quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Surdinas [ XXIX ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Se 90% dos testes de paternidade são realizados para esclarecer dúvidas, ficamos esclarecidos.

Isto é mesmo um País de filhos-da-mãe e a percentagem não cresce porque, tal como com as estatísticas do desemprego, não se contabilizam os que emigram, nem os que desistem do registo.
LNT
[0.038/2012]

Já fui feliz aqui [ ML ]

Amoreiras
Amoreiras/Ponte - Lisboa/Almada - Portugal
LNT
[0.037/2012]

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Cabra-cega

GoyaQuem ontem viu o Ministro Álvaro a fugir ao fogo amigo que a Judite de Sousa lhe disparou, percebeu claramente que a agenda que este governo tem escondida debaixo do “memorando” é para manter nesse estado.

Já todos percebemos que a “troika” é só um disfarce para a aplicação de um programa nunca revelado. Já todos entendemos que no “memorando” só é imutável aquilo que não interessa mudar.

Começa a ser tempo de nos dizerem que o que andam a cozinhar é coisa pensada e decidida. Já é tempo de se deixarem da cobardia de fingir que queriam fazer coisa diferente.
LNT
[0.036/2012]

Já fui feliz aqui [ MXLIX ]

Galo Barcelos
Galo - Barcelos - Portugal
LNT
[0.035/2012]

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

À procura de um papel

Três actores à procura de um papel


Diz-me o Joaquim Paulo Nogueira (JPN) que vai estar em cena na Comuna Teatro Pesquisa, à Praça de Espanha, Lisboa, entre os dias 19 e 29 de Janeiro (de quinta a sábado às 21:30 e aos domingos às 16:00 h) a peça "Três actores à procura de um papel"

Passará na Sala Novas Tendências e só o facto do texto e da encenação serem da autoria de JPN é suficiente para acreditar que estaremos perante um espectáculo a não perder. Os papéis desempenhados por João Cabral, Oceana Basílio e Ângelo Torres garantem o resto.
LNT
[0.034/2012]

Bis sexto ante calendas martii

Cadeira rotaDetesto anos bissextos e este 2012 tinha de o ser.

De quatro em quatro anos, excepcionando os múltiplos de 100 que não o sejam também de 400, acrescentamos mais um dia de trabalho não discutido em sede de concertação social, o que representa uma afronta aos mais amplos direitos dos trabalhadores. Trata-se de um acerto não remunerado das 6 horas que sobram aos 365 dias de cada ano normal e que, desde 1582, deveriam fazer parte dos cadernos reivindicativos.

Ontem, ao fim de três horas, ainda esta questão não tinha sido equacionada, já a delegação comunista (desculpem e rectifico) a delegação da CGTP abandonava as negociações, dando por concretizada a praxe anual e confirmando que os rituais não são exclusivo das lojas de que agora tanto se fala.

A UGT não foi de modas. Aproveitou a cadeira deixada vazia pelo seu camarada de luta para alargar o assento (o João Proença, em consequência das décadas de liderança, começa a ter o rabo grande demais para as estreitas cadeiras da concertação), arrecadou o benefício do contraditório, suportou a ligeireza alvarinha na medida canadiana do "toma lá mais meia hora, que é para embarateceres" (que entretanto parece ter caído, como outras "natas"), assinou o rapinanço de uns dias de férias, mandou o 5 de Outubro e mais três outros dias de descanso às urtigas, acordou passar metade do valor das horas extraordinárias para o bolso dos patrões que, tal como o Catroga, evocam a máxima de que quanto mais ganharem, melhor viverão os pobrezinhos porque o contributo para a esmola será acrescentado e digeriu mais meio dúzia de malfeitorias ideológicas impostas à sombra da troika.

Dizem que foi uma maratona. Subiram ao pódio os do costume.
LNT
[0.033/2012]

Já fui feliz aqui [ MXLVIII ]

Lagostas
César - Ericeira - Portugal
LNT
[0.032/2012]

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Escadeado à guilhotina

Corte cabeloAo contrário do que se passa nos táxis, nas barbearias, principalmente naquelas onde há tira-dentes a sangradores, as conversas não são só feitas para agrado da clientela mas também para que, quando no assento se repimpam os clientes mais exigentes em termos de escanhoado perfeito, se sinta que a navalha, a escapar, é capaz de cortar uma orelha. Raramente se dá a volta à praça exibindo o troféu, é verdade, mas a orelha, num tempo em que os cuidados de saúde estão pela hora da morte, acaba invariavelmente no lixo misturada com o resto da trunfa a varrer após a tosquiadela.

Os avisos estão bem destacados na montra ao lado. Pode-se fumar, o acordo ortográfico há-de ser matéria para as calendas, aceitam-se manicuras desde que devidamente credenciadas e diplomadas, o estabelecimento foi plivatizado e the rabbits transform come from outerspace to take over the world!

É por isso (por não haver o costume de dar a volta à praça a exibir o troféu) que muitas vezes passa desapercebida a conversa do barbeiro, como por exemplo aconteceu aqui e aqui, sem que alguém tivesse dado grande relevo, mas que agora não há gato pindérico que não levante o topete para amarfanhar a decisão. É o que dá economistas, na vertente da engenharia financeira, meterem as mãos no rabecão.

Espera-se que este deslize não se transforme em trambolhão e que em vez de uma orelha não haja quem venha a perder a cabeça.
LNT
[0.031/2012]

Memórias para futuro

Joana LopesA Joana tem um blog. Um pedaço de matéria que alguns julgam imaterial.
A Joana tem memória. Um pedaço de registo que alguns julgam virtual.
A Joana afasta brumas. Um pedaço de coerência que alguns julgam caminhos perdidos.

A Joana tem reconhecimento. Um pedaço cada vez mais imaterial, mais virtual e mais caminho perdido, nesta traquitana a que gostamos de chamar democracia.

A escolha do Entre as Brumas da Memória como o melhor blog individual de 2011 foi a materialização da realidade coerente.

Parabéns para a equipa do Combate de Blogs da TVI24, capitaneada pelo Filipe Caetano, que soube bem escolher e um abraço à Joana Lopes cuja coerência não precisa de felicitações para se ter por feliz.
LNT
[0.030/2012]

Já fui feliz aqui [ MXLVII ]

Lordi
Lordi (2006) - Helsinki - Finlândia
LNT
[0.029/2012]

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Ano bissexto, dia 13, sexta-feira

Gato Preto

“Standard & Poor's cortiu hoje o rating de Portugal, Itália e Espanha, em dois níveis. França ficou pela primeira vez sem a notação máxima, confirmou o ministro das finanças francês.”

Noticia hoje o Expresso. Vejam aqui.
Cortiu? Estes tipos são uns “cortidos”


À parte da gralha, o Expresso não explica que a culpa deve ser do gato preto, uma vez que até há pouco era do outro que agora anda por terras de França.
LNT
[0.028/2012]

O belo pastel

Pastel de BelémJá repararam que ainda ninguém fez um franchising de pastéis de nata?
Interessante número, conforme teria dito um nosso ex-presidente da assembleia da república a propósito do número sessenta e nove.

No entanto os pastéis de nata correm mundo, ou pelo menos correm pelas goelas do mundo chinês, americano, inglês, espanhol, etc. Não em franchising é certo, até porque pasteis há muitos e natas muito mais, mas como produto português, tal como as bolas de berlim ou as cavacas das caldas.

Pensava que só as marcas registadas poderiam ser objecto de acções destas e que o queijo "tipo" Serra, o vinho "tipo" OPorto ou os Alvaros "tipo" Ministro não contavam para o negócio.

Impressionante é que, mesmo aos trambolhões, o estimado Álvaro ainda assim conseguiu debitar sobre o tema calendarizado ao contrário do seu chefe que falou de chinesices e águas quando a conversa contratada era economia e comércio.
LNT
[0.027/2012]

Correio do leitor [ I ]

Corrente(correspondência da barbearia)

Luis Reis, escreveu dizendo-nos:
"É impressão minha, ou ficou tudo caladinho (a imprensa, blogs) etc., com a merda das atoardas naquele nojo de programa da SIC/N, COM OS "CRANEOS DA NATION"???Lindo!"

Caro Luis Reis,
Se o tal programa é aquela mesa oval ou paralelepipédica, ou lá o que é, onde se senta uma data de gente que não é eleita e por isso só se representa a si própria, mesmo sendo nata da nata e alguns com cadeira no Conselho de Estado, o assunto só pode ter relevância para quem lhes pede conselho.
A converseta podia passar-se num qualquer botequim mas preferem encontrar-se numa espécie de casa dos segredos. Viva a liberdade!
A deles, para se exporem, e a nossa, para os ouvirmos, se estivermos para aí virados.
LNT
[0.026/2012]

Já fui feliz aqui [ MXLVI ]

Botero
Fernando Botero Angulo - Medellín - Colombia
LNT
[0.025/2012]

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Caluda

FantásticoUm Partido político não é uma pessoa, nem um grupo de pessoas. É uma organização onde as pessoas se filiam à volta de uma declaração de princípios para debaterem e apresentarem soluções que conduzam à execução dos princípios contidos na sua declaração.

Assim sendo, e porque estamos a falar de organizações de pessoas e porque as pessoas não são autómatos, os Partidos políticos usam a inteligência e o saber dos seus membros, sendo certo que, para cada questão, haverá sempre mais do que uma solução.

Como estou a falar de Partidos políticos democráticos essas diversas visões e soluções deverão ser debatidas e sujeitas a votação sempre que não seja possível o consenso.

Quer isto dizer que os membros dos Partidos (no PS chamam-se militantes) não estão obrigados a concordar com a direcção dos Partidos, embora estejam sujeitos à sua decisão.

É por isso mesmo que o argumento usado para fazer calar a opinião e que se baseia na frase “o Partido tal e tal não tem autoridade para dizer isto ou aquilo porque também já fez aquilo ou aqueloutro” não tem qualquer validade, principalmente se o directório tiver sido substituído por sufrágio. Os Partidos democráticos são mutáveis e o poder não é eterno.

Ouvi ontem, vezes sem conta, críticas ao PS por este ter vindo a terreno repudiar a política de cunha e do favor que está a ser exercida pelo actual poder nacional. Essas críticas iniciam-se sempre com o argumento já referido anteriormente que, para além de ser parcialmente falso uma vez que o PS tem o hábito de, quando está no poder, repartir os cargos executivos, nunca contribuirão para corrigir o que se reconhece estar mal.

O poder político, em democracia, segue o princípio do sancionamento nas urnas e ele já foi feito.

Não é lícito mandar calar a oposição por ela já ter sido poder e por o ter perdido também por erros que agora voltam a ser cometetidos.
LNT
[0.024/2012]