República e pela indiferença do Presidente da República uma proposta de solução apresentada pelos nossos parceiros europeus, Passos Coelho entrou agora na fase do não comprometimento.
O homem não sabe que quando se traça um projecto há que definir metas e nem sequer imagina que entre os instrumentos para previsão dos resultados de qualquer plano existem indicadores da evolução dos riscos assumidos, existem medidas de mitigação desses riscos e têm de existir planos de salvaguarda para o caso das ameaças passarem a configurar constrangimentos.
A triste figura que um decisor político (ou qualquer gestor) faz ao não se comprometer com metas para obtenção dos resultados é confrangedora. Tem sido essa miserável condição que levou o País à situação em que se encontra.
Ouvir Passos Coelho dizer que não se compromete porque não tem uma bola de cristal é compreender que andamos à deriva e que todas as medidas até agora tomadas mais não são do que um conjunto desgarrado de miserabilidades destinadas a ganhar (passar o) tempo, como se o tempo esgotado fosse algo que se ganhasse.
LNT
[0.212/2012]
O homem não sabe que quando se traça um projecto há que definir metas e nem sequer imagina que entre os instrumentos para previsão dos resultados de qualquer plano existem indicadores da evolução dos riscos assumidos, existem medidas de mitigação desses riscos e têm de existir planos de salvaguarda para o caso das ameaças passarem a configurar constrangimentos.
A triste figura que um decisor político (ou qualquer gestor) faz ao não se comprometer com metas para obtenção dos resultados é confrangedora. Tem sido essa miserável condição que levou o País à situação em que se encontra.
Ouvir Passos Coelho dizer que não se compromete porque não tem uma bola de cristal é compreender que andamos à deriva e que todas as medidas até agora tomadas mais não são do que um conjunto desgarrado de miserabilidades destinadas a ganhar (passar o) tempo, como se o tempo esgotado fosse algo que se ganhasse.
LNT
[0.212/2012]
domingo, 15 de abril de 2012
Tudo por escrever
Balada dos AflitosManuel Alegre apresenta "Nada está escrito", o seu mais recente livro de poesia.
Irmãos humanos tão desamparados
a luz que nos guiava já não guia
somos pessoas - dizeis - e não mercados
este por certo não é tempo de poesia
gostaria de vos dar outros recados
com pão e vinho e menos mais valia.
Irmãos meus que passais um mau bocado
e não tendes sequer a fantasia
de sonhar outro tempo e outro lado
como António digo adeus a Alexandria
desconcerto do mundo tão mudado
tão diferente daquilo que se queria.
Talvez Deus esteja a ser crucificado
neste reino onde tudo se avalia
irmãos meus sem valor acrescentado
rogai por nós Senhora da Agonia
irmãos meus a quem tudo é recusado
talvez o poema traga um novo dia.
Rogai por nós Senhora dos Aflitos
em cada dia em terra naufragados
mão invisível nos tem aqui proscritos
em nós mesmos perdidos e cercados
venham por nós os versos nunca escritos
irmãos humanos que não sois mercados.
Manuel Alegre
Será amanhã, dia 16, pelas 18:30, na Leya, em Lisboa, Rua Duque de Palmela, 4.
Lá estarei para me juntar à oração à Senhora dos Aflitos. Pode ser (embora pouco crente) que nos ajude a sair desta agonia que transforma seres humanos em escravos dos "mercados".
LNT
[0.210/2012]
Creiam, crentes
Ao contrário do que é costume neste estabelecimento, dou sequência a esta “corrente” da Blogos(fera) onde fui inserido pela mão da Joana Lopes.
Trata-se, pelo que apurei, de uma iniciativa também da Ana Cristina (e por ela experimentada na pastelaria onde medita) e, antes de me convencer a publicá-la, ensaiei-a tendo obtido os resultados anunciados.
Para que o comprovem aqui deixo o desafio aos seguintes 10 vizinhos:
João (Portugal dos Pequeninos), José (Abrupto), Gabriel (Blasfémias), Nuno (Cachimbo de Magritte), Mr. Brown (os Comediantes), Pedro (Delito de Opinião), Miguel (e Deus Criou a Mulher), Nelson (Espumadamente), João (Forte Apache) e ao próprio Pedro no website do PSD.
Trata-se, pelo que apurei, de uma iniciativa também da Ana Cristina (e por ela experimentada na pastelaria onde medita) e, antes de me convencer a publicá-la, ensaiei-a tendo obtido os resultados anunciados.
Para que o comprovem aqui deixo o desafio aos seguintes 10 vizinhos:
João (Portugal dos Pequeninos), José (Abrupto), Gabriel (Blasfémias), Nuno (Cachimbo de Magritte), Mr. Brown (os Comediantes), Pedro (Delito de Opinião), Miguel (e Deus Criou a Mulher), Nelson (Espumadamente), João (Forte Apache) e ao próprio Pedro no website do PSD.
LNT
Nota: O Miguel do "e Deus..." foi aqui incluido só para desanuviar.
[0.209/2012]
[0.209/2012]
sexta-feira, 13 de abril de 2012
Não concordo mas promulgo
Para que servirá a tecnicidade de quem se fez eleger com base no conhecimento detido se, depois de eleito, promulga aquilo com que não concorda?
Como essa não-cordância não é política, porque é a sua escola, então refere-se aos efeitos que resultarão das medidas que promulga.
Ou é sádico, ou pouco lúcido.
LNT
[0.208/2012]
Como essa não-cordância não é política, porque é a sua escola, então refere-se aos efeitos que resultarão das medidas que promulga.
Ou é sádico, ou pouco lúcido.
LNT
[0.208/2012]
Surdinas [ XLIII ]
(baixinho para que ninguém nos ouça)
O rapaz da vespa fez as contas à vida e concluiu que herdou uns mil milhões para pagar nos próximos anos e que a receita que provocou essa herança foi gasta no jogo do adormecimento.
Agora, tal como faz com as mordomias que usufrui mas de que se descarta, também faz de conta que a explosão que cozinhou foi engendrada pelos madraços que governa.
Ele sabe que cada passo destes é mais uma chumbada no coelho escondido no fundo falso da estatal Segurança Social.
LNT
[0.207/2012]
O rapaz da vespa fez as contas à vida e concluiu que herdou uns mil milhões para pagar nos próximos anos e que a receita que provocou essa herança foi gasta no jogo do adormecimento.
Agora, tal como faz com as mordomias que usufrui mas de que se descarta, também faz de conta que a explosão que cozinhou foi engendrada pelos madraços que governa.
Ele sabe que cada passo destes é mais uma chumbada no coelho escondido no fundo falso da estatal Segurança Social.
LNT
[0.207/2012]
Sombras
Fico na dúvida se a austeridade se destina a melhorar ou a manter os negócios resistentes a todos os impactos.
Tenho por teoria que, ao contrário do que se ouve vulgarmente nos autocarros, a culpa de tudo isto não é dos Partidos políticos mas sim de um grupo de interesses que gravita por aí e a quem é indiferente os detentores do poder político.
Esse grupo instalado desde sempre consegue que os seus testa-de-ferro flutuem em qualquer mar e, mesmo quando simulam o seu afundamento, é para manobrar mais submersamente os cordelinhos que movimentam. As reformas não passam de uma peça da engrenagem inteligentemente manipulada para eliminar todos os grãos de areia que a fazem patinar.
O que tem mudado nos últimos tempos são as fontes de receita. As sombras sabem o que os políticos não sabem e sabem sobreviver ao trânsito dos políticos.
Pouco lhes interessa a fonte de receita. Tanto lhes faz que jorre pelo aumento de receita ou pela diminuição de despesa. A máquina não é pública nem privada, nem de direita nem de esquerda, nem laranja, rosa, azul ou vermelha. É-lhe indiferente a vida e a morte. Não se importa de pagar desde que possa continuar em movimento.
O resto é espuma que as sombras borbulham para camuflar a sua existência.
LNT
[0.206/2012]
Tenho por teoria que, ao contrário do que se ouve vulgarmente nos autocarros, a culpa de tudo isto não é dos Partidos políticos mas sim de um grupo de interesses que gravita por aí e a quem é indiferente os detentores do poder político.
Esse grupo instalado desde sempre consegue que os seus testa-de-ferro flutuem em qualquer mar e, mesmo quando simulam o seu afundamento, é para manobrar mais submersamente os cordelinhos que movimentam. As reformas não passam de uma peça da engrenagem inteligentemente manipulada para eliminar todos os grãos de areia que a fazem patinar.
O que tem mudado nos últimos tempos são as fontes de receita. As sombras sabem o que os políticos não sabem e sabem sobreviver ao trânsito dos políticos.
Pouco lhes interessa a fonte de receita. Tanto lhes faz que jorre pelo aumento de receita ou pela diminuição de despesa. A máquina não é pública nem privada, nem de direita nem de esquerda, nem laranja, rosa, azul ou vermelha. É-lhe indiferente a vida e a morte. Não se importa de pagar desde que possa continuar em movimento.
O resto é espuma que as sombras borbulham para camuflar a sua existência.
LNT
[0.206/2012]
quinta-feira, 12 de abril de 2012
Um raio que os parta
O coisa que mais me põe "puto da vida" é quando uma gentalha que nunca conseguiu, sequer, educar o cão para que não faça xixi na alcatifa, consegue convencer um povo a dar-lhes poder para que o possa capar.
Fazer uma lei para proibir que alguém possa fumar no seu próprio carro é um acto próprio de gente incapaz de compreender a liberdade dos outros. E isto anda tudo ligado, como dizem por aí. É esta mesma gentalha que decreta também para que as escolas deixem de ministrar a disciplina do civismo.
Não é uma questão de estilo, mas uma cultura de autoritarismo, de despotismo, de interferência e de imposição. Houvesse alguém, daqueles que sempre cuspiram para o chão e a quem nunca alguém chateou, que lhes escarrasse num olho.
Censores, beatos, prepotentes, impotentes ou o raio-que-os-parta.
LNT
[0.204/2012]
Fazer uma lei para proibir que alguém possa fumar no seu próprio carro é um acto próprio de gente incapaz de compreender a liberdade dos outros. E isto anda tudo ligado, como dizem por aí. É esta mesma gentalha que decreta também para que as escolas deixem de ministrar a disciplina do civismo.
Não é uma questão de estilo, mas uma cultura de autoritarismo, de despotismo, de interferência e de imposição. Houvesse alguém, daqueles que sempre cuspiram para o chão e a quem nunca alguém chateou, que lhes escarrasse num olho.
Censores, beatos, prepotentes, impotentes ou o raio-que-os-parta.
LNT
[0.204/2012]
quarta-feira, 11 de abril de 2012
Entre as Brumas
A memória já não é o que era. Por vezes tolda-se e não fosse o espírito sebastiânico da coisa que a envolve, varria-se a aprendizagem nestes tempos de fuga e de esquecimento.
A Joana funciona na actualidade e usa intensivamente a experiência do passado para previsão do além. Faz isso quase todos os dias em vários espaços e, há cinco anos, faz isso no Melhor Blog Individual de 2011.
Fá-lo tão bem que até parece que estas coisas se conseguem sem esforço.
O Brumas é um agregador de referências, um NAS, um servidor de arquivo da escola da Big Blue.
Para a Joana Lopes fica o agradecimento por nos dar continuidade na Network e o pedido para que não deixe de o fazer.
LNT
[0.202/2012]
A Joana funciona na actualidade e usa intensivamente a experiência do passado para previsão do além. Faz isso quase todos os dias em vários espaços e, há cinco anos, faz isso no Melhor Blog Individual de 2011.
Fá-lo tão bem que até parece que estas coisas se conseguem sem esforço.
O Brumas é um agregador de referências, um NAS, um servidor de arquivo da escola da Big Blue.
Para a Joana Lopes fica o agradecimento por nos dar continuidade na Network e o pedido para que não deixe de o fazer.
LNT
[0.202/2012]
Pascoalidades
O vilão Marcelo sacou de toda a sua ciência de direito na missa do passado dia de Aleluia e desancou o futuro Primeiro-Ministro, tendo ainda aproveitado para lhe mandar uns recados sobre com quem ele deve, ou não, dialogar (fundamentou com a sua própria experiência).
Afinal, pensa o vilão, não ter sido vil, só que tornou a sê-lo por não ter pedido desculpa pelo termo "golpaça" que foge dos canhenhos do direito e revela o processo de intenções em que Rebelo de Sousa é useiro e vezeiro. Mas Marcelo é assim mesmo e nunca é capaz de um pedido de desculpas. Mais uma Vichyssoise.
Não no Domingo, mas já em pleno festejo de ressurreição, Jesus foi a Alvalade sabendo de antemão que o período não lhe era favorável e veio de lá açoitado.
Quanto ao Coelho levou a conversa caseira para lá do Cabo das Tormentas. Nunca perde uma oportunidade, nem quando anda por fora, para nos azucrinar a paciência.
A Páscoa é assim mesmo. Os reinícios seguem dentro de momentos.
LNT
[0.201/2012]
Afinal, pensa o vilão, não ter sido vil, só que tornou a sê-lo por não ter pedido desculpa pelo termo "golpaça" que foge dos canhenhos do direito e revela o processo de intenções em que Rebelo de Sousa é useiro e vezeiro. Mas Marcelo é assim mesmo e nunca é capaz de um pedido de desculpas. Mais uma Vichyssoise.
Não no Domingo, mas já em pleno festejo de ressurreição, Jesus foi a Alvalade sabendo de antemão que o período não lhe era favorável e veio de lá açoitado.
Quanto ao Coelho levou a conversa caseira para lá do Cabo das Tormentas. Nunca perde uma oportunidade, nem quando anda por fora, para nos azucrinar a paciência.
A Páscoa é assim mesmo. Os reinícios seguem dentro de momentos.
LNT
[0.201/2012]
terça-feira, 10 de abril de 2012
Miserere nobis
O Ministro das Finanças, como aqui foi dito na altura, deixou bem claro que cortar os 13º e 14º mês não era a medida estrutural. Na altura, o aperto do jornalista levou-o a quantificar a medida e essa significava 100.000 trabalhadores.
A justificação também foi dada: - A falta de dinheiro para indemnizações fazia com que se adiasse aquilo que se pretende inevitável.
O plano estava traçado, faltando só arrumar o ponto que ficava em suspenso. As indemnizações não se poderiam misturar com as aposentações.
É disso que se está agora a tratar.
Para despachar 100.000 trabalhadores é necessário cortar-lhes, durante dois anos (agora três ou mais), 2/14 dos vencimentos anuais. Com esse dinheiro indemnizam-se os despedimentos.
Fazendo as contas de forma simpática e dando vantagem às rescisões voluntárias, para melhor exemplificar, basta supor que falamos de um mês de ordenado por cada ano de trabalho, 35 anos de contribuições e 60 anos de idade, logo, 35 meses de indemnização.
Havendo a possibilidade da aposentação antecipada, bastava gerir a indemnização com cuidado para que o valor recebido compensasse a penalização da aposentação. Agora, sem a possibilidade de se aposentar antecipadamente e faltando cinco anos para o fazer, sem perspectivas de trabalho (o trabalhador tem 60 anos) e sem subsídio de desemprego, ficam a sobrar dois anos de miséria (5 anos -35 meses) a que se seguirão muitos outros de aposentação penalizada.
Lá vamos, cantando e rindo, já não para o empobrecimento mas sim para a miséria. Tenham piedade de nós.
LNT
[0.198/2012]
A justificação também foi dada: - A falta de dinheiro para indemnizações fazia com que se adiasse aquilo que se pretende inevitável.
O plano estava traçado, faltando só arrumar o ponto que ficava em suspenso. As indemnizações não se poderiam misturar com as aposentações.
É disso que se está agora a tratar.
Para despachar 100.000 trabalhadores é necessário cortar-lhes, durante dois anos (agora três ou mais), 2/14 dos vencimentos anuais. Com esse dinheiro indemnizam-se os despedimentos.
Fazendo as contas de forma simpática e dando vantagem às rescisões voluntárias, para melhor exemplificar, basta supor que falamos de um mês de ordenado por cada ano de trabalho, 35 anos de contribuições e 60 anos de idade, logo, 35 meses de indemnização.
Havendo a possibilidade da aposentação antecipada, bastava gerir a indemnização com cuidado para que o valor recebido compensasse a penalização da aposentação. Agora, sem a possibilidade de se aposentar antecipadamente e faltando cinco anos para o fazer, sem perspectivas de trabalho (o trabalhador tem 60 anos) e sem subsídio de desemprego, ficam a sobrar dois anos de miséria (5 anos -35 meses) a que se seguirão muitos outros de aposentação penalizada.
Lá vamos, cantando e rindo, já não para o empobrecimento mas sim para a miséria. Tenham piedade de nós.
LNT
[0.198/2012]
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