Uma das grandes vantagens de estar de férias, também dos blogs, é a não ter de se alinhavar o pensamento. A coisa compõe-se sem acentos e sem vírgulas, regista-se lá no fundo do inconsciente e fica para depois se dar sequência no regresso.
Mas o inconsciente, se for suporte de registo, é tão inconsciente que se perde no mesmo alçapão onde se armazenam as promessas eleitorais. Um limbo que, embora a Igreja diga hoje ser ienexistente, faz lembrar a pele doirada de Verão a descascar para que a rotina ressuscite e se esqueça o mar.
Sem essa memória do inconsciente fica só a das bolas de berlim com creme (apesar da ASAE), a das formas em
X despidas e a de outras que mais valia que nunca se tivessem despido, o "
chuááá" da rebentação, o salgado ranhoso das ostras e o miar rouco das gaivotas.
De uma porrada só volta a ouvir-se mau português, voltam os noticiários, os mortos, as greves, os despedimentos, as reentrés, os incêndios e as inutilidades das conversas e desconversas que dizem e desdizem no linguajar que justifica o nosso atraso.
Ainda assim aqui estou, alinhavando, e vós, pacientes, a aturar o meu abraço.
LNT[0.297/2010]