quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Troika-troika

BébéEnquanto andamos para aqui entretidos a discutir o sexo dos anjos e os anjos do sexo, o sexo da política e a política do sexo, o sexo da bola e a bola do sexo, por baixo dos panos vão-se passando coisas que irão dar cabo de todos os sexos e de todos os géneros que nos sucederão.

Já lá vai o tempo do sexo para procriação como, sobre o assunto, Natália Correia soube colocar a questão na Casa do Povo quando disse, entre outras coisas a João Morgado:
e se a função
faz o órgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.
Como andamos na vidinha de cada dia vamos esquecendo o essencial, como se já não bastasse termos um Governo que incita a geração em idade fértil a exilar-se.

Ainda os ouviremos dizer, mentindo, que a culpa é da troika-troika.
LNT
[0.452/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCCXXIII ]

Albufeira
Albufeira - Algarve - Portugal
LNT
[0.451/2013]

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Falta de margem

ChuvaAo mesmo tempo que o poder reclama sonsamente a necessidade de consensos, anuncia que não há margem para alterações às suas propostas. É uma espécie de jogo do gato e do gato em que o animal já nem sequer se dá ao trabalho de esconder o rabo certo de que nada há para jogar.

Cavaco é o mentor deste jogo, Coelho/Portas são os jogadores, a Troika estrangeira é o árbitro e o resto é a populaça que assiste de bancada às jogadas combinadas emitindo ligeiros impropérios mas sem genica para fazer uma invasão de campo.

Nada do essencial dos destroços que entraram no caudal da enxurrada que transborda as margens de São Bento poderá ser alterado. Não porque as margens sejam curtas ou baixas, mas porque as barragens a montante mantêm as comportas abertas ao máximo para tornar a enxurrada incontrolável.

Resta o dique a jusante. Veremos se as frestas feitas à picareta pelas tropas da coligação e pelos seus aliados internacionais aguentarão o impacto da correnteza.
LNT
[0.450/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCCXXII ]

Portugal
Portugal
LNT
[0.449/2013]

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Libertários

Papoila

Ironizava Raúl Solnado: "O meu pai fugiu da prisão e foi para a rua gritar - estou livre, estou LIVRE. Um homem saltou-lhe para as costas e pediu-lhe: "leve-me ao Estádio da Luz".
Possivelmente, hoje, esse homem pediria que o levasse ao Parlamento Europeu.

A introdução deste texto foi mesmo só para picar a vossa atenção e introduzir o link, dando as boas-vindas a quem ingressa autonomamente na disputa democrática após o grito do Ipiranga do libertarismo de esquerda, do ecologismo político, do socialismo democrático e do projeto democrático europeu, desta feita lançado a partir das margens (ou sobre elas) do encanado Senne.

Não parece tratar-se de um sobressalto, mas será certamente um desassossego para agitar os instalados e, se por mais não fosse, isso já era bastante para fazer a saudação.

A acompanhar com interesse, principalmente após o fecho das urnas do próximo acto eleitoral para Estrasburgo.
LNT
[0.448/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCCXXI ]

Perdiz
Perdiz com castanhas - Portugal
LNT
[0.447/2013]

domingo, 17 de novembro de 2013

Areia para os olhos

CoelhoTenho ouvido a central de propaganda, desta vez pela voz do seu próprio líder - Passos Coelho - , a disparar que se quisermos atingir o “sucesso” irlandês teremos de passar por tudo aquilo que eles passaram.

Em primeiro lugar espera-se que o “sucesso” irlandês que agora lhe enche a boca seja diferente do “milagre irlandês” que se anunciava há uns anos atrás.

Em segundo lugar espera-se que existam tantos portugueses influentes (e ricos) nos EUA como há irlandeses.

Em terceiro lugar, usando a linguagem com que esta gente não pára de nos tentar meter os dedos nos olhos, avisar o senhor Primeiro-minstro que a “inverdade” habitual do seu discurso já não nos engana. Não é por falar de medidas mais duras (em termos percentuais – e é este o truque que ele usa) que o salário mínimo na Irlanda não é praticamente três vezes superior ao português.
LNT
[0.446/2013]

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Se ao menos lhe chamassem electrónica em vez de digital

Crocodilo pântanoDe pouco serve andarem a estrebuchar sobre a parte do iceberg que boia à vista porque a outra parte é a grande massa que tem lastro suficiente para conseguir manter essa parte visível.

Dos blogs e da sua influência nas campanhas políticas já se fizeram centenas de teses, livros, entrevistas e penso que até filmes. O que distingue um blog de campanha de qualquer outro material de campanha eleitoral é o meio, porque o resto é pouco mais que propaganda.

Dizer que fulano ou beltrano saltaram de um blog de campanha para o poder é tão irrelevante como o dizer de um militante ou de um participante nas sessões de esclarecimento ou nos comícios eleitorais. No entanto há quem adira a campanhas e se prontifique a ser activista sem qualquer outra intenção que não seja a de promover as ideias que apoia e levar ao poder aqueles em que acredita.

Uns e outros estão no seu pleno direito. Uns e outros não são censuráveis ou louváveis. A própria cidadania exige o envolvimento e a participação.

Quanto ao resto vamos lá a ver se nos entendemos:
Sabe-se que o actual poder usa os trunfos da cisão para conseguir atingir os seus intentos mas é importante que nós, o seu alvo nessas cisões, tenhamos o bom senso de não embarcar nesse tipo de jogadas e continuemos a seguir a regra que nos diz que, em todas as profissões, sectores e religiões, existem pessoas decentes e outras que o não são.

Nem todos os velhos são bons, nem todos os jovens são bons, nem todos os públicos são bons e nem todos os privados são bons. Há sempre o seu contrário, há também sempre os mais-ou-menos e sempre haverá os filhos-da-puta.

Como bloguista há dez anos não podia deixar de fazer a nota. Se quiserem entender melhor (ou para se baralharem mais um pouco) e fazerem os vossos juízos, deixo uma mostra de caminhos para essas caminhadas (actualizado):

Fernanda Câncio - 1º texto e 2º texto; Fernando Moreira de Sá1º texto e 2º texto; Filipe Nunes Vicente; José Pacheco Pereira; José Pimentel Teixeira - 1º texto e 2º texto; Pedro Correia; Valupi

Bom proveito!

Nota pessoal: Com um abraço ao Pedro Correia que, no meu entender de seu leitor de largos anos, acaba por ser um dos atingidos pelos danos colaterais desta guerra.
LNT
[0.445/2013]