Era assim que, em miúdo, tagarelava com os caracóis que insistiam em comer os jarros da casa onde vivia no meio de um bando de irmãos que nunca perdoavam a vida ranhosa que se desenvolvia no bolso da frente do meu bibe.
Sem o saber, promovia a baba dos animais e a mistela que resultava de um ou outro encontrão que algum dos maninhos fazia acontecer para que o esmagamento dos moluscos gastrópodes me provocassem uma lágrima de desalento e o raspanete da criada ao ver o estado deplorável em que o asseio da fardamenta ficava.
Era assim. Não havia caracol grande, pequeno, listado, ou liso que não fosse arrancado das folhas da planta de flor branca com um pirilau amarelo no meio para o recatado mundo que coabitava no tal bolso da frente do meu bibe. Dali eram retirados, com as enroladas cobras-de-café e os berlindes bichos-de-conta, para todo o tipo de brincadeiras, torturas e batalhas de morte travadas com as guardiãs do buraco das formigas gigantes da base do pinheiro existente no fim do quintal.
Caracol, caracol, põe os corninhos ao Sol, música que guardo para estes dias de início de Primavera chuvosa e ameaçada pelas cinzas do Katla islandês que fazem milhões de indígenas do velho continente esquecer voos rápidos e regressar aos pouca-terra.
Canto para dentro a musiqueta aguardando pacientemente vê-los, em manada e comprimidos em saquinhos rendados, para que lha cante de novo enquanto os instruo na brincadeira do estrafegamento pelo estrugido de orégãos e piripiri.
LNT
[0.147/2010]
Sem o saber, promovia a baba dos animais e a mistela que resultava de um ou outro encontrão que algum dos maninhos fazia acontecer para que o esmagamento dos moluscos gastrópodes me provocassem uma lágrima de desalento e o raspanete da criada ao ver o estado deplorável em que o asseio da fardamenta ficava.
Era assim. Não havia caracol grande, pequeno, listado, ou liso que não fosse arrancado das folhas da planta de flor branca com um pirilau amarelo no meio para o recatado mundo que coabitava no tal bolso da frente do meu bibe. Dali eram retirados, com as enroladas cobras-de-café e os berlindes bichos-de-conta, para todo o tipo de brincadeiras, torturas e batalhas de morte travadas com as guardiãs do buraco das formigas gigantes da base do pinheiro existente no fim do quintal.
Caracol, caracol, põe os corninhos ao Sol, música que guardo para estes dias de início de Primavera chuvosa e ameaçada pelas cinzas do Katla islandês que fazem milhões de indígenas do velho continente esquecer voos rápidos e regressar aos pouca-terra.
Canto para dentro a musiqueta aguardando pacientemente vê-los, em manada e comprimidos em saquinhos rendados, para que lha cante de novo enquanto os instruo na brincadeira do estrafegamento pelo estrugido de orégãos e piripiri.
LNT
[0.147/2010]