Tempos de namoro - Lisboa - Portugal
LNT
[0.103/2011]
LNT
[0.103/2011]
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Tocam os sinos da torre da igreja, / Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja! / Vai passando a procissão.
Mesmo na frente, marchando a compasso, / De fardas novas, vem o solidó.
Quando o regente lhe acena com o braço, /Logo o trombone faz popó, popó.
Olha os bombeiros, tão bem alinhados! / Que se houver fogo vai tudo num fole.
Trazem ao ombro brilhantes machados, / E os capacetes rebrilham ao sol.
Tocam os sinos na torre da igreja, / Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja! / Vai passando a procissão.
Olha os irmãos da nossa confraria! / Muito solenes nas opas vermelhas!
Ninguém supôs que nesta aldeia havia / Tantos bigodes e tais sobrancelhas!
Ai, que bonitos que vão os anjinhos! / Com que cuidado os vestiram em casa!
Um deles leva a coroa de espinhos. / E o mais pequeno perdeu uma asa!
Tocam os sinos na torre da igreja, / Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja! / Vai passando a procissão.
Pelas janelas, as mães e as filhas, / As colchas ricas, formando troféu.
E os lindos rostos, por trás das mantilhas, / Parecem anjos que vieram do Céu!
Com o calor, o Prior aflito. / E o povo ajoelha ao passar o andor.
Não há na aldeia nada mais bonito / Que estes passeios de Nosso Senhor!
Tocam os sinos na torre da igreja, / Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja! / Já passou a procissão
António Lopes Ribeiro