quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Da ética

Xadrez - Vieira da SilvaA primeira característica da ética é a lealdade. Não confundir com fidelidade porque essa é uma característica canina.

O dever de lealdade com quem se partilham, com base na confiança, conhecimentos e informação é a fronteira entre as pessoas de bem e os traidores. A violação desse dever define o carácter de quem o viola, como em tempos distinguia os "informadores" da PIDE dos próprios "trucidadores" sendo os informadores os mais nojentos de todos porque se infiltravam e eram pagos para fazer da confiança a arma da ignomínia.

Ninguém gosta de traidores. A sua natureza de aleivosos torna-os no escarro da ética.

Nota: sobre este mesmo assunto (e lá voltarei mais tarde) ler, entre outros:
Pedro Adão e Silva
Eduardo Pitta
Tomás Vasques e de novo Tomás Vasques
José Reis Santos
Porfírio Silva
Sofia Loureiro dos Santos
Francisco Clamote
Miguel Abrantes
André Couto
LNT
[0.073/2010]

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Insensatez

MacaquicesDepois de meia dúzia de jovens empolgados terem convocado uma manif de bota-a-abaixo que não chegou a encher um triângulo de passeio, vêm agora outros tantos pretender coisa de sinal contrário e recolhem assinaturas que mais não são do que registos anónimos e sem qualquer controlo, para provarem que "o povo unido, não está arrependido".

Portugal continua a ser a galhofa da Europa que já só não ri a bandeiras despregadas, como antes, porque se começa a assustar com tanta falta de bom senso. Uma democracia virtual, não baseada na cidadania mas nos bits e nos teclados de meia-dúzia de telelés que pretendem valer mais do que "um homem, um voto".

Uns e outros fingem esquecer que há preceitos e formas constitucionais válidas para medir a censura e a confiança e chamam cidadania a tretas da NET que são viciadas por definição. Entretanto as regras da Constituição ficam guardadas para melhores dias, bem como a democracia parlamentar que por elas se rege.

Nós sabemos que é Carnaval mas as pessoas, mais dia, menos dia, vão mesmo começar a levar tudo isto a mal.
LNT
[0.071/2010]

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Mimos

BarbeiroMuito gosta este vosso barbeiro de ser mimado. E muitos mimos existem aqui das FatBot, Maloud, MdSol, CPrice, CC e muito mais, e até de homens.

A caixa de comentários é um cofre de mimos só comparável aos que as nossas colaboradoras Katie Melua e Eva Cassidy fazem quando, na coluna da direita, cantam o What a Wonderful World.

Deus as e os guarde. Já fui feliz aqui.

Tenham um bom fim-de-semana.
LNT
[0.069/2010]

Regras da casa e polvo de escabeche

PolvoPeço desculpa aos meus leitores, principalmente aos mais habituais comentadores, mas terei de activar a irritante funcionalidade das letras anti-spam nas caixas de comentários.

Como já devem ter reparado, a Barbearia tem estado a ser parasitada com publicidade, alguma agressiva e sem possibilidade de ser removida, o que não é especialmente grave, mas também não se deseja.

É política desta casa facilitar a vida a quem quiser comentar evitando a funcionalidade de "check" e a de aprovação prévia de comentários.

É uma opção consciente. A primeira para não dissuadir quem pretende deixar a sua opinião e a segunda para dar oportunidade aos covardes que, sob anonimato, vêm aqui fazer os seus insultos. Se lhes servir de terapia, já nos satisfaz, e quando os limites do razoável forem ultrapassados temos o recurso ao delete.

Isto, como se sabe, é uma barbearia. As conversas fluem na cadência dos escanhoados e do coiffeur. Os tratamentos de SPA, a estética e o relaxe são executados à medida. Tenta-se um serviço personalizado.

Existe um contador de visitas para monitorizar e acompanhar a fidelização e não para incrementar e inflacionar, através de truques, a cotação das acções da barbearia. Nesta loja prefere-se a verdade de trezentos leitores diários regulares à mentira de milhares de utilizadores Internet que venham ao engano.

Para acabar esta dissertação umbiguista onde se apresentam razões para a razão das coisas, deixo uma última nota: - Aqui não se vende nada e tudo é imaterial. Sabemos que há técnicas sofisticadas de marketing e sabemos que até há quem use pele de polvo para imprimir letras e conseguir campanhas de venda maciça. Quando se está no negócio da venda das letras e das palavras, o uso da pele de polvo é apropriado dadas as suas características de camuflagem. Não é o caso desta baiuca cujo negócio consiste unicamente no comércio de ideias, por muito idiotas que sejam.

Por falar em idiotices, e aproveitando. Repararam que ontem na Assembleia, enquanto nos serviam uma caldeirada de polvo aprovou-se, na generalidade, o instrumento com que nos metem a mão no bolso? Parecia um daqueles banquetes pelintras em que, não havendo dinheiro para o prato principal, se enche o bandulho dos convidados de acepipes.

Enquanto os jornalistas, o PCP e o BE discutiam se o polvo tinha seis ou oito patas, o CDS, o PSD e o PS...

País de otários, é o que é!
LNT
[0.068/2010]

Já fui feliz aqui [ DCXCVII ]

Passage Longines
Passage Longines - Genebra - Suiça
LNT
[0.067/2010]

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Liberdade de impressão

PapagaioO filho-da-mãe ferve em pouca água, dizia o meu parceiro de mesa entre duas dentadas na sandes de presunto, com os olhos postos na primeira página de um jornal que a ASAI proibiu como embalagem de castanhas.

O gajo é um sacripanta, um trafulha, basta ver-lhe as companhias e os tiques. Até já conseguiu acabar com a merda da livre expressão em Portugal.

E eu olhava de soslaio para o puto e pensava que se ele sonhasse rosnar aquilo há trinta e poucos anos atrás já estava engavetado e com uma chanfalhada nas trombas.

Frócas-se!
LNT
[0.066/2010]

O magano do canito

CanitoQuando o homem apareceu na televisão atrás do palanque, feito Dom Sebastião, a anunciar que se oferecia ao sacrifício de salvar a Pátria a partir das rendas de Bruxelas que entretanto ganhou, o magano do canito, a quem deve encanitar o nome de Rangel, tapou o focinho com as patas e deixou escapar um suspiro.

Eu, que lhes conheço as manhas, ao canito e ao Rangel, passei-lhe a mão pelo pêlo e tugi-lhe de mansinho que não se amofinasse. Aquilo era mais uma massada de cherne, coisa de mau cheiro mas de substanciais calorias, um caldo que mais tarde ou mais cedo se vai entornar.

Nada de novo. Brincadeiras e safanões de meninos guerreiros. Mais um chuto no berço.

O raio do animal, que é fino como um alho, enroscou-se aos meus pés, de costas viradas à pantalha e adormeceu.

Já não havia mais nada para ver nem ouvir.
LNT
[0.065/2010]