quinta-feira, 18 de abril de 2013

Briefing

Cupcake Laranja4 – homens – 4 de fatinho escuro, gravatas escuras e explicações escuras, sentaram-se de manhã, frente às câmaras de televisão e tendo por pano de fundo o azul da Europa que segura as estrelas amarelas e o verde e rubro que ostenta a esfera com os castelinhos e as moedas que não temos para reembolso.

Dos 4 – homens – 4 centrei a minha atenção no novo maduro para estudar a pose e tentar entender a missão de que vem incumbido. Julguei estar na fábrica dos pastéis de Belém, tal o cheiro a canela e a açúcar misturado com os aromas que transformam a nata em creme e o folhado em massa quebrada.

Não perdeu um momento nem uma questão para dizer da sua graça e a graça com que o dizia andava sempre à volta de entendimentos inexistentes e de intenções em aberto para fingir que não estavam fechadas as decisões ocultadas.

Eram 4 – homens – 4, 1 - em estreia – 1. Nada de novo tirando a relva.
LNT
[0.060/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCXLIX ]

Brinquinho
Brinquinho - Madeira - Portugal
LNT
[0.059/2013]

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Diálogos

CenouraDomingo
O provável futuro dirigente de um dos tentáculos da Troika recebe os funcionários que hão-de ser seus subordinados quando for corrido de Portugal, que lhe transmitem ter vindo à Lusitânia a mando de quem os mandou (o alemão nunca foi o meu forte) com o intuito de fingirem que impõem aquilo que o seu alegado futuro chefe quer impor à populaça.

Gaspar monta-se no Mercedes (ou Audi) e vai até São Bento dizer ao seu testa-de-ferro que tem de fazer um número de circo e chamar ao palácio o líder do maior Partido da oposição para que os jornalistas escrevam que ainda vivemos em democracia.

2ª Feira
Não se passa nada. A equipa Benetton aproveita o Sol e o vinho português e aguarda que o seu futuro chefe lhes mostre o plano que terão de validar como se fosse seu.

3ª Feira
Coelho mete no correio a carta que Gaspar lhe entregou para ser dactilografada em papel timbrado da Presidência do Conselho de Ministros e manda o recado à rapaziada dos jornais para fazerem escarcéu à volta do assunto.

4ª Feira
Seguro acede, uma vez mais, a tentar dialogar com o Primeiro-Ministro. Na sessão de esclarecimento é confrontado com um PowerPoint acabado de chegar via eMail contendo o plano B que sempre foi o plano A do "mais-para-além-da-troika".

O Conselho de Ministros, o Primeiro-Ministro, os Ministros, o líder do maior Partido da Oposição, a Troika, a Concertação Social e o diabo que os carregue são confrontados com a decisão irreversível de Gaspar.

Os portugueses hesitam entre emigrar ou desligar as televisões.

O Sol ainda brilha para todos e não tarda estaremos a comemorar mais um 25 de Abril (possivelmente com os dirigentes da República fechados num bunker não vá uma maluquinha começar a cantar uma área qualquer ou o valente e duro PCP ligar os megafones com os acordes da Vila Morena, contra o Pacto de Agressão e na defesa da Reforma Agrária)
LNT
[0.058/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCXLVIII ]

Cozido à portuguesa
Cozido à Portuguesa - Portugal
LNT
[0.057/2013]

terça-feira, 16 de abril de 2013

Foram ao Pingo Doce a Bogotá ou a Medellín?

BoteroÁlvaro tem dois dias na Colômbia para mostrar o que vale. Depois disso consta que o outro Ministro da Economia Estrangeira se irá juntar à comitiva. Já que Portas não o consegue demitir, há-de conseguir calá-lo nem que seja fazendo-o beber um chazinho tradicional.

Já o nosso Presidente anda numa roda-viva nas Américas latinas. Depois da Colômbia, que ontem um jornalista dizia ser o novo el-dourado (aquilo tem por lá uns chás que fazem os jornalistas dizerem destas coisas), virá o Peru onde terá certamente a oportunidade de observar o sorriso das Lamas.

A equipa Benetton da Troica, que está a passar férias em Lisboa, agradece. Cavaco fora, dia santo na loja e dois dos três ministros da economia ausentes do País e o outro a amadurecer, dão-lhes folga bastante para apanharem um solzinho luso e para se aconselharem, sem entraves, com o seu ministro das finanças.

Quando o Presidente voltar já deverá estar traçado o destino da sua parca reforma.
LNT
[0.056/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCXLVII ]

Ericeira
Ouriço - Ericeira - Portugal
LNT
[0.055/2013]

segunda-feira, 15 de abril de 2013

O lago dos cisnes

TrockaderoMais voto, menos voto, Seguro conseguiu quase 97 % de apoio dos militantes do PS e a sua Moção política 99%.

Parece que, aqueles que se esconderam debaixo da mesa depois de ter andado a ocupar tempo de antena exigindo atenção valem, mais voto, menos voto, uns 3%, isto é, não votaram em Seguro porque fazem saber não gostar dele, mas votaram nos delegados para defesa da moção política, porque lhe acrescentaram uns parágrafos e porque querem estar no Congresso Nacional para negociarem, em conjunto com os inerentes do costume, uns lugares de proa nos Órgãos Nacionais de forma a garantir que os holofotes se não apaguem e que as cadeiras do Parlamento continuem a proporcionar-lhes visibilidade.

Aguardemos agora por Santa Maria da Feira para saber como vai ser a dança. Consta que as proteções de silicone para os sapatos de pontas já estão esgotadas no mercado nacional.
LNT
[0.054/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCXLVI ]

X Files
X Files - Por aí
LNT
[0.053/2013]

domingo, 14 de abril de 2013

Longe de mais, he said

PortasPassos Coelho disse ontem que Portas andava longe de mais para ter ido à tomada de posse deste governo de maduros.

Hoje Paulo Portas já está perto para se sentar no Conselho Nacional do CDS a intrigar mais um pouco sobre a chuva e a traçar as navegações com que consegue o milagre de andar nos temporais sem se conseguir molhar, coisa estudada e aprendida quando transformaram o CDS em PP e a liderança do CDS deixou de ser democrata-cristã para passar a ser popular, populista, ou lá aquilo que é.

Portas sabe que, agora que o Governo já está maduro, falta-lhe pouco para cair de podre.

Paulo sabe que se a política fosse para ser feita por Professores Universitários, o Conselho de Ministros seria uma Reitoria.

Enquanto Maduro não se pega com Gaspar e os dois não se pegam com Álvaro, até porque Álvaro não se pega com quem quer que seja por preferir a Horta Seca à seca de ter de dar aulas a canadianos, Portas vai fazendo os seus habituais joguinhos aprendidos no tempo do Independente, altura em que tinha por Cavaco muito mais respeito frontal do que hoje finge ter.
LNT
[0.052/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCXLV ]

Expo 92
Expo92 - Sevilha - Espanha
LNT
[0.051/2013]

Excitações

Eva
A excitação que por aí vai por termos passado a ter mais um Professor no Governo.

Se isso fosse uma grande vantagem então estaríamos todos bem com o nosso Presidente da República, com Álvaro, com Gaspar, com Crato e com mais uns quantos que andam por aí e a TVI seria uma janela de oportunidades para a salvação nacional.
LNT
[0.050/2013]

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Fino que nem um pardal

PardalO Presidente dos Roteiros, não vá o Primeiro-Ministro não o convidar para presidir aos Conselhos de Ministros, lá vai garantindo a sua presença em São Bento.

Desta vez não o fará com intentonas de escutas mas sim com os ouvidos atentos de Ministros saídos da linha dura da sua comissão eleitoral. Um deles já tinha avisado que a solução "governo de iniciativa presidencial" era a sua preferida.

Para não perder o hábito, o dinheiro da Europa fica sob a batuta do maestro.

Ainda dizem que o homem não é político.
LNT
[0.049/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCXLIV ]

QR Code
Joana Lopes - Blog Entre as Brumas da Memória (6 anos) - Portugal
LNT
[0.048/2013]

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Let's go [ II ]

Águia
LNT
[0.047/2013]

Alapados

LapasApesar desta chuva e tempo malditos estamos na Primavera. Basta olhar para as árvores que se fazem de mortas no Inverno para o perceber.

Leio num comentário anónimo ao meu texto 44 (este ano a produção de texto deste Blog tem sido pouco mais do que quase nada) que:
"Acredito que no PS há boas pessoas, cidadãos, técnicos, mas também lá estão os alapados aos tachos, troca-de-favores e futuras prebendas da rotatividade no poder... e as práticas destes fazem desistir e desacreditar no futuro do PS... e do país."
Preferi trazer à primeira página o contraditório, não porque tenha muito a contradizer por conhecer a realidade, mas porque é Primavera e na Primavera as árvores que se fazem de mortas no Inverno, enchem-se de folhas.

Há alapados nos Partidos, há alapados fora dos Partidos (que aliás estão na moda e a quem é muito mais favorável ser “independente”), há alapados na política, há alapados políticos que gostam de fingir que não o são (nem políticos, nem alapados – o nosso Presidente da República é um bom exemplo) e principalmente há os alapados na indiferença, aqueles que nada fazem para que algo seja diferente e estão sempre na vanguarda da crítica inconsequente e irresponsável porque, como se sabe, só se responsabiliza quem faz.

Além das lapas que se fixam com ganas às rochas para garantirem que as marés não as sacam dali, também há os burriés, os búzios, os ouriços e as pulgas-do-mar que, embora pareçam mais móveis do que as lapas, também se alimentam da babugem.

Depois há as árvores que deixaram de se entender com a Primavera. Sem folhas e sem força para brotarem novos galhos só aguardam que o madeireiro lhes acerte.
LNT
[0.046/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCXLIII ]

QR Code
QR Code da Barbearia - Moderneiras - aqui mesmo
LNT
[0.045/2013]

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Festas

Bandeira do PSOs Congressos Nacionais do Partido Socialista costumavam ser uma festa. Partido enraizado nos conceitos democráticos da melhor tradição, defensor de teorias social-democratas e humanistas, nunca deixou que a liberdade fosse suspensa nem que os princípios de fraternidade e solidariedade fossem metidos na gaveta, mesmo em tempos de grandes dificuldades.

Por assim ser, a festa socialista que sempre foram os seus Congressos, levava a palco ideias diferentes de fazer, protagonistas diferentes e orientações políticas diversas que não temiam confrontar-se, algumas vezes para depois fazerem a síntese, outras para optar pelos caminhos vencedores.

Só um exemplo, o Congresso onde Manuel Alegre, João Soares e José Sócrates foram opositores, chegaria para realçar a festa socialista, a festa da democracia, da liberdade e da clarificação.

Neste Congresso que se aproxima parece que todos alinham pela mesma doutrina. Apoiantes e detratores dos órgãos directivos do PS propõem-se avançar sem constituir alternativa.

Fraca festa se espera. Tenho saudades do tempo em que o conceito da política continha frontalidade e lealdade.
LNT
[0.044/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCXLII ]

Geneve
Genebra - Suiça
LNT
[0.043/2013]

terça-feira, 9 de abril de 2013

Navegar é preciso

BarcosFiz um pequeno texto na Rede Social sobre a apresentação que AJ Seguro fará, amanhã, da sua moção ao Congresso Nacional e sobre as eleições do SG do PS e dos delegados ao Congresso que se realizarão no próximo sábado.

Confesso que o texto continha uma pequena provocação porque relembrava que os delegados ao Congresso são os representantes dos militantes para defesa das moções pelas quais se apresentam a sufrágio e têm o dever de, na qualidade de mandatários de quem os elege, eleger os órgãos nacionais para o próximo mandato.

De troco recebi meia dúzia de comentários, curiosamente todos oriundos de não eleitores do PS, onde se atacava Seguro com as habituais frases e expressões de desdém que seriam pronunciadas da mesma forma sobre qualquer outro candidato que se apresentasse a líder do PS.

Interessante verificar que o habitual "eles” e "nós" continua a ser a chave de tudo isto.
LNT
[0.042/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCXLI ]

Cow Parade
Cow Parade - Lisboa - Portugal
LNT
[0.041/2013]

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Validar alternativas

EleiçõesNão deixa de ser interessante ouvirem-se vozes, algumas vindas do próprio interior do PS, a reclamar de que ainda não é tempo do Partido Socialista exigir eleições antecipadas. Dizem-nos que o PS deveria apresentar-se activo no debate sobre as reformas do Estado e só quando as suas teses fossem viáveis e suportadas por forças que garantissem a sua implementação, se deveria avançar.

Parecem essas vozes esquecer-se de que “as forças” de suporte só são reais após a contagem dos votos e de que, contra um bloco de surdos como o que agora dirige a nossa Nação, só há essa forma de se fazer ouvir.

António José Seguro fez tudo o que era exigível a um líder político fazer para que não tivéssemos chegado ao estado de ruptura em que nos encontramos. Muito do que fez até lhe custou fortes antipatias por parte daqueles que se dão mal com as ideias dos outros e que julgam não dever dar oportunidades para testar ideias diferentes.

Perante os maus resultados conseguidos por aqueles a quem foi concedida a dúvida, Seguro apresentou alternativas e não negou colaboração. Perante a recusa de todas as alternativas e perante os insucessos patentes, Seguro acabou por romper e demarcar-se.

Querem debate sobre a reforma de Estado? Neste momento só há maneira de o fazer através de um programa eleitoral.

Querem suporte por parte de forças que viabilizem uma alternativa? Neste momento só o é possível alcançar nas urnas, dado o radicalismo instalado no terreno.

Sei que o apoio a eleições antecipadas vindo de quem sempre defendeu os prazos democráticos pode chocar algumas susceptibilidades mas os prazos nunca serão mais importantes do que a vida das pessoas e o sufrágio será sempre a melhor forma, em democracia, para validar alternativas.
LNT
[0.040/2013]

Estado de sítio

Rui PerdigãoPassos Coelho e Paulo Portas entenderam que a melhor forma de responder perante a reposição da legalidade infringida foi a de declarar guerra aos cidadãos de Portugal.

Pouco faltou ao Primeiro-Ministro, que respirava ódio e se engasgava no discurso, para declarar o estado de sítio e assim punir quem o chamou à ordem constitucional.

Todos os poderes que pediram a fiscalização da legalidade, o Presidente da República, a Assembleia da República e o Provedor de Justiça, foram alvo indirecto do seu discurso e o Tribunal que o julgou foi objecto das mais graves afrontas feitas em democracia a um poder independente.

Os cidadãos são o alvo da vingança e foram anunciadas as malfeitorias que se seguem para demonstração de que ninguém sairá impune à rebeldia e ao inconformismo.

A alocução piegas e revanchista do chefe do Governo português ficará certamente registada na memória de uma Nação que não se resigna à má-sorte, embora resulte das suas escolhas, de ter tão fraca gente e com tão má índole a dirigir os seus destinos.

Imagem: Rui Perdigão
LNT
[0.039/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCXL ]

Amoreiras
Amoreiras - Lisboa - Portugal
LNT
[0.038/2013]

domingo, 7 de abril de 2013

al.i do art.º 133 da CRP (Pieguices)

Será que Passos Coelho vai invocar a al. i) do art.º 133 da Constituição da República Portuguesa? (1)

É que se não o fizer, dado que o Governo já nem de si próprio consegue apoio, deixa sem valor o comunicado de ontem do PR, nomeadamente quando diz que:
O Presidente da República reitera o entendimento de que o Governo dispõe de condições para cumprir o mandato democrático em que foi investido e manifestou o seu empenho em que sejam honrados os compromissos internacionais assumidos e em que sejam alcançados e preservados os consensos necessários à salvaguarda do superior interesse nacional.
(1)  i) Presidir ao Conselho de Ministros, quando o Primeiro-Ministro lho solicitar;
LNT
[0.037/2013]

18:30

Pastel de BelémVivemos um momento de horas marcadas.

Há dois dias o País ficou suspenso para as 20:05. Ontem suspendeu-se para anúncios a meio da tarde e para o início da noite. Hoje suspende-se para as 18:30.

Todos os prazos foram ultrapassados. Todos os horários foram, à boa maneira portuguesa, furados. O País aguardou e continua a aguardar por decisões e soluções. Tirando as que vieram anteontem, que continham decisões mas às quais não competia trazer soluções, reina o vazio, o boato, o recado, os bicos-de-pé e falsas modéstias que se alinham em interesses pessoais e nas habituais jogadas de desresponsabilização com o intuito de proporcionarem novos alinhamentos em futuro próximo.

No meio de tudo isto salva-se Seguro que de forma frontal se disponibiliza para apresentar as soluções em programa eleitoral e através dele para enfrentar o sufrágio que validará as medidas de combate às dificuldades deixadas pela falência das políticas de empobrecimento, além da tróica, resultantes da ala ultraliberal do PSD e apadrinhadas pelo Presidente de todas as Coelhas.

Esperemos pelas 18:30. Esperemos sem stress porque sabemos que o que aí vem é mais irresponsabilidade, impreparação, incompetência, submissão, meias-palavras e ameaças veladas para nos condicionarem.
LNT
[0.036/2013]