Pesca de fundo
Sem alegria, mas com amor, Manuela dispõe-se a seguir o cherne depois de olvidar o bater de porta quando foi trocada, sem um beijo, por uma mão cheia de poder e honrarias.
Manuela voltou até ao fundo do desejo atrás de uma só fantasia, apanhada por uma confraria de marmotas, polvos e carapaus de corrida, que lhe sussurra, quase sempre mentindo, que o cherne neles circula como água silenciosa do passado.
Manuela, escamudo traído, peixe recalcado, pretendendo escapar à solidão e à mágoa, com os olhos rasos de água, segue pois o cherne, antes que venha já morto, boiar ao lume de água, mentindo o cherne a vida inteira.
LNT
Rastos:
-> Entre as Brumas da Memória - Joana Lopes
Sigamos o cherne, minha Amiga!
Desçamos ao fundo do desejo
Atrás de muito mais que a fantasia
E aceitemos, até, do cherne um beijo,
Senão já com amor, com alegria...
Em cada um de nós circula o cherne,
Quase sempre mentido e olvidado.
Em água silenciosa de passado
Circula o cherne: traído
Peixe recalcado...
Sigamos, pois, o cherne, antes que venha,
Já morto, boiar ao lume de água,
Nos olhos rasos de água,
Quando mentido o cherne a vida inteira,
Não somos mais que solidão e mágoa...
Alexandre O'Neill
5 comentários:
e a mim lembra-me a mamã Dalton! buááá
Òptimo blog :) parabéns
Para lá de todas as considerações laterais, parece-me que, caso seja MFL a escolhida (o que, neste momento, não se me afigura seguro), o Eng. Sócrates terá certamente muitas saudades de Luís Filipe Meneses e questionará os seus botões: "Por que é que eles não elegeram o Tio Patinhas?".
Cá estaremos para ver!
Que delícia esta caldeirada!
~CC~
Magnífico!
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