
Da série dos chavões para o injustificável, o de hoje vai ser:
"
Exceptuam-se os capitais para evitar que eles fujam"
Como todos os chavões justificativos para a pouca vergonha e para o roubo aos que tudo pagam em benefício dos que se julgam com direito a tudo, também este ignora a existência da Lei e a máxima de que, num Estado de Direito, ninguém está acima dela.
Sabemos que os capitais são apátridas. Por o serem não fogem. Movimentam-se sem preconceitos de fronteira e de Nação e funcionam onde lhes é mais rentável. Se ainda existem no nosso território é porque têm interesse em cá estar.
O Ministro das Finanças vai fazer a sua primeira "
colossal" acção de propaganda e vai-nos tentar convencer que os poucos capitais que permanecem em Portugal estão na mão de beneméritos que, por o serem, têm de ser poupados aos sacrifícios impostos a todos os restantes cidadãos. Vai explicar, para justificar mais um assalto, a
colossal incompetência da "trindade" que nos auditou deixando-se ludibriar pelo Governo cessante, como se ela não tivesse os instrumentos para não se deixar enganar e não os soubesse usar.
Esta
colossal conferência de imprensa encriptada em
economicês irá deixar marcas. Não se destina a quem vai pagar, porque a esses está garantida a retenção na fonte, mas sim aos que detêm a chave da desencriptação da mensagem que lhes garante haver ainda lugar a muito saque para seu proveito.
Quando o Ministro anunciar logo que quem trabalha ou trabalhou toda a vida vai ser chamado, de novo, para sustentar os lucros de uns quantos, confirmará a esses quantos que os seus direitos são intocáveis. Vai anunciar-lhes que não se devem preocupar, com a mesma calma com que um destes dias anunciará,
colossalmente, que não se devem investigar e prosseguir os assassinos em série porque eles poderão fugir para voltar a matar.
O Sol quando nasce é para todos mas a sombra que dele protege só está reservada para alguns.
LNT[0.276/2011]