segunda-feira, 21 de março de 2011

A Ocidente nada de novo

ArmaAí estão de novo os senhores da guerra convencidos que são as suas explosões que irão definir a vontade dos povos.

Aí estão os demagogos da morte a anunciar que aquilo que o Ocidente está a fazer na Líbia é um novo Timor e a defesa dos mais fracos contra a tirania.

Aí estão as indústrias da guerra a precisar de esvaziar paióis, de exercitar os seus homens e de manter as fábricas a funcionar.

Aí está a falta de bom senso que não entendeu que se os Líbios queriam a interdição do espaço aéreo era para evitar que os aviões de Kadaffi os matassem cobardemente e não por preferirem ser mortos pelos canhões e mísseis das democracias do belicismo.

Aí estão os cínicos que há meia dúzia de dias abraçavam o tirano em troca duns barris de petróleo ou de uns negócios chorudos, a chorar lágrimas de crocodilo.

Aí está a hipocrisia de quem deixa morrer no Darfur mas que, em nome do petróleo, diz pretender evitar a morte de uma facção numa guerra civil, matando-a, se for necessário.

Lembro-me de Portugal e dos rumores da ameaça de uma esquadra americana quando o povo e as Forças Armadas portuguesas tratavam de enviar Caetano para a Ilha da Madeira, lembro-me de Timor que não estava em guerra civil mas a tentar libertar-se duma invasão estrangeira, lembro-me principalmente do Vietname onde se morreu em troca de nada e em nome de uma pretensa liberdade.

E comparando o que é comparável, só a última (a do Vietname) se aproxima à intervenção que os aliados estão agora a fazer na Líbia.
LNT
[0.096/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXX ]

Lisboa
Lisboa - Portugal
LNT
[0.095/2011]

domingo, 20 de março de 2011

Super Lua

Como em muitas outras coisas na vida, a ignorância faz desenvolver as crenças.

É comum que fenómenos tão bem explicados, alguns já há tempo suficiente para chegar ao conhecimento geral, continuem a ser objecto para fundamento de profecias e outras alucinações.

O tamanho da Lua, em determinadas alturas, é um deles. Um espectáculo para se observar com agrado, porque é um bom espectáculo, mas um fenómeno absolutamente normal, conforme se pode constatar pelo vídeo ao lado.

Claro que é mesmo só isso. Quem estava à espera de ver a Lua armada em Milagre do Sol, também não foi desta que se safou.
LNT
[0.094/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXIX ]

Lua Cheia
Super Lua cheia - Portugal
LNT
[0.093/2011]

quinta-feira, 17 de março de 2011

Bonne chance!

Águia afia as unhas

LNT
[0.092/2011]

A procissão

Pé de Franciscano
À frente vão os meninos de coro com as asinhas de branco imaculado, pés descalços e cabeça baixa.

Segue-se o Senhor dos Passos, traje roxo, numa antevisão da explosão dos jacarandás.

O altar montado em Belém aguarda as oferendas e penitências para redimir as contrições.


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Procissão


Tocam os sinos da torre da igreja, / Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja! / Vai passando a procissão.

Mesmo na frente, marchando a compasso, / De fardas novas, vem o solidó.
Quando o regente lhe acena com o braço, /Logo o trombone faz popó, popó.

Olha os bombeiros, tão bem alinhados! / Que se houver fogo vai tudo num fole.
Trazem ao ombro brilhantes machados, / E os capacetes rebrilham ao sol.

Tocam os sinos na torre da igreja, / Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja! / Vai passando a procissão.

Olha os irmãos da nossa confraria! / Muito solenes nas opas vermelhas!
Ninguém supôs que nesta aldeia havia / Tantos bigodes e tais sobrancelhas!

Ai, que bonitos que vão os anjinhos! / Com que cuidado os vestiram em casa!
Um deles leva a coroa de espinhos. / E o mais pequeno perdeu uma asa!

Tocam os sinos na torre da igreja, / Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja! / Vai passando a procissão.

Pelas janelas, as mães e as filhas, / As colchas ricas, formando troféu.
E os lindos rostos, por trás das mantilhas, / Parecem anjos que vieram do Céu!

Com o calor, o Prior aflito. / E o povo ajoelha ao passar o andor.
Não há na aldeia nada mais bonito / Que estes passeios de Nosso Senhor!

Tocam os sinos na torre da igreja, / Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja! / Já passou a procissão
António Lopes Ribeiro
LNT
[0.091/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXIX ]

Pirilampo de tractor agrícola
Lavoura - Alentejo - Portugal
LNT
[0.090/2011]

quarta-feira, 16 de março de 2011

Os pastéis estão servidos

Mona Lisa A Gioconda portuguesa não deixou que o nosso Primeiro se ficasse pela ameaça .

Picou-o até que dissesse qual era o limite para que daí resultassem os títulos de hoje, um entretém.

Afinal não será necessária a confiança.
Ficou claro que há mínimos.

Façam o favor de se chegarem à frente.

Nós, os do costume, cá estaremos para apanhar a lambada.
Mantemos a peça em cena mas passamos da comédia para a tragédia.
LNT
[0.089/2011]

Coisas do mar

CamarõesTendo tempo, não deixem de esfaquear umas gambas pelo dorso até que elas ficam com as carnes à vista. Salgá-las qb com flor e juntar cebolinho.

Na sertã o alho esmagado aloira no azeite para depois receber os decápodes regados com tabasco, temperados com coentros.

Assim que alaranjem e se enrolem estão prontos.

Um Alabastro branco bien frappé, de 2009, será bem-vindo.
LNT
[0.088/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXVIII ]

Pousada de Arraiolos
Arraiolos - Alentejo - Portugal
LNT
[0.087/2011]

terça-feira, 15 de março de 2011

O absurdo

NuclearA humanidade tem de gerar energia suficiente para satisfazer o seu bem-estar. Esta afirmação, que nada tem de especial, inclui o conceito de estar bem mesmo quando, para gerar essa energia, se põe em risco a própria humanidade.

A argumentação é sempre a mesma. Foram tomadas todas as medidas de segurança e ficou comprovado que o colapso é impossível. Já se tinha dito o mesmo quando um simples iceberg tratou de realizar uma impossibilidade, ou a fusão de Chernobyl demonstrou que só é impossível o que ainda não aconteceu.

O Japão martirizado pelo abanão e pela água está a beira de voltar a lembrar gerações de má-formações, desta vez não provocadas pelo delírio bélico mas antes pelo modelo de bem-estar. Oxalá não, que aquele povo não merece tanta provação.

A Alemanha já anunciou que irá encerrar as suas centrais com mais de trinta anos (presume-se que as outras não porque, dizem eles, são seguras). Esperar-se-ia o mesmo em França e em Espanha mas as notícias não chegam.

E por cá, espreita-se a oportunidade .Cavaco já levou um rotundo não há três anos, veremos o que aí vem.
LNT
[0.086/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLXVII ]

Cabanas - Copacabanas
Copacabanas - Cabanas de Tavira - Portugal
LNT
[0.085/2011]

segunda-feira, 14 de março de 2011

Cada vez mais à rasca

Tartarugas Electrónicas Ao excelente Post de Porfírio Silva no Machina Speculatrix nada tenho a acrescentar, deixando a ressalva da discordância sobre quem deverá tomar a iniciatia de atirar o País para o charco.
Por isso deixei lá este meu comentário:
Caro Porfírio
Tirando a parte de que deve ser o Governo a tomar a iniciativa de se demitir (ou em versão Eduardo Pitta, de apresentar uma moção de confiança na AR) revejo-me totalmente no teu texto e só não o assinaria devido a divergência sobre a iniciativa da demissão.
Cavaco tem de ser obrigado a fazer o mesmo que fez Eanes. Demitir o Governo para fazer eleger o seu Partido. Prevejo que não terá coragem para o fazer agora, porque o seu Partido ainda não existe. Se a questão fosse só luta política, o PS deveria fazer o que dizes mas, goste-se ou não de Sócrates, seja-se ou não um crítico activo das políticas de desbaratamento que pela sua mão e principalmente pela mão de uns tais a quem ele deu cobertura (o Vital Moreira chamava-lhes "roubalheira"), estamos em momento de emergência nacional e seria traição à Pátria deixar de lutar.
Se Cavaco entende que é na rua que se faz a democracia, ele que demita o poder democrático e assuma a responsabilidade do seu acto.
Se Coelho julga que consegue fazer melhor que Sócrates, que avance.
Se os defensores da "democracia apartidária" já têm um líder para governar e um staff para os representar na Assembleia da República, que façam o favor de dar o passo em frente e de mostrar a cara.
Abraço
LNT
[0.084/2011]