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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

E se os minaretes tiverem sinos de ouro?

Burka - olhos - anéisDa última vez que estive em Genebra partilhei o pequeno-almoço com umas dezenas de mulheres que tinham de praticar um ritual estranho de dificuldades para poderem levar os alimentos à boca.

As burkas negras com uma fresta em renda para as deixar espreitar não eram só um sinal de diferença, o que seria respeitável, mas uma dificuldade real para poderem usufruir, com normalidade, do direito básico de se alimentarem.

Em Genebra, Suíça, as burkas são proibidas o que me levou a pensar que no país do chocolate e dos relógios as entidades policiais ficam cegas com os trajes negros onde se escondem seres humanos que circulam, aos magotes, à volta dos machos pelas ruas da cidade de Jean-Jacques. Quando se pergunta a um genebrino o que provoca tal cegueira nos agentes policiais eles apontam para os Patek Philippe de ouro e diamantes e para os anúncios à mais higiénica e elegante banca do Mundo, para logo de seguida torcerem o nariz com a pretensão de alterar a data das festas da cidade quando ela coincida com o Ramadão.

A Suíça tem destas coisas. Tanto tem orgulho na mosquée de Genève e no seu minarete de onde se avista o quartier des organisations internationales, como se envergonha de que do quartier des organisations internationales se aviste o minarete da mosquée de Genève.

Se ao menos as mesquitas tivessem campanários em vez de minaretes e sinos de ouro em vez de silêncios.
LNT
[0.742/2009]

Rastos:
USB Link
->
Também publicado no ≡ a Regra do Jogo

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Botão Barbearia[0.099/2009]
Fish and chips
(e falta de chá)Chá

"This is a fight for work. It is a fight for the right to work in our own country. It is not a racist argument at all."
A rapaziada hooligan tem razão. Isto não é racismo, mas convém que os ilhéus europeus entendam o que é xenofobia e principalmente que decidam, de vez, se querem fazer parte da União Europeia ou se pretendem continuar a ser só os special one da Europa.

E há reacções portuguesas que realmente espantam.

Por exemplo, este estranho sentimento que leva a repudiar a atitude dos carroceiros que negam aos portugueses o trabalho em terra de Sua Majestade. E estranho porque, das duas, uma:

- Ou os que agora consideram aqueles hooligans escumalha xenófoba nunca visitaram vilas inglesas no Algarve onde só se admite a entrada de portugueses para lavar os tachos e aparar a relva;
- Ou os que agora se admiram com a xenofobia nunca tinham dado pela forma como aquela malta tem considerado os lusitanos (e o resto dos europeus, incluindo os Irlandeses, diga-se em abono da verdade) ao longo da História europeia.
LNT
Ler também:
USB Link-> The Herald

-> a Terceira Noite Rui Bebiano
-> Água Lisa(6) ≡ João Tunes

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Botão Barbearia[0.603/2008]
Novas abordagensCores
( * ) "Quando o agressor não é branco, parte dos brancos anti-racistas cala-se pois, sem autoflagelação, a motivação esfuma-se."
Zé Paulo e já antes João Tunes e, pelos lidos, Carlos Gil (também aqui) abordam a questão de Loures numa formatação conhecida de cor ( * ) por quem já pisou fundo o terreno que lida com determinados grupos activistas, com estatuto de subsídio-dependência, que se limitam a desenvolver actividades baseadas em estereótipos aparentemente bem intencionados e em princípio importantes para a denúncia e defesa dos princípios que dizem proteger mas que, para além do paleio e do folclore, nada trazem de útil. Todos os conhecemos, não adianta enumera-los.

Porque essa gente é por demais conhecida e porque as suas técnicas de sobrevivência sem trabalho são do conhecimento de todos, recuso-me a ajudar na publicidade.

Quanto ao concordar com JPT que é um paradoxo "Um dia, quando a utopia chegar..." como aqui escrevi, o Zé Paulo contesta porque diz já ter visto muitas "utopias" terem-se transformado em realidade com o decorrer do tempo. Espero que ele tenha razão, embora, em relação a esta não acredite que assim venha a ser, pelo menos nas gerações mais próximas.

Voltando ainda a Loures. É evidente que há ali um conflito étnico, não vale a pena escamotear. Mas principalmente existem ali duas componentes que fazem esse conflito transformar-se em guerrilha armada.

A primeira é o facilitismo que proporciona o conceito do direito sem dever. Se aquela gente tivesse pago as casas onde vivem, ou se fossem obrigados a satisfazer compromissos para manterem as casas onde foram alojados, possivelmente pensavam duas vezes antes de criarem problemas entre si. A assim não ser e a partir da ideia simples que alguém lhes irá resolver de novo os problemas gratuitamente sem terem de assacar as consequências dos seus próprios actos, continuarão a agir sem responsabilidade e sempre com a ideia de que tudo podem exigir em troca de nada. Como disse em resposta a um outro comentário, todos nós gostamos mais ou menos de uns ou outros vizinhos dos nossos bairros ou condomínios mas não nos passa pela cabeça começar a chumbar aqueles de que gostamos menos. Ninguém dá valor ao gratuito, embora os portugueses adorem uma borla. Nenhuma habitação social deveria ser entregue sem que fosse assinado um compromisso, pelo menos, de civilidade e licitude. A quebra desse compromisso implicaria a quebra de solidariedade do Estado.

A segunda prende-se com a defesa de territórios de grupos organizados para comércios ilícitos. Em parte também decorrente da primeira, tanto se pode passar entre brancos e pretos como entre pretos e ciganos, entre ciganos e brancos, entre pretos e pretos, entre brancos e brancos, entre ciganos e ciganos e por aí fora considerando todas as etnias, cores, religiões e nacionalidades. No caso, o simples facto de se falar de 2ªs e 3ªs gerações de imigrantes já revela conceitos estranhos porque em princípio estamos a falar de cidadãos portugueses, o que reforça a ideia que a tal utopia tarda a deixar de ser um paradoxo.

Claro que esta abordagem é parcelar e simplicista. Os blogs podem apontar caminhos mas não são, pela sua própria natureza, manuais de ciência nem os bloggers têm de ser mestres.

Se conseguirmos transmitir nestas abordagens pelo menos visões diferentes daquelas que nos são vendidas pelo status quo, seja do poder ou dos que vivem de ser contra-poder, já a coisa não está mal. Foi isso que penso ter sido conseguido pelos bloggers referidos e que servem para reforçar a ideia que os Blogs também servem como criação de nova massa crítica.
LNT

à margem, mas a não perder: João Tunes em "a odisseia da Camarada Álvaro na Quinta da Fonte"
Rastos:
USB Link-> O embaraço de Loures – Água Lisa(6) – João Tunes
-> Loures: é preciso olhar e ver – Água Lisa(6) – João Tunes
-> Loures - Qtª da Fonte - On the road again – Carlos Gil
-> Loures. Racismo? De quem? - Lanterna Acesa - Zé Paulo
-> Ma-Schamba - José Pimentel Teixeira

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Botão Barbearia[0.588/2008]
Racismos politicamente correctosMissangas

Aqui para nós que quase ninguém nos lê e para os poucos que ainda lêem mas a quem pouco importa o politicamente correcto, esta coisa de se ouvir repetidamente na Comunicação Social: - No bairro X houve desacatos e troca de tiros entre elementos de etnia cigana e elementos de raça negra – revela um cuidadismo de punho de renda e revela o mal que estamos em matérias de racismo e de xenofobia.

Antes dissessem que: - No bairro X houve tiroteio entre ciganos e pretos – porque assim a xenofobia continuava a existir mas pelo menos o conceito racista caía.

Claro que o politicamente correcto seria dizer que: - No bairro X houve uma refrega que envolveu armas e disparos entre elementos da comunidade cigana e da comunidade negra – porque assim os conceitos centravam-se nas comunidades (fazendo de conta que elas existem como comunidades), aproveitando a xenofobia e o racismo para explicar a quem lesse, que tinha havido guerrilha entre ciganos e pretos o que deixaria os brancos, os amarelos, os vermelhos e os azuis muito mais descansados e informados.

Um dia, quando a utopia chegar, havemos de ser capazes de só ler que: - No bairro X houve um tiroteio entre arruaceiros portugueses. (ponto final)
LNT

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Botão Barbearia[0.326/2007]
Evitar repetições

Lembra-me Nuno Guerreiro Josué que está a decorrer uma petição para a edificação de um memorial às vítimas do massacre judaico de Lisboa de 1506.

Os memoriais servem para recordar e alguns, como é o caso deste, para alertar para o passado de forma a evitar os mesmos erros no futuro.

A petição está disponível aqui.
LNT
Rastos:
Link - Rua da Judiaria
Link - Petição