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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Todos querem eleger o líder do PS

Combate de Blogs nº 54


Cada um tem o seu estilo de intervenção. O meu preferido é pela escrita, até por gostar de argumentar sem ter de expor a imagem. Fica a promessa de não dar qualquer entrevista quando escrever e publicar o romance que tenho planeado há anos.

A convite e por simpatia de Filipe Caetano participei no passado Sábado no programa "Combate de Blogs" da TVI24. Na mesa estavam questões referentes ao imposto especial criado sobre o joelho pelo governo Passos/Portas e a disputa interna da liderança do Partido Socialista.

Tive como interlocutores a Marta Rebelo do Blog de Esquerda que aproveitou o directo para informar que não é "propriamente apoiante de Francisco Assis" e que se situa "nos antípodas de António José Seguro" o que me deixou ficar na situação de lhe apresentar condolências pelo orfanato revelado. Fiquei sem saber em quem irá votar a ex-deputada do PS e como o voto é secreto morrerei com essa curiosidade por esclarecer. Não se faz ao barbeiro.
Do lado oposto da mesa esteve Duarte Lino do Cachimbo de Magritte que irá passar a integrar a equipa dos residentes do programa em substituição do combatente Miguel Morgado que, entretanto, partiu para outras guerras.

Sobre a primeira questão, a relacionada com o imposto extraordinário, não tive direito a pronunciar-me. Nada de grave, uma vez que centraria a minha atenção na necessidade de fazer política de forma decente e sobre o assunto já me referi aqui, neste meu espaço de reflexão.

Sobre a segunda questão, o novo ciclo do Partido Socialista, foi o Duarte que não teve direito a pronunciar-se embora nos últimos segundos tenha tido tempo de manifestar a sua discordância comigo e deixar ficar a ideia que essa discordância deveria tomar forma de Lei da República.

Filipe Caetano mandou-o escrever no Blog. Fez-me lembrar o recado que em tempos o José Magalhães deixou a Pacheco Pereira.

Quem não viu e ficou curioso, faça o favor de consultar o registo em vídeo que já está disponível aqui.
LNT
[0.249/2011]

domingo, 12 de junho de 2011

Camaradas,

Cartão PSVão-me desculpar todos os outros frequentadores deste espaço, mas hoje dirijo-me aos meus camaradas.

Todos nós que somos filiados no Partido Socialista sabemos que ser militante de um Partido político (do PS ou de qualquer outro) é incompreensivelmente considerado por grande parte dos nossos concidadãos como uma coisa má. Todos nós já sentimos o dedo a apontar na nossa direcção e a maior parte de nós já sentiu o peso que esses dedos têm quando se fecham e nos acertam em cheio na cara.

Nós, que temos o nome fichado e que assim o mantemos nos bons e nos maus momentos, sabemos o que é ter a responsabilidade acrescida de escolher, de entre nós, os potenciais dirigentes de Portugal. Nós, os militantes, somos os primeiros responsáveis pelos candidatos que se apresentam a sufrágio quando se realizam eleições nacionais. É por isso que em democracia não existem vencedores nem derrotados pessoais e sentimos como nossas todas as derrotas e vitórias, mesmo quando dentro do nosso Partido não tivemos responsabilidade na eleição do líder.

Em última instância nós, os militantes do Partido Socialista (e isto aplica-se em todos os outros Partidos democráticos), que damos a cara, que somos insultados, que somos os "suspeitos do costume", que somos ultrajados e rotulados, somos os mais cidadãos de todos os cidadãos. Acabamos também por ser os únicos que temos direito a dois votos. Um, para eleger entre nós os que se apresentarão um dia a todos os outros e a outra para, com todos os outros, os elegermos na Nação.

Esta é a nossa grande responsabilidade e por isso temos a obrigação de escolher bem, consciente e independentemente de todas as pressões que sobre nós exercem os que nunca se comprometem mas que entendem que nos podem condicionar.

São muitas as formas de pressão. Basta abrir os jornais, basta ligar as televisões, basta ler a opinião publicada electronicamente, para o sentir, normalmente sobre a forma de atoardas que, quando analisadas, se revelam sem qualquer fundamento.

Nós, Camaradas, mais do que de outras vezes, temos dois excelentes militantes com provas dadas a concorrerem à liderança do PS. Falta-lhes apresentar os seus programas, que serão também nossos, pois é nossa competência o envolvimento na sua construção.

Sabem, já vos disse, que sou apoiante de António José Seguro. É nele que melhor me revejo na postura crítica construtiva, na lealdade insubmissa, na frontalidade e na defesa dos princípios que fundam o Partido Socialista.

Estou convicto de que seremos também nós que apresentaremos as melhores soluções para o nosso Partido e para Portugal.
LNT
[0.225/2011]

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Seguramente, admito-o

PianoJá se vêm por aí os carregadores de pianos a estrebuchar. Normal, pois não se concebe um carregador de pianos sem piano para carregar.

Vem isto a propósito das epístolas que se multiplicam na fé e pouco na doutrina. É interessante verificar que os disclaimers dessas epístolas anunciam quase sempre a condição de independentes.

Para quem milita num Partido as coisas passam-se de forma diferente. Nós, os que temos o odiado cartão e habitualmente somos olhados como leprosos, escolhemos entre os nossos pares aqueles a quem reconhecemos capacidade para liderar processos doutrinários. Isso distingue-nos no envolvimento e dá-nos a capacidade de decisão. Impede-nos (ou deveria impedir-nos) da tentação da deificação.
O simples facto de fazer parte de uma comunidade faz-nos preferir o bem comum aos seus líderes. Quando essas comunidades são democráticas sabe-se que o poder é transitório e que as ideias são o primado. Elas subsistirão às lideranças temporais.

Termino já.

Às vezes, como o é desta, temos de escolher o melhor de entre os bons. Assis tem todas as características de bom político, tem tudo para poder dirigir o Partido Socialista com mão segura e garantir que o PS continue a ser a referência da democracia em Portugal.

Mas é em António José Seguro que reconheço a capacidade para liderar o projecto que defendo para o Partido Socialista e para Portugal. Por isso serei seu apoiante. Com a mesma lealdade e sem a mesma fidelidade com que sempre estive ao lado daqueles que ganharam e perderam na luta pelos ideais do socialismo democrático.

É a hora da construção. Mãos à obra.
LNT
[0.223/2011]

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Avançar, que se faz tarde

António CostaGosto de António Costa. A amizade é coisa antiga, desde os tempos em que ainda se fazia política nas estruturas de base do Partido Socialista. Nem sempre estivemos do mesmo lado da cerca, até porque nunca fiz da política a minha forma de subsistência, o que acaba por nos distinguir no percurso. Mesmo quando dele discordei, sempre reconheci em AC um tipo capaz, combativo e leal. Homem de projecto, inteligente e perspicaz.

Não duvido que António Costa teria sido um excelente Secretário-Geral do Partido Socialista, principalmente agora, numa altura em que o PS tem de se repensar internamente para procurar soluções políticas e técnicas e, se pensamento político não lhe falta, terá também de dispor de tecnicidade para fundamentação das suas propostas.

António Costa clarificou a sua posição. Não está disponível para assumir a direcção do Partido Socialista porque o seu compromisso maior é com os eleitores que o fizerem Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, justificação que honra a dignifica o papel de responsabilidade que o PS deve garantir quando se submete a sufrágio.

Aguarda-se, agora com as eleições internas já agendadas para 22 e 23 de Julho, que os candidatos se façam anunciar. Antes do mais, parece ser importante que quem se julga capaz de desempenhar a tarefa se apresente para começar a agregar ideias e projectos em vez de andar a contar espingardas para uma batalha sem objectivo. Não é tarefa fácil, reconheço, nem sequer é tarefa para ganhos imediatos porque se inicia a travessia do deserto, mas será daqui que resultará o conceito e a proposta que reafirmará o Partido Socialista como a grande força capaz de enfrentar os desafios que Portugal tem de vencer.
LNT
[0.221/2011]

terça-feira, 7 de junho de 2011

Escolhas

Ana VidigalNunca me foi especialmente difícil fazer escolhas políticas.

No quadro nacional voto na Declaração de Princípios em que me revejo, independentemente dos protagonistas e, como sempre votei conscientemente nos protagonistas dentro do Partido Socialista, nunca me senti amargurado com o meu voto nacional.

No quadro partidário voto em programas e em pessoas com as quais me identifico, o que por vezes é um pouco mais difícil porque isso implica ter de escolher entre gente que se revê na mesma Declaração de Princípios. Guio-me pelos seus programas e pelo meu conhecimento pessoal dos candidatos. Tenho feito escolhas, umas vezes, não poucas, com o envolvimento directo para construção desses programas e outras, por simplesmente me rever nas suas propostas. Foi assim quando do "ex-secretariado" versus Mário Soares, quando de Sampaio versus Guterres, quando de Ferro Rodrigues versus Jaime Gama (que não chegou a ser), quando de Manuel Alegre versus João Soares e principalmente versus José Sócrates, isto para só falar de coisas maiores das quais mantenho memória fresca.

Aproxima-se nova contenda e pressinto perfilarem-se candidatos que irão certamente apresentar programas muito semelhantes e que, tendo perfis pessoais distintos, são pessoas que aprendi a estimar politicamente ao longo dos anos no acompanhamento dos seus percursos.

Aguardo pacientemente que se apresentem pois começa a faltar paciência para candidatos que aguardam tacitamente que os apontem, preferindo que sejam eles a tomar a iniciativa e a assumir o risco e a vontade de se apresentarem.

A política do risco calculado e de falsos sacrifícios tem os seus dias contados. Quando houver matéria voltarei ao assunto e assumirei a defesa do partido que tomar.
LNT
[0.219/2011]