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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Botão Barbearia[0.904/2008]
DescontextualizaçõesManuel Alegre

A perplexidade de Pedro Caeiro ao escrever:

Manuel Alegre diz que "dificilmente" será deputado pelo PS nas próximas legislativas, porque o PS se tornou numa "máquina eleitoralista", e, simultaneamente, critica a avaliação dos professores (também) pelos votos que se vão perder.
só resulta da descontextualização do que Alegre afirmou.

Bastava ter ouvido ou lido Alegre na entrevista quando disse:
Sim, porque o partido neste momento é uma máquina eleitoral, é uma máquina de poder. Deixou de ter uma vida própria e uma vida autónoma, a direcção do partido é o Governo.

e depois:
Não tenho dúvidas de que a maior parte daqueles professores que vai para a rua votou no PS! Não estou a dizer todos, mas uma grande parte. E, com certeza, muitos deles já não voltarão a votar. Vi muitos deles a chorar, recebi muitas mensagens e muitos apelos, conheço alguns daqueles professores e sei aquilo que estão a passar neste momento. O que gostava é que houvesse uma maneira de o primeiro-ministro perceber em que é que este modelo está errado!
Porque em política ele tem uma virtude, que é a determinação. Mas a determinação tem o seu contrário, que é transformar-se me teimosia. E a teimosia leva à cegueira e à surdez.

e completado a leitura com isto:
tentem corrigir os erros deste modelo de avaliação: menos burocrático, com menos papelada, com coisas menos estapafúrdias, como por exemplo o facto de um professor recém-estagiário estar a avaliar outro que tem um mestrado ou que até tem um doutoramento, ou o de Inglês estar a avaliar o de Alemão, e o do Alemão o de Francês…Coisas absurdas que acontecem nisto e que levam a um mau ambiente, à suspeição, à divisão. Neste momento já houve 55 escolas de Coimbra que decidiram suspender a avaliação, isto não é bom! É preciso haver avaliação, mas uma avaliação que realmente resolva esse problema e pacifique a escola, que acabe com este ambiente de tensão e de guerra civil. Que pacifique a escola e que seja bom para a escola pública, porque a escola pública é necessária, mas também tem de ter critérios de exigência. Um dos erros apontados a este método de avaliação é que um professor que dê boas notas é bem avaliado e um professor muito exigente, mais intransigente ou mais rigoroso na classificação, arrisca-se a ter más notas. Daí o facilitismo das classificações, etc., isso não é bom para a escola pública…e põe em causa o princípio da igualdade, porque quem tem posses manda os filhos para os bons colégios privados.

Pedro Caeiro teria entendido que Manuel Alegre não critica "a avaliação dos professores (também) pelos votos que se vão perder" (limita-se a constatar o facto) mas pela teimosia que leva à cegueira e à surdez que, por sua vez, o PS recusa a reconhecer.

Nota à adenda de PC:
Talvez pareça, como Pedro Caeiro diz, "um pouco infeliz". Mas, caro Pedro, tratam-se de momentos diferentes de uma longa entrevista formada por quatro partes e as respostas referem-se a diferentes questões, com diferentes abordagens que são colocadas pelos jornalistas em cada uma dessas partes.
LNT

Rastos:
USB Link -> Mar Salgado Pedro Caeiro - Dificilmente compreensível
-> Mar Salgado
-> Manuel Alegre Entrevista TSF/DN
-> TSF

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Botão Barbearia[0.772/2008]
CoerênciaManuel Alegre

Manuel Alegre quebrou a disciplina de voto imposta pelo Grupo Parlamentar do PS.

Argumentou coerência, coisa que vai rareando na política portuguesa, com as posições anteriormente assumidas na sua Campanha para a Presidência da República e apresentou a seguinte Declaração de Voto:

Declaração de voto

Projecto de lei nº 206/X ( BE )
Altera o Código Civil permitindo o casamento entre pessoas do mesmo sexo
Projecto de lei nº 218/X ( PEV )
Consagra a universalidade e a igualdade no direito ao casamento

Com a devida consideração pela votação efectuada pelo Grupo Parlamentar do Partido Socialista sobre a disciplina de voto relativa aos projectos de lei do BE e do PEV sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, é meu entendimento que a titularidade do mandato de deputado é individual e que uma deliberação partidária não pode sobrepor-se à decisão pessoal do deputado. Segundo o artigo 155º da Constituição da República Portuguesa, “os deputados exercem livremente o seu mandato” e segundo o artigo 157º, nº 2, “não respondem civil, criminal ou disciplinarmente pelos votos e opiniões que emitirem no exercício das suas funções”. O facto de ser eleito em lista partidária não dissolve a responsabilidade pessoal do deputado.

Há matérias em que a eleição por lista justifica a disciplina de voto, nomeadamente programa de governo, grandes opções do plano, orçamento, moções de censura e moções de confiança.
Os diplomas apresentados pelo BE e pelo PEV sobre casamento de pessoas do mesmo sexo têm a ver com liberdade, igualdade e não discriminação em função da orientação sexual. Trata-se de direitos. E em matéria de direitos e liberdades a Constituição nunca é neutra.
Acresce que nas últimas eleições presidenciais, em que fui o segundo candidato mais votado, sempre que, durante a campanha, fui interrogado sobre esta questão, pronunciei-me a favor da liberdade de orientação sexual.
Por todas estas razões votei a favor dos projectos de lei nº 206/X, do Bloco de Esquerda e nº 218/X, do Partido Ecologista os Verdes.
O Deputado
Manuel Alegre
Lisboa, 10 de Outubro de 2008

LNT
Bold da responsabilidade do autor do Post
Cartoon: Francisco Espada (
fgespada@yahoo.com.br)

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Botão Barbearia[0.498/2008]
LellicesTeatro Trindade

Quem conhece José Lello de outros carnavais menos folclóricos e menos chineses pasma-se com as atitudes que ele vem a tomar desde que se lhe gerou o rei-na-barriga, emprenhamento acontecido na altura em que liderou o processo de esbanjamento dos recursos públicos no betão com que construiu os estádios da inutilidade que continuam meio abandonados por este País fora.

Parece que nessa altura Lello não andava preocupado com as “independências éticas” que agora inventa, fórmula nova com que tenta esconder o nojo das calúnias que levanta contra os seus camaradas de Partido.

Alegre - Grande entrevistaQuando falta a ética aparece Lello, como quem conhece Lello sabe, desde que se lhe gerou o rei-na-barriga e, como o respeito pelas ideias dos outros não é o seu forte e a sua aparente bonomia não consegue aguentar desafios, disparata.

Talvez fosse tempo de Sócrates se pronunciar sobre a pronúncia dos que o secundam, não vá reparar, tarde de mais, que também já muitos militantes do PS começam a estar demasiadamente cansados da intolerância dos mandarins.

Sabe-se que a estória do Trindade não foi do agrado deste escriba, mas há que respeitar a liberdade de quem entendeu ter um acto político, principalmente se esse alguém tem a História de Manuel Alegre. Responder a actos políticos com ataques pessoais, ainda para mais caluniantes, não é uma tradição dos que se revêem na História do Partido Socialista.
LNT
Rastos:
USB Link-> PS: Lello reitera acusação que Alegre "parasitou" as jornadas parlamentares socialistas nos Açores
-> Alegre em colisão com PS promete reforçar contestação
-> Joaquim Paulo Nogueira - Respirar o Mesmo Ar - Árduos paradoxos
-> Sobre o Tempo que Passa - José Adelino Maltez

terça-feira, 18 de março de 2008

Botão Barbearia[0.264/2008]
Nambuangongo, meu amor
Nambuangongo, meu amor
Canção com Lágrimas e Sol

Eu canto para ti um mês de giestas
um mês de morte e crescimento ó meu amigo
como um cristal partindo-se plangente
no fundo da memória perturbada.

Eu canto para ti um mês onde começa a mágoa
e o coração poisado sobre a tua ausência
eu canto um mês com lágrimas e sol: o grave mês
em que os mortos amados batem à porta do poema.
Mina em Nambuangongo
Porque tu me disseste: quem me dera em Lisboa
quem me dera em Maio. Depois morreste
com Lisboa tão longe ó meu irmão de Maio
que nunca mais acenderás no meu o teu cigarro.

Eu canto para ti Lisboa à tua espera
teu nome escrito com ternura sobre as águas
e o teu retrato em cada rua onde não passas
trazendo no teu sorriso a flor do mês de Maio.

Porque tu me disseste: quem me dera em Maio
porque te vi morrer eu canto para ti
Lisboa e o Sol. Lisboa viúva (com lágrimas com lágrimas).
Lisboa à tua espera ó meu irmão tão breve.


Manuel Alegre (ao Manuel Ortigão que morreu na guerra)

Ontem, no Palácio Galveias, houve coisas que dão outro sentir. Ouvir Lídia Jorge apresentar Nambuangongo, perceber Manuel Alegre a explicá-lo, entender Paulo de Carvalho a cantá-lo e interiorizar a Canção com Lágrimas e Sol declamada por Rui Mendes, marcam sempre, fazem-nos melhores.
LNT