Quando fiz a minha formação em computação (coisas do século passado) prejudiquei a nota final de curso por ter confrontado quem tinha de me avaliar com uma questão que eu conhecia bem.
Em determinada altura da defesa do meu trabalho final desenvolvido a partir do enunciado que me tinha sido dado para solucionar, resolvi dizer que nele não estavam contemplados todos os parâmetros necessários pelo que a solução por mim apresentada, embora certa, seria inexequível se fosse levada à prática. Faltava ali a equação de uma questão relacionada com a frequência simultânea e com a repetição de uma rotina.
O teórico professor puxou de toda a sua sabedoria para me calar, e argumentou com a máxima dos canhenhos de que: - “uma rotina que funcione para um funciona para um milhão”.
Falei-lhe de microssegundos e de outras coisas com que não vos irei maçar e multipliquei esses microssegundos pelo milhão e pelo número de vezes que essa rotina teria de correr.
Não gostou e, como era comum naqueles tempos (hoje ainda há muito disto) quando assim acontecia, em vez de reequação saiu punição.
Se
Gaspar, Coelho, Portas, Borges e o resto da camarilha equacionassem todos os parâmetros (o que lhes exigiria que, no mínimo, conhecessem os portugueses e tivessem feito na vida qualquer coisa útil para além de ensinar as teorias dos outros) perceberiam o que quer dizer a palavra inexequível que hoje se ouve repetidas vezes.
Mas eles continuam certos da sua sabedoria e no caminho da experimentação. Enquanto não forem ao empirismo não descansarão e tudo será inútil porque, mesmo quando a coisa rebentar - como diria Sampaio, em vez de aprenderem, irão continuar a culpar os outros para se desculparem da sua falta de senso.
Nós cá estaremos para pagar, como já iremos pagar em 2013 os custos do autismo levado a cabo quando, contra tudo e todos, teorizaram o OE de 2012.
LNT
[0.527/2012]