quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Estratificação

EstratificaçãoMesmo sem conseguir saber ao certo o que vai na cabeça desta gente e persentindo que irá muito pouco porque a massa cinzenta “enormemente cara na formação” tem pouco que se lhe aproveite em resultados práticos (continua a ser irritante a confusão entre habilitações literárias e formação e entre canudo e saber fazer) adivinha-se que a associação cognitiva que as medidas em curso pretendem fazer, através do empobrecimento anunciado, resulta na reengenharia da estratificação social baseada no conceito: “só faltava que as sopeiras se confundissem com as meninas da casa”.

Há por isso que estratificar para tratar em conformidade. O modelo que se propõe é:

- Ricos;
- Classe média alta;
- Classe média baixa; e
- Miseráveis.

Acaba-se com a fantasia de viver acima das possibilidades, isto é, acaba-se com a fantasia de que só há uma classe média e dá-se fim à confusão entre as meninas e as sopeiras.

Ricos são ricos e ponto final, não se questiona. Classe média alta é a que faz dos filhos dos doutores, doutores. Classe média baixa a que faz dos filhos de funcionários públicos, servidores do Estado e dos filhos dos canalizadores, canalizadores. Miseráveis, são miseráveis e ponto final, não se questiona.

- Aos ricos nada se pede, senão que se mantenham ricos.
- Á classe média alta pede-se que olhe com simpatia para a classe média baixa e com compaixão para os miseráveis.
- Á classe média baixa pede-se que reflita sobre a sua condição, se esforce para tentar passar à classe média alta e se sacrifique na esperança de ascensão.
- Aos miseráveis pede-se que não macem com a sua miséria e que sejam doces à compaixão e receptivos à caridade.

E nós, que gastámos um dinheirão a habitar estes canastrões para que nos imponham tais projectos, poderemos continuar a fingir que tudo isto é normal?
LNT
[0.510/2012]

Já fui feliz aqui [ MCXCIX ]

Angola
Paquete Angola - CNN - Portugal
LNT
[0.509/2012]

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Da política

Cara Portugal O que este, ou qualquer outro Governo teria terá de fazer, Paulo, é ser político.

Até poderá ter alguns tecnocratas no seu seio (dispensáveis porque é exactamente para isso que pode recorrer a assessores, adjuntos e à administração pública) mas tem de ser forte politicamente.

Tem de fazer política nacional, interna, que devolva a esperança às pessoas e as envolva num projecto de futuro e, principalmente, política externa junto dos nossos parceiros comunitários e aliados extracomunitários.

Tem de fazer política, em vez de se arvorar no dono do pensamento e das soluções únicas e tem de se deixar dessa infantilidade que Cavaco Silva baptizou como teoria dos “bons alunos”.
LNT
[0.508/2012]

Fetiches

CordaDepois de se ter divorciado de todos os eleitores, dos parceiros sociais e económicos, da concertação, da coesão, do Presidente da República, dos Partidos que o sustentam, da Europa e do resto do Mundo, o Governo divorcia-se agora de si próprio.

Tudo isto porque quer manter uma amante imaginária, caríssima, perita em sadomasoquismo.

Ainda não percebeu, mesmo depois dela já o ter informado de que o chicote deve ser usado com mais propriedade, que o cabo da chibata é para segurar na mão e não para o uso que ele lhe quer dar.

Depois admira-se das olheiras.
LNT
[0.507/2012]

Caracol, caracol, põe os corninhos ao Sol

CaracolChamar cobardia política àquilo que Portas e Comp.ª andam a fazer é simplificar.

Paulo Portas é, a par de Francisco Louçã, um dos políticos mais rodados no activo.

Tanto um como outro são politiqueiros de mão cheia e baseiam a sua demagogia no atrevimento da irresponsabilidade inconsequente. Diferencia-os o facto de Portas estar convencido que faz parte dos Partidos do poder por já ter estado inúmeras vezes no governo e por isso ter uma quota-parte da responsabilidade do estado a que chegámos e Louçã ter conseguido passar uma vida inteira na política sem nunca ter assumido a responsabilidade de dar alguma utilidade àquilo que apregoa.

Paulo Portas não é um covarde político. É somente um intriguista convencido de que é político e um demagogo pretensioso convencido que o seu papel de bengala poderá alguma vez ser transformado em papel de ceptro.

Não vale um caracol.
LNT
[0.506/2012]

Já fui feliz aqui [ MCXCVIII ]

Sapo Caneca
a Caneca do Caldas - Lisboa - Portugal
LNT
[0.505/2012]

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Feitas as contas

LeopardoPegando ainda na converseta do Ministro Gaspar sobre o retorno que pensa estar a dar-nos do enorme investimento que todos fizemos para que ele tivesse a formação que tem e considerando os prejuízos que ele nos trouxe com a aplicação que tem feito dos seus conhecimentos teóricos, só posso concluir que Miguel Relvas saiu-nos mais em conta.

A equivalência privada que o guinou ao estrelato ficou-nos muito mais barata e a sua sapiência chega e sobra para o fala-baratismo que pratica.
LNT
[0.504/2012]

Insistência (reformulada)

Dentes

O CDS/PP já se pronunciou sobre o OLE 2013 ou ainda está à espera de um novo branqueamento dentário para os sorrisos nas feiras que antecederão as próximas eleições?


O CDS/PP acha que os portugueses continuam na disposição de aturar  os joguinhos de salão e do poder et  les règles de la danse noble mais conhecidas por menuets das Caldas?
LNT
[0.503/2012]

Surdinas [ LXVII ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

O CDS/PP já se pronunciou sobre o OLE 2013 ou ainda está à espera que o Falcon aterre, ou que o Tridente se faça pastilha elástica?
LNT
[0.502/2012]

A censura está a passar por aqui

Manif AR 20121015

As televisões noticiosas, já só falo destas porque nem vale a pena falar das de sinal aberto, passavam conversas da treta sobre a bola quando a malta do CERCO, de ontem, desatou à pancadaria.

Não me refiro à bondade ou à concordância com a pancadaria, nem ao CERCO, coisa que já tive a oportunidade de esclarecer não me ser respeitável até por lembrar outros cercos que em 1975 se fizeram para bloquear a democracia e a liberdade.

No entanto, tal como não gosto de assistir em directo a um terramoto, não prescindo de ser informado de que ele está a acontecer.

Ontem, enquanto as equipas de reportagem estavam no terreno sem informar da arruaça, os programas de chacha inundavam os ecrãs e as televisões não disponibilizavam informação escrita em rodapé. As redações mantiveram silêncio e registaram imagens para resumos que só passaram quando a acção ficou controlada.

As redes sociais já tinham filme e fotografia publicada há horas quando as notícias das televisões deixaram de estar sequestradas. Até lá (nas redes sociais) não faltaram comentários a justificar a ausência de directo e a impingir a teoria de que os directos só servem para fomentar mais violência. Teorias velhas de quem não estima a liberdade e de quem está sempre pronto para passar atestados de menoridade a um povo que se quer tutelado.

Aquilo que ontem se passou nas televisões portugueses foi uma vergonha e foi um precedente gravíssimo. Amanhã, com iguais justificativos, outras coisas serão escondidas, outra informação será adiada e um qualquer vizinho será levado pela calada da noite e só o saberemos quando formos convocados para o funeral.

A censura, ontem, voltou a passar por aqui.
LNT
[0.501/2012]

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Surdinas [ LXVI ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Sempre me irritou Medina Carreira porque sempre entendi que aquilo que ele dizia pressupunha que nada seria feito para que não acontecesse.

Grave nesta questão é que nada se fez (tal como ele pressupunha)
LNT
[0.500/2012]

Remodelação

PicassoNotícias vindas a lume nos últimos dias apontam Paulo de Macedo como futuro Ministro das Finanças. Faz sentido, uma vez que a razão apontada para esta promoção decorre de ele ser um fiel devoto e já ter desempenhado o cargo de Director-geral dos Impostos.

Macedo deverá assim acumular a pasta que detém actualmente com a dos impostos, estando previsto que a orgânica do Governo substitua a designação de MF (Ministério das Finanças) por MFSI (Ministério da Fé e da Saúde dos Impostos).
LNT
[0.499/2012]

OLE

Governo na galhofa

No meio de gargalhadas prevê-se que o Orçamento Liberal de Estado para 2013 entre hoje, muito devagarinho, na Assembleia da República.

Paulo Portas já anunciou que, devido a não estar de chuva, irá primar pela ausência fazendo-se representar pelo rapaz da lambreta.
LNT
[0.498/2012]

Surdinas [ LXV ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Depois das cinco mil novecentas e oitenta e nove versões do “draft” do OE 2013, parece que hoje se inicia o versionamento do primeiro documento em forma final.

Já conhecíamos a teoria Microsoft que se baseia no princípio de que compete aos utilizadores efectuar os testes para que eles, à medida das reclamações e incidentes, apresentem correcções e “upgrades”.

Nos Governos, e principalmente em matérias fundamentais como é um orçamento do Estado, esta técnica é inovadora e, no mínimo, revela o amadorismo de quem não faz a minima ideia dos impactos que a teoria pode ter no mundo real.
LNT
[0.497/2012]

A César o que é de César

Coroa de lourosO Presidente do Governo Regional dos Açores faz a passagem do cargo que ocupou na última década e meia com um raro sentido de Estado.

Governou bem, foi bem aceite pelos seus pares, foi bem entendido pelos seus eleitores, foi um brilhante democrata que soube demonstrar não ter apego ao poder e saiu em alta, com um magnífico resultado eleitoral no seu sucessor e com a certeza de ter cumprido, com agrado, os mandatos que os açorianos lhe confiaram.

Não temos muitos exemplos destes na nossa História portuguesa e espero que a Carlos César ainda estejam destinados outros desempenhos a favor de Portugal.

O de Presidente da República, por exemplo, ficar-lhe-ia a matar.
LNT
[0.496/2012]