segunda-feira, 22 de junho de 2009

Política Fantasmagórica [ II ]

Mancha NegraQual será a diferença entre alguém se candidatar a lugares sucessivos julgando-se com esse direito por não ter sido eleito para os lugares anteriores e a de alguém anunciar logo à partida que se irá candidatar a dois lugares, indicando qual a sua preferência no caso dos eleitores entenderem que é igualmente elegível em qualquer um deles?

Direi que a diferença reside na honestidade do candidato que informa logo na primeira candidatura o que pretende fazer e assim alerta sobre as suas intenções.

Há quem julgue que é mais lícito apresentar-se a votos quem não disser à partida quais as suas intenções. Para esses o eleitorado terá a resposta que entender, tal como tem para os outros a quem já atribuiu mandato na escolha anterior. Parece-me claro que quem decide é sempre o eleitorado e mandam as regras da democracia que se respeite o seu voto. O que me não parece claro é que quem se candidata a um cargo e para ele é eleito, não cumpra o seu mandato para ocupar um outro lugar para que não foi eleito. (Como já escrevi anteriormente exceptuo os eleitos para a Assembleia da República que transitam para o Governo uma vez que é da AR que emana o executivo e eventuais razões de força maior)
LNT
[0.480/2009]

7 comentários:

jpt disse...

Tenho visto isto referido em vários blogs e confesso o meu incómodo com a questão das declarações de Rangel (sim, sei que vai dizer que é "psdismo", mas olhe que não é). Concordo que não é bonito andar a concorrer a várias coisas ao mesmo tempo. Mas há aqui uma outra coisa - em vez de se protestar com o homem náo seria mais interessante, aos bloguistas políticos, abordar as nuances de um parlamentarismo compósito? O homem foi eleito deputado, o nosso poder legislativo foi articulado com o PE, náo acha que seria interessante ver isso. Bem mais interessante do que continuar a ver o PE como local de recuo de proto-senadores, acho.

Entretanto a mim muito mais choca a conversa do "cabeça-de-lista" ao PE. Cabeça de quê? Se a pessoalização da política é má, será compreensível quando estão em jogo lideranças (camara, republica, governo). Mas cabeça de lista para o PE é o quê? É uma mera mimetização das outras eleições.

Mas, acima de tudo, choca-me isto de andar tudo a atirar pedras a um deputado eleito por se disponibilizar em ir para o governo - sem procurar analisar mais nada sobre o sistema político, ou o que isso implica.

(sem acinte para aqui, que ainda vai mais saudável, quiçá pelas colaborações periódicas: isso aí na blogolusa está mesmo ponciomonteirista, pouco interessante. A ver se chega ao fim do ano, a ver se melhora)

Luís Novaes Tito disse...

Pois muito bem, JPT, seja!

Cabeça de Lista é o que encabeça a lista. O parlamentarismo compósito, como V.Exª bem diz é uma ideia interessante. O homem não foi eleito para deputado da AR mas sim do PE e isso faz toda a diferença, mesmo a compósita. Os proto-senadores também são uma ideia interessante. A minetização das outras eleições, também é uma ideia interessante.

Mas verdadeiramente interessante é o conceito de que isso aí na blogolusa está mesmo ponciomonteirista.

Tudo matérias de alto gabarito.

Abraço

PS. Está muito calor aí no Maputo?

Luís Novaes Tito disse...

Queira ler mimetização em vez do que lá ficou escrito por lapso.
Grato.

Daniel Santos disse...

Estou comovido com a capacidade que alguns candidatos, coitados, se dedicam aos lugares para que forma eleitos.

Blondewithaphd disse...

Direi que qualquer pessoa (e não só as "loiras do regime", como agora se diz) fica baralhada e com a sensação perpétua de que a classe política é uma cambada de oportunistas reunidos.

Daniel Rebelo disse...

Caro barbeiro quando encerrar para hora de almoço faça o favor de se dirigir aqui se não se importar:

http://pensamentoalinhado.blogspot.com/2009/06/premio-lemniscata.html

Abraço,
Daniel.

jpt disse...

Como (post) acima disse, independentemente de outras considerações (em Maputo o frio aperta, está na altura do cacimbo) o seu comentário ao meu comentário é antológico (verdadeiramente interessante, por assim dizer)