terça-feira, 21 de agosto de 2012

Xeque ao cão

JornaisConfirma-se que, em Agosto, é difícil de descobrir aquilo a que os jornalistas chamam uma boa notícia.

Confirma-se, também, que difícil não quer dizer impossível e o Público faz essa prova.

À falta de uma caixa com o dono mordeu o cão e sabendo que quem não tem cão, caça com gato, o nosso matutino arrancou com caixa melhor:

Kasparov arrisca cinco anos de prisão por morder polícia em Moscovo

Com um só título salvou a edição de hoje e ainda aproveitou para inovar.

O xadrezista mordeu o cão é muito mais silly.
Ainda para mais numa notícia onde se refere que o acontecimento tem a ver com uma manif em defesa de punk pussies.
LNT
[0.381/2012]

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Sol e sombra

CínicoEm Agosto não se discute política. Quando muito, utilizando a semântica vulgar-passista, mandam-se uma bocas sobre política, nada de muito sofisticado ou profundo, nada que vá além de reflectir sobre a toalha do Primeiro-Ministro e sobre se o seu tamanho xl está imaculado de areia por ser sacudido por um, dois, ou três gorilas.

Até mesmo nós, os blogo-palpiteiros, nos vemos à rasca para mandar porcaria para a ventoinha, tão entretidos que andamos com as minissaias e os decotes das estrangeiras que desfilam despreocupadas e não querem saber se os machos latinos estão, ou não, na situação de coiso.

A crise que se lixe até porque as eleições ainda vêm longe e neste momento o horizonte cinge-se à curiosidade dos romances e das ficções deixadas para ler no verão ao fim da tarde, na esplanada de recobro da azáfama dos protectores solares. Os cartões de crédito que fervam e os troikos que se preocupem para justificar os chorudos salários que ganham independentemente da crise e que se mantenham brancolas e suem as estopinhas do estio na companhia dos escalonados para os acompanhar, que só irão para o bronze quando os tipos se forem de cangalhas balbuciar ao mundo o nosso bom desempenho e o cumprimento, em excesso de zelo, da obediência às regras de empobrecimento na metodologia do “custe o que custar para além”.

Parem de resmungar com as praias atafulhadas de barrigudos a jiboiar do regabofe do pote.

Em Agosto, como disse, não se discute política. Mandam-se umas bocas, papam-se umas arrozadas e prontos.
LNT
[0.380/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXI ]

Praia d'el Rey
Praia d'el Rey - Óbidos - Portugal
LNT
[0.379/2012]

sábado, 18 de agosto de 2012

Há muitas formas de visitar as Maldivas

MaldivasPode-se ficar num dos milhares de resorts de papo para o ar à espera que o mar se mexa e nos venha molhar à cama;

Pode-se ficar repimpado num regabofe de marisco servido por autóctones entre mesuras e massagens;

Pode-se ficar besuntado no mel com açafrão de um pote chegado do continente;

Pode-se ficar lixando para tudo isso, ligar a ventoinha e apanhar na tromba a trampa que, tal como nós, aqueles que nos servem não deixam de fazer.

Há muitas formas, ao contrário do que pensam os formatados, para se visitar as Maldivas.

Pode-se ficar hospedado num barco, em vez de se ficar fixado num atol, para visitar todos os atóis que nos apetecer.

Mesmo nas Maldivas, um metro e meio acima do nível do mar, a liberdade é o melhor nível para se estar.
LNT
[0.378/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLX ]

Maldivas
Republic of Maldives
LNT
[0.377/2012]

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Andam aos figos

Duque de PausAnda tudo doido e quem não anda doido, anda aos figos pelo Allgarve. Se não andasse tudo doido (todos doidos) alguém evitaria que Álvaro fosse a um canal de televisão dizer as mais diversas coisas que lhe passam pela cabeça.

Aliás, a mesma lei que proíbe que alguns trabalhadores do sector Estado ganhem mais do que o Presidente da República deveria conter uma disposição que impedisse que qualquer titular pudesse fazer declarações mais alucinadas do que as que são proferidas pelo primeiro-ministro.

Quando Álvaro afirmou a Crespo, seu compagnon de voyage que por ele puxou cortando-lhe sempre o fim das frases para que se não comprometesse nas conclusões, que as reformas estruturais que já fez estão a dar resultados no equilíbrio das diversas balanças com o exterior, deu um sinal claro da língua-de-trapos com que esta gente mantém o regabofe em que está atolada desde que deitou a mão ao pote.

É verdade que as balanças se estão a equilibrar mas nada tem de verdade que esse equilíbrio advenha das “medidas estruturais” do Ministro Álvaro. Elas decorrem única e exclusivamente de dois factores que são a diminuição de importações devido aos cortes de salários, aos saques do fisco e ao desemprego que empobrecem todos os cidadãos e à razoável capacidade de se manterem as exportações.

Todos sabemos que o decréscimo de importação, mesmo que as exportações não aumentassem, provocaria o equilíbrio das tais balanças. O que isso não significa, antes pelo contrário, é que a economia esteja melhor, porque ela só estaria melhor se nós equilibrássemos essas balanças com produção. Todos sentimos na pele que o ”custe o que custar” significa empobrecimento.

Se todos conseguirmos morrer antes de usufruir das reformas para que descontámos a vida inteira, a questão das reformas fica resolvida. Se baixarmos a importação de matérias-primas e de combustíveis devido ao fecho das fábricas que os importavam, conseguiremos o equilíbrio das balanças de que Álvaro julga ser o fiel.

Do coiso salvou-se o velado aviso de imposição de orelhas de burro que fez a Passos Coelho quando o informou pela televisão que ensina aos seus alunos o contrário daquilo que Pedro anunciou no Allgarve.
LNT
[0.376/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLIX ]

Cascais
John Bull - Cascais - Portugal
LNT
[0.375/2012]

Free Pussy

Pussy Riot

Esta coisa da liberdade de expressão é uma chatice tanto na Madeira como em Moscovo. Amanhã deverá saber-se o que espera as Pussy Riot mas seria preferível que elas nem sequer tivessem de estar a aguardar esse veredicto.

A Barbearia associa-se, como é evidente, ao apelo para que libertem as miúdas.

Em seu lugar prendam o pessoal que andou a ganhar com o BPN aquilo que nos fez perder os subsídios de férias e de Natal. Se não os conseguirem julgar cá, peçam ajuda aos tribunais russos.
LNT
[0.374/2012]

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O mitomaníaco


Percebe-se que Passos Coelho possa dizer as coisas que diz sem se rir. Percebe-se também que o discurso de Passos Coelho feito ontem no Pontal possa conter frases mentirosas ditas com o mesmo ar com que ele, em campanha, garantiu à miúda que o abordou que nunca cortaria subsídios de férias ou de Natal.

Leio na Wikipédia que:

A mitomania (ou mentira obsessivo-compulsiva) é a tendência patológica mais ou menos voluntária e consciente para a mentira. Normalmente, as mentiras dos mitomaníacos estão relacionadas a assuntos específicos, porém podem ser ampliadas e atingir outros assuntos em casos considerados mais graves...

...Justamente pelos mitómanos não possuírem consciência plena de suas palavras, os mesmos acabam por iludir os outros em histórias de fins únicos e práticos, com o intuito de suprirem aquilo de que falta em suas vidas. É considerada uma doença grave, necessitando o portador dela de grande atenção por parte dos amigos e familiares.


E a Wikipédia diz ainda mais sobre mitomania.

Vão lá ver e, depois de reouvirem a discurseta de Coelho (se conseguirem), preparem uma tese porque possivelmente será aceite para equivalência a doutoramento.
LNT
[0.373/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLVIII ]

o banho do papagaio
Pontal - Algarve - Portugal
LNT
[0.372/2012]

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Podiam fazer a festa do Pontal no Alfeite

CapSeria uma questão de coerência. Seria uma precaução de segurança. Seria uma extensão do bunker onde andam refugiados vai para ano e picos. Seria a utilização de uma terra de ninguém onde poderiam acolher os seus parceiros de coligação. Finalmente, seria a forma de darem alguma utilidade aos meios submarinos perdidos no meio dos papéis que fizeram perder.

Não só Portas poderia usar o “cap” da Navy e as condecorações de Rumsfeld, como os seus anfitriões poderiam apresentar-se de galochas para evitarem molhar os pés no lastro que não pára de jorrar sempre que o INE faz mais uma divulgação dos números resultantes da política de empobrecimento que insistem em levar a cabo.

Poderiam igualmente fazer discursar o soba madeirense já que ele prescindiu da sua festarola de Chão de Lagoa na sequência da queimada que afligiu a nossa Pérola do Atlântico.

Se fizessem a festa do Pontal no Alfeite podiam aproveitar a capela da Escola Naval para que Cristas rezasse por chuva, para que a outra senhora loira da justiça (de quem não se pode dizer o nome), vestisse o camuflado dos fusos para ficar invisível, para que Crato se voltasse a fazer Prior e para que Macedo levantasse as mãos ao céu e orasse uma prece em memória dos defuntos que vai enterrando.

Seria também o local próprio para que Álvaro reencarnasse o Adamastor e para que Pedro se penitenciasse das coberturas que Marcelo sentencia que Coelho faz a Relvas ao invés das que Relvas, sem equivalências, lhe deveria fazer a ele.
LNT
[0.371/2012]

sábado, 11 de agosto de 2012

We all live in a yellow submarine

Submarino Portas

Afinal, segundo parece, os submarinos eram mesmo amarelos.

Há arquivos emergidos e há outros submersos.

Prevê-se que, mais tarde ou mais cedo, apareça alguém a dizer que foi o Sócrates que escondeu os papeis.

Full speed ahead, mister Paulo, full speed ahead!
Full speed over here, sir!
Action station! Action station!
Aye, aye, sir, fire!
Heaven! Heaven!

LNT
[0.368/2012]