Muito se tem descascado a banana Assenge. Muita expressão inglesa é usada para dizer, na nossa língua, coisas que não temos palavras para significar. Muitos são os casos de assassinato político (e profissional) que se baseiam, nada mais tendo para argumentar, em acusações sexuais. Muito mal se trata o assunto sexualidade usando conceitos, preconceitos, moral, religião e mais uma catrefada de risos e risinhos com intenções e desatenções.
A formatação começa cedo, os meninos e as meninas de hoje já brincam com carrinhos e bonecas, embora o controlo parental se continue a manter atento, principalmente quanto à manipulação das bonecas pelos meninos, e para eles prefira a iniciática brincadeira dos doutores ou coisas verdadeiramente masculinas como jogar à bola, amontoar-se no rugby ou outras acções violentas de contacto.
Desviei-me da conversa. Voltando:
Coisas sérias são tratadas por
sex by surprise, por
legitimate rape e por muitas outras expressões anglófonas tentando dar-lhes um sentido em português mesmo correndo o risco de ficarem
lost in translation. No fundo andamos numa roda viva para chegar ao conceito de violação (interessantemente centrada no hetero, como se não acontecesse no homo, e na violação sobre o feminino, como se sobre o masculino não existisse) rodopiando sobre a questão do consentimento, incluindo os
sim-sins e os
não-nãos pronunciados com mais ou menos ruído e mais ou menos convicção no decurso do acto, para já não falar nos
apelos divinos que muitas vezes nele são proferidos.
Sei que esperavam que agora iniciasse uma tese e retirasse a conclusão, porque o assunto é sério, mas é Agosto e fico-me pelo enunciado deixando esse trabalho para quem sabe da poda (linguagem casual-passista).
LNT
[0.385/2012]