sexta-feira, 31 de agosto de 2012

do Além

Valete de copasSe houvesse dúvidas sobre os intentos dos nossos soberanos, o título de hoje afixado no Sol onLine faria desvanecê-las.

O texto termina da seguinte forma:
Com as medidas deste plano estratégico para o Governo e para a troika – que visam reduzir mais a despesa do Estado e aumentar a receita – o Governo espera conseguir resultados em 2013 que permitam, por exemplo, não ter de recorrer à sobretaxa sobre o 13.º mês de todos os trabalhadores em Portugal.
Quer isto dizer que o tal plano estratégico “para o Governo e para a troika” foi cozinhado por Vítor Gaspar e os apertos que aí vêm resultam de mais uma iniciativa exclusiva deste poder para atingir os objectivos que sempre pretendeu mas que disfarça escudando-se na inevitabilidade.

Há que registar o facto para que sirva de referência da próxima vez que o Governo vier informar que só trilha este caminho porque a acção do anterior governo e as imposições da troika não o deixam seguir por caminho diferente.
LNT
[0.405/2012]

Surdinas [ LIV ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Todos os dias observo mais caras fechadas nos subterrâneos do Metro lisboeta. Aflige-me sentir, todos os dias, em quem viaja de um lado para o outro com a perspectiva de chegar a lugar nenhum, tanto alheamento e fixação no vazio.
LNT
[0.404/2012]

O lóbi nuclear tem andado muito caladinho

NuclearAinda não chegou a altura de voltar à carga mas o caminho vai-se fazendo caminhando pela desvalorização do vento, uma das mais valiosas matérias primas que dispomos, pela desvalorização da mecânica das ondas, matéria-prima nacional desperdiçada e pela desvalorização do Sol, fonte energética inesgotável num País de Sol descoberto.

Quando o caminho das desvalorizações estiver trilhado, o vento só servirá para nos azucrinar os dias de praia, a mecânica das ondas para surfar e o Sol para bombardear o cancro de pele.

Aí, os senhores do plutónio, do urânio e da radiação que os parta, voltarão em força a Belém e entrarão pela porta grande de São Bento, se necessário montados na pileca de volteio que dá pelo nome de Troika.

Até agora e só para avivar a memória fica o link para a notícia do Público datada de 27 de Setembro de 2011, em que Álvaro fazia saber que até 15 de Outubro (do ano passado) iria ser apresentado um modelo sustentável para o mercado de electricidade.
LNT
[0.403/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXVIII ]

Cerveira
Vila Nova de Cerveira - Minho - Portugal
LNT
[0.402/2012]

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Cem anos de perdão

BoinaAlbert Jaeger, um funcionário do FMI residente em Portugal, era um dos muitos ilustres desconhecidos pago para garantir que os portugueses devem ser mal pagos para que ele e outros histéricos ilustres, estrangeiros e nacionais, continuem a ser pagos principescamente.

Albert era um ilustre desconhecido mas agora ganhou fama, não por ter ajudado a rapinar este País mas porque alguém(espero que tenha sido um português) lhe meteu a mão no bolso e de lá sacou as maçarocas (ter de usar a linguagem oficial passista dá algum trabalho, mas acaba por ter graça) que o sr. Jaeger estava a poupar para, nas férias da neve, ir fazer ski numa estância de luxo das montanhas austríacas.

A polícia anda no encalço do meliante porque, se isto não tiver uma consequência, ainda se corre o risco de alguém assaltar impunemente o Oliveira e Costa, o Isaltino ou os outros que a gente sabe.

Cá para mim o pilha-galinhas devia ter cem anos de perdão mas pensando com mais acerto parece-me melhor não abrir precedentes à prática portuguesa.
LNT
[0.401/2012]

Acabar com o Estado mantendo o saque para o privado

CamaOs portugueses têm características próprias que os fazem diferentes dos outros povos, principalmente dos povos do norte que se guiam por esquemas simples, não criativos e sem o desenrasca histérico dos piegas do sul.

Portugal é tão bom nesta matéria que até conseguiu agora engendrar uma engenhoca brilhante, um tanto feudal mas ainda assim brilhante, capaz de revolucionar o conceito liberal mundial. A fúria de acabar o Estado é tal que as taxas e impostos, até agora destinadas ao Estado, deverão passar a ser receita dos privados.

Os contribuintes foram feitos para contribuírem (até aqui nada de novo). Os contribuintes foram feitos para pagarem os roubos dos que não contribuem (o caso BPN é toda uma revolução e já contém algo de novo). Os contribuintes foram feitos para contribuírem para o Estado e para os Privados que o Estado (leia-se Governo Coelho, Portas, Borges e Comp.ª, Ldª) entender (o caso de pagar uma taxa de televisão para uma empresa privada é coisa novíssima).

Como disse, estamos perante técnicas feudais em que não só o reino se financiava com o dinheiro dos burgueses e da plebe, mas também os grandes senhores iam buscar os seus proventos ao saque da ralé.

Isto começa a meter nojo.
LNT
[0.400/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXVII ]

São Julião
São Julião - Assafora - Portugal
LNT
[0.399/2012]

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Paz, pão, habitação, saúde e educação

Orelhas de burroEsclareçam-me se estiver a ver mal a coisa mas o ministro da educação e os seus amigos que ascenderam ao estrelato da política pela mão dos abstencionistas e aquele rapaz da cabelo branco que é o patrão dos patrões, entenderam que dois chumbos serão castigados com uma maravilhosa carreira de canalizador ou de bate-chapas.

Quem for cábula ou tiver dificuldades de aprendizagem, não tiver dinheiro para explicações, nem tiver amigos que façam equivaler uma data de porcarias a um curso superior de ministro, vai direitinho para electricista porque o patrão dos patrões, o ministro da educação e os seus amiguinhos do governo estão fartos de ter electricistas-engenheiros a quem são obrigados a pagar contra recibo e que só servem para inflacionar as estatísticas do desemprego e da imigração habilitada.

Se bem entendi estamos a caminho de resolver a questão dos jovens licenciados desempregados.
LNT
[0.398/2012]

Surdinas [ LIII ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Histérica era a tua prima, pá!

Temos de dar uso ao passismo-vulgarucho. O gajo é um porreiro dum pintas.
LNT
[0.397/2012]

Caro Pedro,

LimpezaO Mundo não acaba aqui e Portugal também não. Sei que eras um puto magoado pelo retorno sem bagagem mas aquilo que foi feito foi apesar de ti, apesar de todos os pesares de milhares de outros. Não foi o destino, Pedro, nem ainda menos qualquer ajuste de contas. Foi só o que tinha de ser e que Caetano não conseguiu entender.

Portugal era grande demais para continuar a reduzir-se à mesquinhez de Salazar. Caetano era a Primavera, mas revelou-se estação murcha que fazia murchar na ignorância e na submissão toda uma Nação milenar. Não teve perdão e foi a sua incapacidade de entendimento que levou a que tu e milhares de outros tivessem de regressar ao nosso território com a mão no bolso.

Já foi há tempo suficiente para que te possa escrever esta carta. Bem sei que as mágoas são difíceis de curar, pelo menos tão difíceis de curar como as que não largam as famílias dos que tombaram estupidamente e as dos que voltaram sem poder ver, andar ou simplesmente viver uma vida normal.

Sei que possivelmente nunca pensaste nisto, porque simplesmente te convenceste que tudo foi um disparate como o que neste momento estás a fazer contra todos nós, mas enganas-te.

Nós, que te proporcionámos o que hoje és, abrimos os caminhos do Mundo. Demos-te a democracia que te elegeu. Demos-te a política que te guinou. Demos-te a formação que tens e que tão mal aplicas em favor do povo que em ti confiou.

Ainda assim aqui estamos, sabendo que, para além das nossas posses, te conseguimos formar. Sabendo que, para além das nossas posses, te conseguimos fazer quem és. Sabendo que, para além das nossas posses, te conseguimos integrar.

Podemos parecer calados mas não estamos e com a mesma determinação com que devolvemos Portugal ao Mundo, largando o que não nos pertencia, havemos de te largar pelas indignidades que dizes e fazes em nome de uma mágoa que não consegues ultrapassar.

És um produto nosso, um mau produto.

Saberemos resolver a questão, estando-te tu a lixar-te para isso, ou não.
LNT
[0.396/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXVI ]

Paus
Paus - Alquerubim - Portugal
LNT
[0.395/2012]

terça-feira, 28 de agosto de 2012

What the word needs now



LNT
[0.394/2012]

Contorcionismos

ContorcionismosMesmo correndo o risco de me repetir (já o escrevi de inúmeras formas) e mesmo correndo o risco de vir alguém de dedo em riste para acusar estarmos perante mais uma teoria da conspiração (fórmula mágica para silenciar os incómodos) retomo a tese de que este governo personifica a cobardia e a falsidade política.

É verdade que aqui e ali deixa escapar, sorrateiramente, querer ir mais além do triunvirato mas nunca explica que é nesse “mais além” que reside aquilo que sempre teve intenção de fazer. É verdade que deixa passar, como ontem fez no cursinho da sua juventude, que a troika e o “mais além” são a oportunidade para implementação das suas orientações neo-liberais.

Escudam-se com a imposição estrangeira, com a qual estão de acordo e com a qual acertam o que pretendem fazer, para fundamentar como obrigatoriedade o sacrifício e o empobrecimento, base doutrinal da cartilha por onde se guiam.

Sempre que os PSD/PP se referem à troika remetem as suas medidas para uma decisão do anterior governo fazendo crer que foi por iniciativa de Sócrates que os senhores do Mundo foram chamados para nos ditarem as suas leis, o que não é verdade.

A solução para a crise apresentada pelo anterior Governo nunca passou pelo pedido de apoio internacional nos termos que aí estão e só foi necessário recorrer a ela, já com o governo demissionário, porque a coligação de direita que se apoiava no Presidente da República e na esquerda radical, não permitiram outra solução. O PSD foi peça chave nessa negociação e muitas das condições do acordo foram impostas por si (mesmo com memória curta há que relembrar o papel e as fitas que Catroga fez na altura).

A tropa de choque está aí de novo e, ao contrário do que se faz crer, não vem para auditar.

Chega para validar as orientações do governo e para dar cobertura às medidas que Gaspar e o resto da pandilha já decidiram aplicar com o intuito de destruírem o que resta do estado social a que os portugueses chamavam progresso e civilização e a que Passos Coelho chama “viver acima das possibilidades”.

Estão-se lixando para a classe média excluindo desse “lixando” a parte que constitui a sua clientela.
LNT
[0.393/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXV ]

Anta Arraiolos
Casas Novas - Arraiolos - Portugal
LNT
[0.392/2012]

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Entretanto no reino

Legião portuguesaEnquanto Dom Aníbal anda a banhos no refúgio da corte dos utentes e beneficiários do BPN, o fidalgo Dom Pedro sacode as areias que trouxe nas virilhas das praias da Manta Rota, o cavaleiro Paulo continua tão desaparecido como Sebastião de Al Quasr al-kibr e o espectro burguês de Miguel escorrega viscosamente por entre as muitas equivalências que o transformaram condestável do reino, o conselheiro ruivo da corte balofa faz-se ouvir como existente e com pose de senhor dos senhores, mesmo sem ter mandato régio que lhe obrigue reconhecimento pela plebe.

Os escrivães do reino não param de sacudir a pele celta do coiso para ver se com ela escondem e fazem esquecer o coiro de outros e os julgamentos que os serviços estrangeirados andam a esmiuçar na fazenda nacional.

Entretanto o reino sucumbe perante tão malfazejas gentes e os excretores expelem, em falas de gaguejos, os excrementos que pensam.

São o cão, senhores!

São mafarricos em forma de gente (desta vez sem farda negra), uns mais lentos na palavra e no pensamento do que outros, mas todos igualmente esfaimados e sedentos.
LNT
[0.391/2012]