segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Diferenciar o que é diferente

CérebrosHoje em dia há duas tendências essenciais para a asneira:

A primeira decorre de confundir os conceitos de informação com os de conhecimento, como se uma e outra coisa fossem o mesmo ou como se o conhecimento não obrigasse ao tratamento da informação e a informação, só por si, constituísse conhecimento;

A segunda decorre da quebra da complexidade (a maior parte das vezes decorrente da tal confusão entre informação e conhecimento) reduzindo tudo ao simples e, pior, fazendo do simplismo regra para todos os ditos e escritos.

Da primeira não irei exemplificar, tal a vulgarização confundida de considerar como curriculum (saber fazer) com habilitações literárias (conceitos teóricos).

Da segunda aponto o que se tem escrito recentemente sobre a emigração de Vítor Gaspar, Álvaro Santos Pereira e José Luís Arnaut, metendo-os a todos no mesmo saco.

No entanto as coisas são diferentes:

Gaspar parte para o FMI num retorno normal, uma vez que tinha sido o FMI que o indicado como seu agente no Ministério das Finanças de Portugal;
Santos Pereira parte para a OCDE na sequência de um concurso. Não se trata de uma nomeação mas sim de uma escolha mediante a avaliação de competências para desempenhar o cargo;
Arnaut parte para a Goldman Sachs num acto de agradecimento por serviços prestados.

Um vai porque de lá nunca tinha saído, o outro vai por selecção entre pares e o outro vai porque "tem Mundo" neste cu de mundo.

Não há possibilidade de confundir as coisas e quem o faz só pode estar a fazê-lo por mal (ou porque acha que informação e conhecimento são a mesma coisa).
LNT
[0.027/2014]

Já fui feliz aqui [ MCCCLIII ]

Casa Moinho Vedro
Casa Moinho Vedro - Quinteães - Minho - Portugal
LNT
[0.026/2014]

domingo, 12 de janeiro de 2014

Fico do verbo IR

CDS Fico

Ontem o irrevogável que o deixou de ser porque o que tinha que ser tinha muita força elaborou as patranhas que lhe são habituais e entre os chavões de que gosta atirou com qualquer coisa do género:

Fico, porque sou de ficar e não de abandonar.

Lembrei-me de imediato das ruas de Lisboa, há uns anos, cheias de cartazes em que ele também ficava.

Não ficou. Não ficou nem um dia. Nunca ocupou o lugar para que se candidatou tendo também dessa vez defraudado irrevogavelmente todos os seus eleitores.
LNT
[0.025/2014]

sábado, 11 de janeiro de 2014

Tempos de propaganda

ChoquesPara atrapalhar o CDS e a intenção que anda em terra de leitões para diminuir o ensino obrigatório, Passos Coelho reuniu com o seu povo “trabalhador” e disse que um dos grandes problemas nacionais é a falta de qualificação dos trabalhadores.

A seguir teve a “lata” de afirmar que, no entanto, o mais grave problema de Portugal é a baixa de natalidade. A “lata” é directamente proporcional ao apelo que o seu Governo fez para que os jovens emigrassem, uma espécie de:
reproduzam-se que cá estaremos para vos formar e para vos mandar lá para fora enriquecer os ricos e melhorar-lhes a demografia.

Mas não se ficou por aqui. Disse também que a natalidade está a baixar em toda a Europa, o que não sendo completamente mentira deveria ser enquadrado com o que se sabe sobre os efeitos directos do desemprego.

Deixo-lhe uma pista (Fertility reactions to the ‘Great Recession’ in Europe: Recent evidence from order-specific data - Joshua R. Goldstein; Michaela Kreyenfeld; Aiva Jasilioniene; Deniz Karaman Örsal)

Faça o favor de ver o gráfico da pág.101 e tentar entender.
LNT
[0.024/2014]

Veículos dourados

Sachs

A Sachs de oiro sempre foi um veículo que os fez ascender socialmente muito alto.
LNT
[0.023/2014]

A demagogia e a mentira também têm muita força

Portas RumsfeldPaulo Portas informou o Congresso e todos os portugueses que ainda têm um mínimo de pachorra para assistir pela televisão ao Congresso de um Partido diminuto, que o PP foi sempre chamado ao Governo em alturas de “enormes” dificuldades.

Terá sido assim com Durão Barroso quando Portas foi ministro de Estado e da Defesa Nacional e depois, quando admiravelmente foi nomeado ministro de Estado, da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar, com Santana Lopes?

É que me lembro de o ter já ouvido justificar a compra dos submarinos porque os tempos eram outros e as vacas-gordas ainda pastavam com um sorriso nas beiças.
LNT
[0.022/2014]

O que teve de ser teve muita força

Paulo Portas

Foi assim, e só assim, que o irrevogável ego-político português justificou a sua irrevogabilidade revogável.
Parece ter sido simples, e foi.

O que o tinha colocado na situação de irrevogável foi a substituição de Gaspar por Maria Luís e a sua grande vontade de ser mais do que aquilo que ele era.

Quanto à primeira condição, nada.
Quanto à segunda, o aumento do poleiro e a ego-vaidade do palacete, teve toda a força do Mundo.

E o PP que resta do CDS, o que adora o líder e entende que continua a ser útil para Portugal o francesismo "o Estado sou eu" (daí o interesse nacional), aplaudiu.

Confirma-se que todas as missas continuam a terminar com ámen.
LNT
[0.021/2014]

Já fui feliz aqui [ MCCCLII ]

Livros
Ofertas de leitura - Natal 2013 - Lisboa - Portugal
LNT
[0.020/2014]

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

5 - Blogoditos - 5 [ XI ]

Blogs
Depois veio a revolução e a democracia e a alfabetização e a democratização e massificação da educação, e os filhos dos técnicos das indústrias dos Alfredos da Silva, e netos do homem rural, analfabeto e ileterato da 3.ª classe, ficaram doutores e engenheiros e advogados e médicos e o Diabo a quatro, e começaram a ler e a pensar pela sua própria cabeça e a preocupar-se e a ter opinião [heresia!] e há que pôr as coisas no seu devido lugar. "Manda quem pode, obedece quem deve".
José Simões

Milhares de portugueses andaram a pedir facturas com o nome e o número de contribuinte do primeiro ministro. Agora, têm o resultado: vão sortear carros para quem pediu factura.
Tomás Vasques

O país agitou-se no apuramento de onde estava José Sócrates num certo sábado de 1966, em que deveria ter 8 ou 9 anos e decorreu um jogo de futebol importante para a mitologia nacional dos heróis do mar. É revelador de quem somos que um ex-Primeiro Ministro vasculhe a sua memória para relatar com precisão esse longínquo dia, que a imprena se mobilize para o fact-check de tão importante declaração e que o assunto se estenda por vários dias na imprensa e no comentário político, incluindo os mais nobres espaços.
Paulo Pedroso

Portugal, Espanha e Irlanda receberam por estes dias os favores do mercado financeiro como já não acontecia há muito. As taxas de juro que a Espanha conseguiu hoje foram as mais baixas desde a crise bancária. O Tesouro português já se deu por satisfeito por ter descido abaixo dos 5%, e o «mercado secundário» deu o seu aval à compra de dívida dos países recentemente sob suspeita de incumprimento. Até esta hora só falta algum analista de mercados- dos que sabem- explicar a preferência deste dia, e como os compradores se irão ressarcir.
José Medeiros Ferreira

Onde estão os imbecis e chantagistas, incluindo aquele de Bruxelas que cheira a peixe, que tantas vezes disseram que um chumbo do Tribunal Constitucional afastaria Portugal dos mercados? Se fossem gente honesta viriam agora a público para pedir desculpas aos portugueses que tentaram intrujar.
o Jumento
5 - Blogoditos - 5 é uma rubrica de 6ª Feira que transcreve citações interessantes de cinco autores de Blog em cada semana.
LNT
[0.019/2014]