Num País que tem uma Comunicação Social tão miserável como as misérias e o sangue com que se entretém, esta Barbearia transforma-se até ao final da semana no espelho do Blog da Comissão Executiva das Comemorações do Centenário de Tito de Morais.
Não tratamos de fome, martírio, futebol, Fátima, escândalo e intriga, por isso a comunicação social faz a parede que não deixa ouvir os apelos que desde segunda-feira são feitos à ética, à História e aos princípios defendidos através do exemplo de uma vida dedicada ao bem público, vindos de todas as forças políticas, dos historiadores, dos diversos órgãos de soberania e dos cidadãos, que dentro das suas instituições e na rua não conseguem ter o mínimo eco para além do contido nos locais onde os realizam.
Para a comunicação social é indiferente uma semana de comemorações que consegue congregar todos os órgãos de soberania numa Comissão de Honra, não interessa a História não fantasiada do Século XX como foi explicado por Fernando Rosas no passado dia 28 no Palácio Galveias, não interessa o reconhecimento dos antigos e dos actuais deputados da Nação sobre a nobreza do carácter de um dos seus mais bravos, não interessa uma Sessão Solene na Assembleia da República onde todas as correntes políticas homenagearam o exemplo que Tito de Morais deixou às gerações vindouras, não interessa a memória pública evocada pelo povo de Lisboa através da voz do seu Presidente da Câmara Municipal que, ao descerrar o busto de Tito de Morais, disse fazê-lo para que todos que por ali passem se recordem que a liberdade, a solidariedade e a fraternidade são objectivos de todos os dias e não um bem adquirido para sempre.
E mais. Muito mais nas expressões, muitas vezes comovidas, de inúmeros cidadãos que têm participado nestas comemorações.
Das televisões nem vê-las, dos jornais uma ou outra pequena caixa papagueante dos despachos que a Lusa lhes envia. Um deserto. Uma necessidade constatada de, já de seguida, arrancar com projectos para homenagear homens como Piteira Santos ou Raul Rêgo para ver se estes nossos jornalistas são convocados para a missão que têm e que vai para além da bola, da intriga, da sua própria opinião, da escandaleira e do lixo com que vão afogando na manipulação quem ainda os lê e ouve.
É este o estado da arte. O estado a que chegámos, como diria o nosso Salgueiro Maia.
LNT
[0.233/2010]
Não tratamos de fome, martírio, futebol, Fátima, escândalo e intriga, por isso a comunicação social faz a parede que não deixa ouvir os apelos que desde segunda-feira são feitos à ética, à História e aos princípios defendidos através do exemplo de uma vida dedicada ao bem público, vindos de todas as forças políticas, dos historiadores, dos diversos órgãos de soberania e dos cidadãos, que dentro das suas instituições e na rua não conseguem ter o mínimo eco para além do contido nos locais onde os realizam.
Para a comunicação social é indiferente uma semana de comemorações que consegue congregar todos os órgãos de soberania numa Comissão de Honra, não interessa a História não fantasiada do Século XX como foi explicado por Fernando Rosas no passado dia 28 no Palácio Galveias, não interessa o reconhecimento dos antigos e dos actuais deputados da Nação sobre a nobreza do carácter de um dos seus mais bravos, não interessa uma Sessão Solene na Assembleia da República onde todas as correntes políticas homenagearam o exemplo que Tito de Morais deixou às gerações vindouras, não interessa a memória pública evocada pelo povo de Lisboa através da voz do seu Presidente da Câmara Municipal que, ao descerrar o busto de Tito de Morais, disse fazê-lo para que todos que por ali passem se recordem que a liberdade, a solidariedade e a fraternidade são objectivos de todos os dias e não um bem adquirido para sempre.
E mais. Muito mais nas expressões, muitas vezes comovidas, de inúmeros cidadãos que têm participado nestas comemorações.
Das televisões nem vê-las, dos jornais uma ou outra pequena caixa papagueante dos despachos que a Lusa lhes envia. Um deserto. Uma necessidade constatada de, já de seguida, arrancar com projectos para homenagear homens como Piteira Santos ou Raul Rêgo para ver se estes nossos jornalistas são convocados para a missão que têm e que vai para além da bola, da intriga, da sua própria opinião, da escandaleira e do lixo com que vão afogando na manipulação quem ainda os lê e ouve.
É este o estado da arte. O estado a que chegámos, como diria o nosso Salgueiro Maia.
LNT
[0.233/2010]
3 comentários:
Importa perguntar o seguinte: é o estado a que chegámos ou o estado de que partimos? No fundo o que quero dizer é que não há um momento na história portuguesa em que o estado de coisas pareça ter sido melhor; os descobrimentos parecem ter sido até uma forma de realizar no mar e terra alheia aquilo que não se pôde, ou quis, realizar em terra própria.
A comunicação social, actualmente, tem como único fito vender a notícia mais do que informar, serve um propósito perverso de notícia-receita, encenam-se dramas que não chegam a existir e ofuscam-se dramas que teimam em persistir.
É o estado de coisas inicial, e decerto não é um estado de coisas frontal.
Por razões dependentes do estado de saúde, há mais de um mês que vivo um pouco à margem do que acontece.E a minha perplexidade aumentou, quando ao ler este Blog, me deparo com uma série de acontecimentos de extraordinária importância porque nos dão conta da grandeza dos valores que sempre fundamentaram a vida de Tito de Morais. A RTP que nos afoga em documentários exaustivos sobre feitos não cumpridos da nossa selecção, e não nos permite o acompanhamento directo do que aqui se descreve, é ignominioso. Os jornais? Ah! esses publicam o que se vende...
É a miséria da situação cultural do País.
Somos uns tristes!
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