terça-feira, 20 de novembro de 2012

Vamos a eles

Águia
LNT
[0.590/2012]

Uma viagem de Metro atribulada


Uma viagem atribulada, no Metro de Lisboa, na companhia do meu amigo, camarada e benfiquista José Reis Santos que aproveitou para trocar o seu cachecol com um cachecol do jogo de hoje que estava pendurado no pescoço de um escocês.

Gente bem disposta. Agora só falta o Benfas ganhar.
LNT
[0.589/2012]

Já fui feliz aqui [ MCCXXII ]

Andorra
Andorra
LNT
[0.588/2012]

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O Governo está de parabéns

Colaboradora OscarJá estamos na reta final para subida a plenário, para aprovação final, do Orçamento do Estado para 2013. A sentença de morte da classe média está decretada.

O cumprimento da meta do empobrecimento apresentada há mais de um ano por este governo vai ser concretizado.

O objectivo de ir além da troica custe o que custar, está cumprido.


Em termos de avaliação nada há a dizer deste Governo. Quem cumpre os objectivos e as metas propostas merece boa classificação. Não se percebe do que se queixam os portugueses.

É verdade que o défice continua a aumentar, que a despesa também, que o desemprego também, que a injustiça social e a desigualdade também mas isso são tudo alíneas para se atingir o sucesso da política de empobrecimento em curso (PEC).

A mínima classificação possível da avaliação de desempenho deste Governo é de excelente –relevante.

Quem superiormente lhe aprovou os objectivos e planeou as actividades está de parabéns por ter tanta ambição. O Governo também, por ter cumprido com zelo e determinação as missões que lhe foram confiadas.
LNT
[0.587/2012]

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Técnicas de comunicação

Bicho
O Governo vai passar a sobretaxa de IRS de 4 para 3,5%.

As televisões não param de difundir a vitória e de falar em redução. Os distraídos aplaudem.

Os contribuintes continuam ***arggg...!!!++++**** e agradecidos.

Ámen
LNT
[0.585/2012]

O valor das palavras

Atentos
Falamos muitas vezes sem nos percebermos, porque usamos palavras que, tendo um significado comum, exprimem coisas diferentes consoante a experiência de quem as pronuncia.

Por exemplo, as palavras liberdade e democracia para mim exprimem luta e conquista e para quem sempre assim viveu exprimem direito.

Estas variações explicam muito do que anda por aí, principalmente num tempo em que os direitos de hoje podem ser coisa nenhuma amanhã.
LNT
[0.584/2012]

A nossa própria circunstância

Brevet FAPPara fazer concorrência à Joana Lopes, que de vez em quando nos brinda com peças de memória, aqui disponibilizo aos colecionadores o discurso do primeiro Juramento de Bandeira feito em Portugal depois do Vinte e Cinco de Abril.

Foi proferido no dia 1974.05.14 na Base Aérea nº1 aquando do Juramento de Bandeira dos alunos-piloto do Curso P1/74 (ao qual tive a honra de pertencer), pelo então Alferes Miliciano António Ferreira Pinto.
Camaradas recrutas,

Coube-me a honra e a responsabilidade de ser indicado para escrever e ler algumas palavras a vós destinadas, nesta cerimónia do vosso Juramento de Bandeira, coincidente com o Dia da Unidade; e, aquilo que poderia, a priori, ser como tácita aceitação de uma disposição superior, não o foi, na realidade, pela simples razão de que este ano, houve um 25 de Abril.

Já é do conhecimento geral os acontecimentos memoráveis desse dia, - de cuja extensão não temos ainda a noção exacta – em que um punhado de capitães desceu à rua, deu as mãos ao Povo e resolveu pôr cobro ao governo fascista, colonialista de Salazar e Caetano que, com mais ou menos repressões, com mais ou menos sorrisos demagógicos, com mais ou menos reformas revisionistas ia aniquilando o País, ia tornando Portugal numa Nação indesejável à luz do mundo, fazendo dele um dos recantos mais miseráveis do globo terrestre, para gáudio e enriquecimento de uma minoria, postada na exploração do próprio povo.

Terminou o fascismo e, graças ao Movimento das Forças Armadas / Povo, de imediato se lançaram as primeiras pedras na reconstrução de uma nação verdadeiramente livre, com respeito e defesa das liberdades individuais, sustentáculo inequívoco de um jogo em que as regras se resumem a FÓRMULAS DEMOCRÁTICAS DE EXISTÊNCIA.

Eis porque se tornou possível eu escrever, e mais ler, aqui, numa Unidade Militar de Portugal, qualquer coisa como isto que vos escrevi e estou lendo e que, ainda há bem pouco, me faria quase hesitar em pensá-lo. Ainda me lembro, sem saudade como é evidente, do discurso que há três meses o Alf. Magalhães proferiu, aqui, neste mesmo local, e das dificuldades por ele tidas, em escrever algo que não ferisse as “susceptibilidades governamentais”, nem colidisse com o seu esquema ideológico.

Por isso, e pelo facto de esta ser (creio eu) a primeira cerimónia de Juramento de Bandeira deste país de Abril, deste Portugal resgatado, desta Nação ressuscitada, eu reafirmo da honra e igualmente da responsabilidade maior que a liberdade de expressão me aufere, na designação desta missão, cujas linhas vos dedico.

Ao fazê-lo, o meu pensamento vai primeiramente para todos aqueles que sofreram na carne, a irracionalidade do governo de Salazar e Caetano, para os presos políticos que no Tarrafal, em Caxias, em Peniche foram expostos aos maiores vexames e torturas, jamais possíveis e passíveis de serem idealizados no mundo actual. E quantos sucumbiram às mãos dos algozes...

Vai, do mesmo modo, para o Povo que durante meio século foi sistematicamente explorado e espoliado dos seus haveres e da justiça; desse povo enlutado que tudo deu sem nada receber.

Não esqueço, ainda, os corajosos filhos da Pátria que se recusaram a alimentar, a colaborar com o fascismo, e no estrangeiro buscaram melhor vida, já que neste canto só encontravam o lento caminhar para uma morte inútil, a fome, a miséria, a injustiça, a corrupção, em contraste flagrante com as benesses concedidas a meia dúzia de monopólios.

Um desses exilados, o extraordinário Manuel Alegre, a personificação incontestada da Voz da Liberdade, gritava lancinante lá de longe:

Não mais Alcácer Quibir
É preciso voltar a ter uma raiz
Um chão para lavrar
Um chão para florir
É preciso um País
Não mais navios a partir
Para o país da ausência.
É Preciso voltar ao ponto de partida
É preciso ficar e descobrir
A pátria onde foi traída
Não só a independência
Mas a vida.

O Tempo é de esperança, e mais de certeza. Já temos um País, com chão para lavrar, para florir; é preciso voltar ao ponto de partida!

Temos homens capazes de o cultivar, de o construir, de o engrandecer, de o amar... é preciso inventar o amor nesta terra que já foi de ódio.

E ao ver-vos diante de mim, de armas na mão, eu vejo, como dizia o poeta, o povo em armas. É preciso não vos esquecerdes que a vossa responsabilidade está em assegurar a paz, defender as liberdades individuais tal como o afirmam os princípios do movimento das Forças Armadas de 25 de Abril.

Da união do Povo com as Forças Armadas dependerá o bem-estar social, a alegria de viver, a paz de Portugal.

No Povo sempre esteve e estará a razão de ser de um País.

Com uma farda vestida, um fato de macaco, uma batina, de qualquer modo que vos apresentardes, cabe-vos a responsabilidade e o dever de defesa total dos interesses da Nação.

Pela primeira vez neste País, o Juramento de Bandeira toma o significado e a projecção de uma defesa popular e verdadeiramente nacional.

Vós sois "os homens capazes duma flor, onde as flores não nascem", como dizia também o Manuel Alegre.

É forçoso que construamos, dentro da nossa especificidade, um País novo, o País de Abril, onde os homens estejam – como referia Paul Valéry – "prontos a enfrentar coisas que nunca existiram".

Sede dignos, igualmente das fardas que em 25 de Abril, de mangas arregaçadas, empunhando a raiva e o desejo de gritar bem alto BASTA, puseram fim ao governo cruel de Caetano, continuador do despotismo santacombadense.

Sede dignos desses homens e ajudai o País a aprender a soletrar palavras como LIBERDADE e AMOR.

Pilotos recrutas do curso P1/74 que os vossos aviões, e os conhecimentos aqui obtidos vos sirvam para estreitar as distâncias, na tal "Viagem do Homem para o Homem".
A todos Boa Viajem!
LNT
[0.583/2012]

Será um problema de aritmética?

MáscarasTambém neste caso se confirma que há um défice grave de conhecimentos matemáticos no Governo. Neste caso um problema aritmético (vou deixar de dizer que esta gente é mentirosa compulsiva porque estou farto de ser acusado de ter mau feitio).

O nosso Ministro da Educação tem de rever os currículos aritméticos, pelo menos nos cursos por equivalência, para que não se possa continuar a afirmar oficialmente que 233=1454.

Afinal a Crise, como se suspeitava, quando nasce não é para todos.

1454 excepções aos cortes de subsídio de férias, o que equivale quase a 1/3 da rapaziada nomeada por este Governo, tende a fazer regra da excepção.

Como poderiam eles acertar no resto das contas?
LNT
[0.582/2012]

Já fui feliz aqui [ MCCXX ]

Montemor
Montemor - Alentejo - Portugal
LNT
[0.581/2012]

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Boletim meteorológico

BombeirosEstá de chuva. No entanto o dia acordou soalheiro. Vivemos num tempo incerto de alerta amarelo, tempo de resfriados para quem anda a dormir na forma e que, por manifesto exagero de bom comportamento e de educação, prefere o recato da telha com a resistência ligada, ao caminho agasalhado da rua.

Agora que chove e que começa a fazer frio surgem as primeiras brigadas para atearem as fogueiras. Espera-se que, desta vez, os comburentes não voltem a ser livros e que alguém saiba enquadrar as chamas não vá o fogaréu descontrolar-se.
LNT
[0.580/2012]

Já fui feliz aqui [ MCCXIX ]

ViaCrucis
Botero em Lisboa - Palácio Nacional da Ajuda - Portugal
LNT
[0.579/2012]

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

da mentira compulsiva

Coelho Merkel

Dizia-lhe o Coelhinho submisso e sorridente apontando a vastidão do mar, a partir das muralhas de São Julião:
- Vês esta vastidão, Angela! Fui eu que a fiz!
(e ela acreditava)
LNT
[0.578/2012]

Surdinas [ LXXII ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Diz-nos SEXA:
E é por isso que neste dia, que é de greve geral, e que nós respeitamos, eu estou aqui a trabalhar...
São estas provas de vida que nos deixam sossegados e felizes.

Afinal estar vivo sempre é diferente de estar morto.
LNT
[0.577/2012]

Caridadezinha, beatificação e culpabilização

VelhoContinua a política de vexame. O PSD não está sozinho no Governo e o CDS, seu parceiro dissimulado, não perde a oportunidade de apregoar os camelos pobres e os buracos das agulhas, convencidos serem eles os camelos ricos que passarão pela dificuldade e atingirão o reino dos céus.

O Ministro Mota Soares faz saber, depois de ter retirado o direito aos nossos velhos de terem uma velhice decente, que vai responsabilizar as famílias que não pratiquem a caridade.

Tal como somos culpados da crise e dos milhões que foram desviados da economia pelos BPN’s deste Mundo que fizeram evaporar em fugas e privilégios privados montantes que agora todos somos chamados a repor e de muitos outros milhões arrecadados pelos “aguenta, aguenta” quando perseguiam os cidadãos prometendo-lhes o mel em troca de garantias que não tinham, somos agora também culpabilizados, mesmo no caso de não podermos dar aos nossos seniores a assistência a que têm direito, por aquilo que não necessitariam de esmolar caso o Estado fosse pessoa de bem e cumprisse o acordado quando arrecadou parte dos seus salários.

É o mesmo Ministro que corta nas pensões e nos cuidados médicos e sociais de milhares de pessoas que descontaram para poder usufruir da sua independência e dignidade que vem dar lições de moral e se prepara para criminalizar muitos que, pelas mais variadas situações, muitas delas determinadas pelo confisco e desemprego decretados pelo seu Governo, nunca poderão substituir os direitos todos os dias vilipendiados.

Não se leia aqui qualquer justificação para o abandono dos nossos velhos pelas suas famílias, porque não é isso que aqui está escrito, nem aqui se defende. A cada um a sua responsabilidade.

Leia-se que a hipocrisia da beatice chegou ao cúmulo de retirar tudo a todos e se prepara para culpabilizar todos, menos os hipócritas que tudo tiram e para quem a Constituição é um entrave, pela desumanidade que estão a promover num País conhecido por ter um dos povos mais solidários do Mundo.

Sendo crentes deveriam conhecer a expressão de que Deus não dorme. Acreditando no prémio e no castigo divino deveriam saber que irão arder eternamente.

Não sendo crentes, talvez fosse tempo de aprenderem que o castigo humano também os poderá atingir.
LNT
[0.576/2012]