Voltando à conversa do melhor e do pior e, já agora, à outra da mulher de César, chegamos às questões que fazem da política uma porca e à conclusão de que nem todos os porcos são iguais.
O ministro da economia anda na passeata com o Primeiro por terras africanas do Indico.
Mais uma vez, o que tinha para mostrar foi uma unidade industrial de seu grupo de interesse.
Certo, certo é que desde que tomou posse já andou por Angola e Moçambique a tratar dos assuntos da economia refrigerante (foi logo a sua primeira incursão no estrangeiro e, por coincidência, sempre
assuntos e interesses ligados ao grupo onde exercia actividade – nem é preciso lembrar as suas ligações a uma marca conhecida do mercado).
Usando uma técnica marcelista poderia questionar e simultaneamente responder:
- Os refrigerantes que Pires de Lima promove são uma actividade económica de interesse para Portugal?
Sim, são!;
- É eticamente correcto que um empresário vá para o poder e lá promova uma marca com que tem profundas e antigas ligações?
Pode ser que sim, desde que seja no poder que temos.;
- É aceitável que se use o poder para tratar de assuntos de interesse próprio e dos amigos?
Pode ser que sim, desde que isso aconteça em Portugal;
- Esta política tem cheiro?
Sim, tem. Cheira a ovos podres e só não cheira mais porque as essências agradáveis utilizadas nos néctares refrigerados, misturadas com a falta de isenção de quem deveria divulgar estas coisas, abafam muito bem o pestilento que por aí vai.
Sem dúvida que isto,
para alguns, está melhor. Aliás, nunca tinha estado tão bem.
LNT
[0.118/2014]