quinta-feira, 9 de junho de 2011

Seguramente, admito-o

PianoJá se vêm por aí os carregadores de pianos a estrebuchar. Normal, pois não se concebe um carregador de pianos sem piano para carregar.

Vem isto a propósito das epístolas que se multiplicam na fé e pouco na doutrina. É interessante verificar que os disclaimers dessas epístolas anunciam quase sempre a condição de independentes.

Para quem milita num Partido as coisas passam-se de forma diferente. Nós, os que temos o odiado cartão e habitualmente somos olhados como leprosos, escolhemos entre os nossos pares aqueles a quem reconhecemos capacidade para liderar processos doutrinários. Isso distingue-nos no envolvimento e dá-nos a capacidade de decisão. Impede-nos (ou deveria impedir-nos) da tentação da deificação.
O simples facto de fazer parte de uma comunidade faz-nos preferir o bem comum aos seus líderes. Quando essas comunidades são democráticas sabe-se que o poder é transitório e que as ideias são o primado. Elas subsistirão às lideranças temporais.

Termino já.

Às vezes, como o é desta, temos de escolher o melhor de entre os bons. Assis tem todas as características de bom político, tem tudo para poder dirigir o Partido Socialista com mão segura e garantir que o PS continue a ser a referência da democracia em Portugal.

Mas é em António José Seguro que reconheço a capacidade para liderar o projecto que defendo para o Partido Socialista e para Portugal. Por isso serei seu apoiante. Com a mesma lealdade e sem a mesma fidelidade com que sempre estive ao lado daqueles que ganharam e perderam na luta pelos ideais do socialismo democrático.

É a hora da construção. Mãos à obra.
LNT
[0.223/2011]

11 comentários:

Anónimo disse...

Sem dúvida. Confiança nas ideias, ao líder a liderança da sua implementação e defesa.

folha seca disse...

Caro Luis
Embora seja independente tambem já tive o meu tempo de militância partidária. Não tenho nada contra as pessoas que têm cartão de partido. Considero a militância Partidária um acto digno, quando o objectivo é servir um ideal (mesmo que dele discorde) e não servirem-se desse mesmo ideal para fins pessoais.
Quanto à sua escolha, naturalmente que a respeito e não tenho sequer o direito de participar nessa escolha. Mas se me permite uma opinião, tenho medo das lideranças fabricadas pelos media. Acho que já pagámos caro por isso.
Abraço

Luís Bonifácio disse...

Não sendo PS, acho que se o novo PS não cortar com o anterior, não poderá aspirar a voos mais altos.

E o problema não é Assis, apesar de ser menos inteligente do que aparenta ser, pois uma pessoa inteligente não aceitaria posar ao lado de uma pessoa da estirpe de Edite Estrela.

Anónimo disse...

Isso é o que se chama de uma grande guinada à direita, Sr. Barbeiro. Percebe-se pelo pó ao socrático Assis. Mas ... Alegre acompanha-o?
H de Souza

Luís Novaes Tito disse...

Caro Folha Seca
Não percebo o que é isso de “fabricados pela CS”. Esta afirmação vem de que facto?
Abr

Luís Novaes Tito disse...

Caro Luís Bonifácio
Só conheço um PS. Não faço a menor ideia do que seja esse outro PS de que fala. As lideranças passam mas as organizações ficam, não é assim?
Quanto ao segundo parágrafo não comento. Recuso esse tipo de ataques pessoais.
Abr.

Luís Novaes Tito disse...

Caro H. Souza
Apoiar Seguro é uma guinada à direita? Onde foi buscar essa ideia?
Não sei se Alegre me acompanha, ou não, mas, como sabe, a minha cabeça continua a ser aquilo que me comanda.
Abr.

folha seca disse...

Caro Luis
É evidente que não conheço o suficiente para estar a armar aos cardos. Sou um observador.
O que queria dizer é que a comunicação social há tempos que "projecta" A.J.Seguro como o potencial e principal sucessor de Sócrates. Veja-se o congresso e a chegada ao local. Veja-se a pressão na noite de Domingo e a declaração "clara" de Seguro após a saída do elevador.
Mas se é o melhor, que assim seja. Portugal precisa de um PS forte e restruturado para fazer frente à direita que está a tomar o poder.
Desculpe estar a meter o bedelho, onde não sou chamado.
Abraço

Maria disse...

Senhor barbeiro
Nunca fui à bola com o Assis, nem gosto do Seguro.
Mas, mal por mal, antes o Seguro.
Se perder as peneiras e mostrar inteligência e dom de palavra, que seja ele.
Que pense um pouco nos que precederam e, veja o bom e o mau de cada um.
Maria

Luís Novaes Tito disse...

Caro Folha Seca,
Os seu “bedelho” é sempre bem-vindo (e enriquece este espaço).

A questão que refiro em resposta ao seu comentário é que a comunicação social em Portugal deixou, há muito, de exercer o seu papel de informação para se transformar num mar de comentaristas que não se concentram no essencial mas antes preferem os cenários e os mexericos para vender papel e share.

É isto que os moveu nas abordagens que fizeram a Seguro e não a “construção” de uma figura pública. Moveram-se essencialmente para o apresentarem como contra-poder, coisa da moda mas de que os portugueses já começam a dar sinais de cansaço, veja-se o que aconteceu com os resultados do BE, e não como “fabricantes de liderança”, coisa para que se estão nas tintas e que tratarão de “desfabricar” assim que isso lhes dê audiência.

Luís Novaes Tito disse...

Cara Maria,
Como digo no meu texto, terei em relação a Seguro a lealdade que ele me merece mas, nem em relação a ele nem a ninguém, serei fiel, característica que só admito nos cachorros. Seguro é, segundo creio, aquele que melhores características apresenta para liderar o Partido Socialista neste momento. Por isso o apoio. O tempo demonstrará a minha razão e cá estarei para agir consequente com aquilo que se vier a verificar.