Não quis escrever isto antes em respeito ao luto por Diogo Freitas do Amaral.
Fica agora, aproveitando a saída de Cristas e o regresso de Monteiro e aproveito para fazer um "disclaimer":
Não sou dos que boicotaram os congressos de CDS nem incendiaram sedes do PCP.
Sou dos outros que foram até à Fonte Luminosa de Lisboa quando foi preciso garantir a democracia.
O CDS de Freitas do Amaral, Amaro da Costa, Morais Leitão, Basílio Horta, Sá Machado, Nogueira de Brito, Adriano Moreira e posteriormente de Lucas Pires, entre outros, foi formado com muita gente que vinha do tempo da outra senhora mas que se revia na Democracia-Cristã europeia.
(Para os menores de 45 anos aconselho uma volta pelo GOOGLE para saberem o que era isso).
Foi assim que o CDS se fez o tampão da democracia à extrema-direita.
Os anti-democratas de então - e não pensem que eram todos ricos, basta ver imagens da época tiradas no Terreiro do Paço que o mostram cheio de populares a ovacionar o Botas e depois Marcelo - ao sentirem-se órfãos da ditadura, à falta de melhor e porque não tinham ELP que lhes valesse, acabaram por se acomodar no CDS do qual se foram posteriormente afastando por perceberem o que era a Democracia-Cristã e passaram a andar por aí aos gritos de que no "tempo de Salazar é que era bom", conseguindo que essa imagem chegasse aos tempos de hoje, mesmo a gente que nunca viveu nesses tempos e jamais lhe passará pela cabeça que tempos foram esses.
É recorrente ouvir a frase nos transportes públicos, talvez até mais, do que em carros privados de luxo.
Depois o Manuel Monteiro, então amigo do coração de Paulo Portas, num assomo de grande jocosidade e companheirismo jogou a ideologia democrata-cristã para o lixo e criou o partido personalista PP sem qualquer ideologia, nunca imaginando que seria o próprio PP (Paulo Portas) que lhe viria a dar com a porta na cara.
Depois de Portas vieram outros, entre eles, de novo, Portas e por fim chegou Cristas na mesma onda populista (ou popularucha, como quiserem) não dando tempo ao recém regressado Monteiro que alterasse a sigla do Partido para CDS-AC.
E toda esta História recente contada em linguagem não-científica e corriqueira serve para quê?
Para pouco, confesso, mas talvez suficiente para se começar a perceber porque é que quando os tampões deixam de ter efeito, a nocividade que eles evitavam começa a passar para os ouvidos.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.014/2019]
Fica agora, aproveitando a saída de Cristas e o regresso de Monteiro e aproveito para fazer um "disclaimer":
Não sou dos que boicotaram os congressos de CDS nem incendiaram sedes do PCP.
Sou dos outros que foram até à Fonte Luminosa de Lisboa quando foi preciso garantir a democracia.
O CDS de Freitas do Amaral, Amaro da Costa, Morais Leitão, Basílio Horta, Sá Machado, Nogueira de Brito, Adriano Moreira e posteriormente de Lucas Pires, entre outros, foi formado com muita gente que vinha do tempo da outra senhora mas que se revia na Democracia-Cristã europeia.
(Para os menores de 45 anos aconselho uma volta pelo GOOGLE para saberem o que era isso).
Foi assim que o CDS se fez o tampão da democracia à extrema-direita.
Os anti-democratas de então - e não pensem que eram todos ricos, basta ver imagens da época tiradas no Terreiro do Paço que o mostram cheio de populares a ovacionar o Botas e depois Marcelo - ao sentirem-se órfãos da ditadura, à falta de melhor e porque não tinham ELP que lhes valesse, acabaram por se acomodar no CDS do qual se foram posteriormente afastando por perceberem o que era a Democracia-Cristã e passaram a andar por aí aos gritos de que no "tempo de Salazar é que era bom", conseguindo que essa imagem chegasse aos tempos de hoje, mesmo a gente que nunca viveu nesses tempos e jamais lhe passará pela cabeça que tempos foram esses.
É recorrente ouvir a frase nos transportes públicos, talvez até mais, do que em carros privados de luxo.
Depois o Manuel Monteiro, então amigo do coração de Paulo Portas, num assomo de grande jocosidade e companheirismo jogou a ideologia democrata-cristã para o lixo e criou o partido personalista PP sem qualquer ideologia, nunca imaginando que seria o próprio PP (Paulo Portas) que lhe viria a dar com a porta na cara.
Depois de Portas vieram outros, entre eles, de novo, Portas e por fim chegou Cristas na mesma onda populista (ou popularucha, como quiserem) não dando tempo ao recém regressado Monteiro que alterasse a sigla do Partido para CDS-AC.
E toda esta História recente contada em linguagem não-científica e corriqueira serve para quê?
Para pouco, confesso, mas talvez suficiente para se começar a perceber porque é que quando os tampões deixam de ter efeito, a nocividade que eles evitavam começa a passar para os ouvidos.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.014/2019]