sábado, 7 de novembro de 2015

Da coerência e das premissas

Gunter GrassAgora que o “Arco da Governação” acabou, o PS prepara-se para governar substituindo o Governo PSD/PP. Se a vida fosse feita de coerências era uma monotonia.

Enquanto se aguarda o conhecimento dos conteúdos dos três acordos à esquerda para satisfazer as condições que o actual Presidente da República exigiu, reúnem-se este fim-de-semana, em separado, os estados-maiores dos quatro Partidos para validarem o que cada um deles entende por um acordo sustentável para a legislatura.

No princípio da semana tudo tem de estar consolidado, condição desde sempre exigida pelo Partido Socialista para que possa apresentar a quarta moção de rejeição ao Programa do Governo do PàF. E, como é de coerência que se fala, António Costa reafirma para quem quiser ouvir que sem acordos de papel passado que sustentem um compromisso para a legislatura o PS não viabilizará qualquer moção de rejeição dando o dito por não dito que há praticamente um mês foi comunicar no Palácio de Belém.

Uma coisa, a única, é neste momento certa.

Todas as conclusões têm de ter em consideração as premissas e as premissas de hoje não são obrigatoriamente as do dia seguinte às eleições presidenciais sendo por isso irrelevante a pretensão de um acordo para a legislatura.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.287/2015]

1 comentário:

Jaime Santos disse...

Muito bem observado. Mas uma coisa são aquilo que as coisas são, outra aquilo que aparentam. Costa não pode forçar Cavaco a dar posse a um Governo do PS, mas pode deixar-lhe o ónus de não o fazer (dependendo da solidez do putativo acordo) e pode ainda, seja ou não empossado já, deixar uma pergunta aos candidatos presidenciais, o que farão se forem eleitos, isto é, o novo/a PR irá dissolver a AR ou vai deixar uma coligação de Esquerda governar? Até agora, só ouvi uma posição clara a este respeito, e foi por parte de Sampaio da Nóvoa. Isto irá tornar a eleição presidencial num combate bem mais interessante do que seria de prever, afinal o PR tem poderes bem reais no nosso sistema de governo... Mais, já há pessoas à Direita a contestar aquilo que veem como o tom excessivamente consensual de Marcelo. Pode ser que apareça um segundo candidato à Direita, para ajudar à confusão...