quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Spin

MochoPaulo Gorjão anda pelos Blogs, pelo menos, há tanto tempo como eu. Uma eternidade.

O Bloguítica que se publicava no escurinho da noite de Bruxelas (ou por lá perto) é uma referência para quem respeita, mesmo na discordância, essa coisa que nos é comum.

Os Blogs, já mil vezes decretados mortos pelos moribundos, são a genica de quem nunca teve medo de dar a cara. Excluem-se os anónimos porque esses esgrimem na esperança de que os touchés lhe passem ao lado.

Vem esta conversa a lume porque, distraído, ainda tinha Paulo como suspenso. Mas não, está blogovivo e escreve hoje a Pedro uma epístola de súplica.

E mais não digo porque aguardo que Portas, outro Paulo, faça de Pilatos.

Ámen.
LNT
[0.419/2012]

terça-feira, 11 de setembro de 2012

De cu pra cima, de cu pra baixo

Vai estudar Relvas
No tempo em que era menino, de cu pra baixo, como Coelho ainda é hoje, de cu pra cima, brincava-se em português, de cu pra cima, porque se sabia português, de cu pra baixo.

Esta forma de falar, de cu pra cima, era um exercício que auxiliava a formar frases, de cu pra baixo, e dava alguma destreza na articulação do que se dizia, de cu pra cima.

Na sexta-feira ouvimos Passos Coelho, de cu pra baixo, dizer aos portugueses que tinham de se por a jeito de serem esmifrados, de cu pra cima.

Hoje, de cu pra baixo, ouvimos Gaspar dizer que seria doloroso suportar mais um ano, de cu pra cima, mas que passado esse tempo iriamos todos ficar muito mais aliviados, de cu pra baixo.

Entretanto, de cu pra baixo, Cavaco e Portas continuam mudos e quedos, de cu pra cima.
LNT
[0.418/2012]

Hoje é dia de bola

Gaspar, Coelho, Relvas
Como hoje é dia de bola e se prevê que o esférico possa trazer algum entretimento aos espíritos, Gaspar, Ministro das Coiso, aproveitará para informar o País das conclusões que a troika retirou do novo pacote que Gaspar lhe sugeriu.

Não se prevê nada de bom novo embora a lenta linguagem usada seja inovadora conforme determina o guião de chavões criado pelo poder. Desta vez vai ser desenvolvida uma tese de combate ao desemprego através do embaratecimento do trabalho, do empobrecimento dos contribuintes e do aumento dos dividendos que chineses, angolanos, venezuelanos e outros democratas vão repartir entre si.

Entretanto Relvas faz saber, a partir de Copacabana onde anda refugiado para que os jornalistas portugueses não o possam questionar sobre se já conseguiu outra nova equivalência devido aos relevantes serviços prestados à Pátria, que “O Governo nunca faltou com a verdade..." o que nos deixa mais descansados por constatarmos que o clima de mentira e propaganda continua intocável e que o estilo charlatão não ficou beliscado pela cacetada que tem levado dos atiradores de porcaria para a ventoinha, nomeadamente, pelos histéricos piegas que lhe pagam as passeatas a Terras de Vera Cruz.

O soporífero governamental já está em estágio e a equipa de arbitragem já está comprada.

Fujam das televisões.
Fica o alerta.
LNT
[0.417/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXXIV ]

Porto Covo
Porto Côvo - Alentejo - Portugal
LNT
[0.416/2012]

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Enquanto Portas dormia *

Paulo PortasNa movimentação dos espiões que circulavam livremente e passavam os saberes públicos aos privados que lhes pagavam favores e mordomia,
Portas dormia para fazer que não via.

Na movimentação dos estrangeiros que adquiriam as jóias da coroa a valor de saldo para depois empregar os que lhe davam guarida e outra simpatia,
Portas dormia para fazer que não sabia.

Na movimentação das copiadoras e dos dossiers que submergiam para que a História não contasse a conta pública que aparecia,
Portas dormia e fingia.

Na movimentação dos saques que se abatiam sobre os cidadãos para dar mais gordura ao gordo que no Estado se mexia,
Portas viajava e fingia que dormia para fazer que não via, nem sabia.

Enquanto Portas dormia,
Todos e tudo se espremia,
ele de conta fazia,
ele nada sentia e mentia,
ele de todos se escondia,
e mais do que qualquer outro, fingia.
* Título inspirado numa obra de Domingos Amaral
LNT
[0.415/2012]

Surdinas [ LV ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Má sorte nascer-se Marcelo.

Aos tacanhos, mesmo sem perdão, ainda se dá desconto. A ascensão ultra sónica não deu tempo, aos botas, para serem gente. Mas para os Marcelos (alguns, que não estes de que falo, que me desculpem) não há desconto nem perdão. Tinham obrigação e escola para serem melhores do que os tacanhos (botas e láparos) e só o não o foram, nem são, porque preferem ser malvados.
Sejam Caetanos ou Sousas.
LNT
[0.414/2012]
Aconselho a leitura de JM Correia Pinto (Politeia)

O Povo será sereno?

Palácio São Bento em obras

A estória conta-se em meia-dúzia de linhas e é importante que se conte para que fique de registo aos esquecidos.

O Governo anterior (aquele que o PSD, CDS, PCP e BE fizeram cair com a bênção do Presidente da República), num dos seus três PECs apresentados em 5 anos de função, cortou 10% dos salários dos trabalhadores da administração pública tendo a medida sido considerada excepcional e temporária (porque nunca fez sair o diploma legal com a nova tabela de vencimentos).

O actual Governo nomeado pelo Presidente da República, ambos eleitos com a maior abstenção da história pós-liberdade, composto pelos Partidos que exigiram o recurso à Troika (e o PSD – com Catroga - foi parte activa das negociações e condições para que ela viesse) numa estratégia de tomarem o poder tendo um álibi que os desresponsabilizasse daquilo que queriam fazer (a teoria do “para além da Troika custe o que custar” é a prova) e ainda na estratégia de manipulação da opinião pública através do chavão de ter sido o governo anterior a chamar os estrangeiros (sem nunca explicarem que esse plano era seu e que o Governo anterior já estava demissionário quando, por imperativo nacional na sequência do chumbo das suas propostas, se viu obrigado a tal recurso) em pouco mais de um ano já apresentaram três pacotes de austeridade que fazem os do PS parecerem insignificâncias.

Este Governo decretou manter o corte dos 10% nos salários da AP que vinha do Governo anterior, decretou que Portugal precisava de uma política de empobrecimento e decidiu também que aos sectores público e privado fossem retirados 50% do subsídio de Natal.

Este Governo decretou que, para continuar a política de empobrecimento em 2012, se retirassem dois meses de salário ao sector público, aos reformados e aos pensionistas e que, para todos os cidadãos incluindo aos miseráveis, se aplicassem taxas de IVA que deitassem o consumo dos bens essenciais por terra.

Este Governo, não satisfeito com o álibi da Troika engendrado por si e pelo Presidente da República, arranjou um novo álibi atacando o Tribunal Constitucional (único órgão do poder que ainda garante a Constituição Portuguesa). À pala de uma decisão do TC, que exigia esforço igual perante as dificuldades, anunciou ir decretar para 2013 que todos os trabalhadores do País irão pagar mais 1,5% de TSU e que passarão a receber menos 5,5% de salário que reverterá directamente para os lucros das empresas capazes de sobreviver ao decréscimo de consumo (monopólios entretanto migrados para a mão de particulares, alguns para a mão de estrangeiros que os adquiriram a preços de saldo).

A estória fica contada para memória. Havia ainda muitos outros pormenores que se podiam acrescentar mas tinha prometido só usar meia-dúzia de linhas.

Como diz o PM na sua qualidade de cidadão e pai: “isto não fica por aqui”.

Passos Coelho, Paulo Portas, Cavaco Silva e Marcelo ainda não viram o povo em fúria e estão convencidos de que a sua ignorância da História de Portugal os salva porque “o Povo é Sereno”.
LNT
[0.413/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXXIII ]

Padeira
Campo de Ourique - Lisboa - Portugal
LNT
[0.412/2012]

domingo, 9 de setembro de 2012

Um ás

Passos CoelhoTranscrevo o que ontem escrevi no FB sobre aquilo que Passos Coelho resolveu escrever no seu mural do FaceBook. (“não como Primeiro-Ministro mas como cidadão e como pai...”)

A todos nós assiste ir lá escrever o que, como cidadãos e como pais, temos para lhe escrever.

“Passos Coelho, depois de ter retirado aos trabalhadores portugueses o dinheiro que vai entregar aos chineses e aos angolanos da EDP e da Galp (entre outros), ainda se atreve a escrever no seu mural:
Não baixaremos os braços até o trabalho estar feito, e nunca esqueceremos que os nossos filhos nos estão a ver, e que é por eles e para eles que continuaremos, hoje, amanhã e enquanto for necessário, a sacrificar tanto para recuperar um Portugal onde eles não precisarão de o fazer.
Ele não tem noção do nojo que está a criar nos nossos filhos. Vale a pena ir lá explicar isso na caixa de comentários.

Certamente um dos seus muitos assessores terá oportunidade de lhe fazer um resumo."
LNT
[0.411/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXXII ]

Comporta Café
Praia da Comporta - Tróia - Portugal
LNT
[0.410/2012]

sábado, 8 de setembro de 2012

“Eles” são todos iguais

BaralhosO governo Passos Coelho/Paulo Portas é o resultado da democracia pela qual alguns se bateram para construir e da qual os cidadãos resolveram alhear-se com o argumento inculcado pelos que nunca foram adeptos do regime e que se resume na frase:

“Eles são todos iguais”

Esta mentira dita vezes sem conta e incrustada na sociedade portuguesa pouco habituada à democracia e à liberdade levou a que a democracia representativa ambicionada por todos nós, que saímos à rua para dizer basta à ditadura e nos fez de novo sair quando uma ditadura de sinal contrário se tentou instalar, se tivesse transformado num simulacro democrático.

Efectivamente “eles” (esta outra mania portuguesa) são bem diferentes. Uns acreditam que a ditadura de esquerda é melhor que a democracia. Outros acreditam que democracia é liberdade e que liberdade é o estado social e a igualdade de oportunidades. Outros acreditam que a solução é ter ricos sustentados pela usura aos trabalhadores e que o mundo do trabalho deve calar-se e nada exigir na esperança de que os bons princípios morais dos que o sugam promovam compaixão e lhes proporcione alguma caridade.

Baralhos
“Eles são bem diferentes”. Estes “eles” são mesmo “eles”. São os que nos querem reduzir, a “nós”, ao esforço que os enriquece. Por isso foram buscar o que sempre quiseram trazer à praça pública e, desta vez sem qualquer pejo (mesmo escondendo-se em imposições externas que eles próprios chamaram para lhes dar cobertura), disseram-nos na cara que a parte do nosso vencimento que era pago através de uma comparticipação das entidades patronais, sob a forma de contributo para a reforma que teremos quando já não dispusermos de mais força para continuar a servi-los, deixará de ser um encargo dos que enriquecem com o nosso trabalho e terá de passar a ser suportado pelos trabalhadores.

Se no sector público isso ainda reverte para o Estado porque a entidade patronal diminui a despesa, no privado é um imposto pago directamente aos patrões (tal como já tinha sido com o anúncio de que os portugueses continuariam a pagar uma taxa quando a televisão pública fosse privatizada).

Baralhos
“Eles” não são todos iguais. Nunca passou pela cabeça dos “outros” que os cidadãos tivessem de pagar impostos ao Estado e a alguns particulares.

Isto deixou de ser uma democracia e passou a ser um estado feudal em que os grandes senhores se acham com o direito de exercerem a colecta da dízima.

Não somos todos iguais e para o provar teremos de, se for necessário, demonstrar que não o somos.

Temos uma Constituição para defender e se o Presidente da República voltar a quebrar o seu voto de defesa dessa Constituição (como o fez com a promulgação do OE do ano passado sem ter ido ao Tribunal Constitucional confirmar as suas suspeitas de que a Lei violava a Constituição) teremos de exercer os outros direitos e deveres que essa mesma Constituição nos proporciona.
LNT
[0.409/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXXI ]

Comporta Café
Comporta Café - Praia da Comporta - Portugal
LNT
[0.408/2012]

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

do Além

Valete de copasSe houvesse dúvidas sobre os intentos dos nossos soberanos, o título de hoje afixado no Sol onLine faria desvanecê-las.

O texto termina da seguinte forma:
Com as medidas deste plano estratégico para o Governo e para a troika – que visam reduzir mais a despesa do Estado e aumentar a receita – o Governo espera conseguir resultados em 2013 que permitam, por exemplo, não ter de recorrer à sobretaxa sobre o 13.º mês de todos os trabalhadores em Portugal.
Quer isto dizer que o tal plano estratégico “para o Governo e para a troika” foi cozinhado por Vítor Gaspar e os apertos que aí vêm resultam de mais uma iniciativa exclusiva deste poder para atingir os objectivos que sempre pretendeu mas que disfarça escudando-se na inevitabilidade.

Há que registar o facto para que sirva de referência da próxima vez que o Governo vier informar que só trilha este caminho porque a acção do anterior governo e as imposições da troika não o deixam seguir por caminho diferente.
LNT
[0.405/2012]